Capítulo 74

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Maju narrando

Cheguei na casa da minha, e quando eu entrei não acreditava na palhaçada que tava acontecendo, meu deus.

- oi amor, gostou? - falei olhando tudo

Guilherme tinha enfeitado a casa da minha mãe, uma mesa com várias comidas, meus pais sorrindo, não sabia se corria ou fingia um desmaio

- o que é isso?

- quando você sumiu ontem, pensei em muitas coisas e como estamos a um tempo juntos, você quer casar comigo? - se ajoelhou

Comecei a ficar tonta, uma voz de longe mandando eu me acalmar e tudo ficou escuro. Acordei com todos em cima de mim

- gente, eu tive um sonho horrível - falei me levantando

- sonho?

- sim, eu tava aqui e Guilherme me pedia em casamento, estranho, ele nem tá aqui

- acordou - desceu as escadas

- droga - falei baixo e meus pais me olharam estranho

- então, a emoção falou mais alto? - riu

- eu não posso me casar, eu sou nova, não tô preparada pra isso

- eu achei que sim, não estou te reconhecendo mais - saiu

- agora eu tô livre - sentei no sofá

- o que é isso Maria Júlia? - minha mãe falou assustada

- isso o que?

- como você nega um pedido desses?

- negando

- coitado, deve tá triste

- depois eu resolvo isso, preciso encontrar a Sofia - bati a porta

Nem precisei subir a rua, a Sofia já tava descendo e agradeci mentalmente.

- você não sabe o que aconteceu

- eu sumo por uns minutos e já tem babado?

- Guilherme me pediu em casamento, apaguei e neguei o pedido

- você o que? - arregalou os olhos

- neguei, não quero me casar

- e se ele fazer alguma coisa?

- não vai, ontem esperei ele chegar e quando entrou no banheiro coloquei um negócio no celular e agora sei onde ele tá

- credo, você parece uma maluca

- claro, depois do que você me disse eu tô desconfiada

- sim, vamos atrás?

- vamos - entrei no carro

Nem foi difícil de achar, a localização tava dando em um lugar movimentando, tinha um shopping, uma delegacia e algumas lojas, só tínhamos que saber aonde ele tava.

- tá parado aqui, agora não sei aonde - falei olhando todos os lados

- vamos ficar aqui mesmo, vai que ele tá saindo de algum lugar e a gente se bate com ele?

- credo, será que ele tá me traindo?

- tô sentindo que é algo pior, sensação estranha - Sofia falou

- tô com medo

- olha lá

Guilherme saindo dentro da delegacia, e o pior de tudo é que ele tava fardado e conversando com um antigo cara que ficava na TV falando sobre invasões em vários morros, eu não tava acreditando nisso.

- imagina meu pai sabendo disso? - falei encarando a Sofia que tava assustada

- eu acho que você deve aceitar esse pedido, depois contava pra seu pai e ele armava algo

- será?

- vai por mim, pede pra seu pai falar um monte de informações falsas

- rapaz, eu tô em choque, ele fingindo ser outra pessoa, e eu aqui me sentindo mal por que ontem eu tava com o VR

- você não tá se sentindo mal não

- cala boca - dei risada

Deixei a Sofia no morro, e fui direto pra casa, fiz uma comida, me arrumei e fiz meu papel de atriz. Quando ele chegou, olhou sem entender nada, desgraçado.

- só quero dizer que eu aceito, e que eu fiquei com muito medo por isso fiz aquela cena toda

- é meu amor, sabia que ia pensar direitinho, de um jeito ou de outro você ia aceitar, você é minha! - falou me beijando

- é, vai tomar banho, vou colocar a comida - falei saindo daquele beijo nojento

- tá bom, hoje o dia foi cansativo na loja

- imagino viu - falei entrando no nosso quarto

Aproveitei que ele tava no banho, e fui tentar olhar alguma coisa no celular, e pra minha surpresa, uma foto dele com aquele verme que acabou com a vida da Helena, escutei a porta abrindo e larguei o celular longe e fiz cena

- tá fazendo o que?

- perdi o controle, você viu?

- não, olha lá no escritório

- é mesmo, tinha esquecido

Não vejo a hora de contar isso pra meus pais, e ficar livre.

No morro da maré 2Onde histórias criam vida. Descubra agora