Capítulo 94

2.2K 98 6
                                    

VR narrando

Eu cheguei em casa cheio de sangue, eu que tive que tirar a vida dela, e isso ia ficar marcado pra sempre em mim, as últimas palavras dela e o que ela me disse, vai me perseguir pra sempre. Ela contou tudo, depois que Emily torturou, no final eu tive que acabar com o serviço.

Cheguei em casa e agradeci pela maju tá dormindo, não ia ter paciência de responder tudo o que aconteceu hoje. Depois de tomar banho e comer, apaguei e acabei tendo um sonho com a Kim, eu tava baleado e ela me olhava e falava

"acabei de tirar a sua vida, da mesma forma que você fez comigo e isso vai ficar pra sempre contigo, aonde você vá, vai ter meus sangues em sua mão."

Acordei assustado com a Maria gritando, e fiquei sem entender, ainda tava preso nesse sonho. Depois que acordei ainda fiquei sem entender, eu era envolvido e matar nunca foi um problema pra mim, agora isso ficou na minha mente.

Desci as escadas e a maju começou a falar de tudo que aconteceu e eu não tava conseguindo raciocinar, por que eu não tava acreditando que isso tava acontecendo, a sensação de que tudo vai piorar não saia de mim, não queria que nada disso tivesse acontecendo.

- vamos dormir, esfriar a cabeça e mais tarde resolvemos isso - Emily falou e subiu junto com o JP

Eu fiz o mesmo e deitei na cama, fiquei olhando para o nada até a Maju entrou

- você tá bem?

- sim, só com umas coisas na cabeça

- quer conversar?

- não, tá tudo bem - abracei ela e ficamos assim até ela cair no sono

Eu não tava conseguindo dormir, então desci e fiz café e fiquei assistindo um jogo na TV, quando eu menos esperava já eram 9 da manhã.

- não dormiu? - meu pai chegou

- não, muita coisa na cabeça

- sua primeira pessoa?

- primeira pessoa e mulher que eu matei, tenho sonhos com ela, fico revivendo toda aquela cena

- você sabe que se não fosse você iria ser outra pessoa, né?

- sim, agora tenho que ficar pensando em como achar o desgraçado e não consigo acompanhar a gravidez da maju, daqui a pouco ela tem o bebê e eu posso tá morto

- não vai tá, tenho uma idéia

- qual?

- no dia do chá, você fica aqui junto com o GD, eu e o resto da tropa vamos averiguar a casa

- e vai tá seguro?

- confia no pai que é sucesso - ele brincou

- e a Helena?

- vai sair daqui junto com a gente, só que de Uber pra confundir se tiver tendo perseguição

- tô mais aliviado, preciso que o Samuel fique bem

- ele vai ficar, tenta curtir esses dias, ele não vai subir, temos vapores 24/48 em todos os lugares desse morro

- tá suave, vou lá na Helena

Peguei um presente que tinha encomendado para o Samuel e fui lá, e passar as instruções para a Helena e o Igor.

Assim que bati na porta a doida da Dáfiny abriu

- tá fazendo o que aqui, querido?

- eu que te pergunto, de manhã cedo na casa dos outros, aposto que veio pegar comida - ela sempre fazia isso

- vai ficar jogando na cara?

- nunca, vim fazer o mesmo - ri

- aproveita que tem bolo de chocolate - saiu com um prato cheio de bolo

Eu amava esse morro, nunca pensei que ia conseguir me encaixar aqui, todas as pessoas me acolheram da melhor forma, agora sei que posso chamar de família.

Entrando na sala vi o Samuel brincando e fazendo o maior barulho, peguei ele no colo que ficou logo em silêncio brincando comigo, do nada a Helena correu pra sala e eu fiquei sem entender

- o que foi?

- essa criança ficar em silêncio é um milagre, achei que ele tava aprontando - colocou a mão no coração

- ele só fica quieto com o padrinho dele

- pior que é verdade

- já ajeitamos tudo, antes do chá você vai, certo?

- tá bom, vou arrumar minhas coisas com o Igor

- eu trouxe um presente - entrei a caixinha

Era uma correntinha de ouro e tinha um pingente, feito especialmente pra ele.

- eu amei, obrigada - Helena me abraçou

Fiquei a manhã toda brincando com meu afilhado, por que eu sei que vou demorar de vê-lo, depois que ele cansou e dormiu fui embora. Não queria voltar pra casa, então fiquei enrolando andando pelo morro até encontrar o MT em um bar bebendo sozinho

- sua dona tá te procurando - brinquei

- deus é mais, ela tá virada na porra

- TPM?

- sim, tava sonhando e disse que eu tava traindo e que o sonho revela tudo que ela não pode saber, acredita? - dei risada

- com a maju é 10 vezes pior, bote fé

- boto fé, essas mulheres eu não sei não

- o que seríamos sem elas agora? - pensei

- certeza que eu ia tá com as piranhas desse morro

- eu ia tá na boca

- em falar disso, tá com medo do Guilherme subir não?

- só não quero que isso aconteça no meu chá de fraldas

- tá precisando de fraldas é? qual é o seu tamanho?

- vá se foder, babaca - dei risada e fui embora

Agora ia tirar um tempinho até o chá de fraldas e aproveitar essa gravidez da maju, daqui a pouco meus filhos vão está aqui e eu quero tá vivo pra presenciar esse momento.

No morro da maré 2Onde histórias criam vida. Descubra agora