Capítulo 35

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Helena narrando

Já estava entediada de ficar nesse quarto, não podia nem sair, o meu maior medo era encontrar alguns dos vapores, eles fazem muitas entregas por aqui. Meu filho crescia a cada dia, eu queria congelar aquele momento, eu não sabia o que seria dele.
Eu realmente estava preocupada.

Fique olhando a paisagem enquanto Felipe chegou por trás, eu não queria olhar na cara dele, ontem chegou bêbado e quase me obrigou a fazer sexo com ele e do nada começou a chorar com uma arma na mão. Eu não sabia o que fazer, achava que ele ia me matar e depois se matar, eu não sabia o que tava se passando na cabeça dele.

- ta olhando o que?

- sou obrigada a ficar olhando essa sua cara feia todo dia?

- você não ter amor pela sua vida e a do seu filho né?

- nosso.

- quem garante que é meu? - e ficou falando um monte de coisa que me fez viajar.

A Sofia e a maju estavam na minha frente, acenando, em choque acabei não fazendo nada, foi quando o outro percebeu.

- quem é aquela? - falou apertando minha bochecha

- não sei

- você vai embora daqui hoje

- não. - saiu e me deixou ali

Eu tava tão nervosa, o bebê chutava muito, sentia uma dor fora do normal, não sabia o que tava acontecendo, só queria chorar e ter meus pais de volta.

A dor aumentava a cada minuto não sabia se eu tava tendo um parto ou perdendo um bebê, então eu ia fazer o que seria melhor pra mim. Foi na hora que ele voltou, pegando minha mala e me puxando com força, e quando passamos na portaria a mulher já o conhecia, nem demoramos muito.

Eu tava apreensiva, não sabia pra onde ele tava me levando, se eu ia viver, se ele ia arrancar meu bebê, todas as piores opções passava na minha cabeça.
Acabei fazendo o que achava o certo no momento, peguei meu celular e fiz uma chamada pra meu pai e deixei ele escutando a conversa, sei que vai rastrear.

- pra onde você vai me levar?

- vamos acabar com tudo isso, ele não vai precisar sofrer

- o que você vai fazer?

- vamos tirar ele, e depois eu vou te matar.

- não, por favor, eu nunca falo de você pra ele.

- cala a boca

Ele bateu a minha cabeça no painel do carro e depois de uns segundos tudo ficou turvo e preto.

No morro da maré 2Onde histórias criam vida. Descubra agora