Capítulo 84

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VR narrando

Acordei e tava agoniado com esse frio, tentei falar mas minha voz não tava saindo, tava com a garganta muito seca, eu apago por um dia e já fico assim? que merda. Como eu não podia fazer muita coisa fiquei ali parado esperando a medicar chegar, como demorou eu peguei no sono.

Do nada um barulho da porta abrindo e uma pessoa segurando minha mão, aquela voz eu conhecia bem

- você não sabe o que aconteceu hoje, minha mãe fez um chá revelação mesmo eu falando que não queria, mesmo assim foi bom, acabei me destraindo e não fiquei em casa chorando. você acredita que fizeram um monte de apostas por causa do sexo do nosso bebê? agora eles estão doidos por que vamos ter gêmeos, uma menina e um menino pra alegrar nossa vida. espero que acorde logo pra conhecer nossos filhos - começou a chorar

por quanto tempo eu apaguei? abrir os olhos e ela tava lá, toda linda, cheia de glitter e chorando

- acordei - falei com uma voz grossa fazendo ela se assustar

- é você mesmo?

- não, um fantasma

- pera - me beliscou

- aí

- agora sim - subiu e começou a beijar

- isso tudo é saudades?

- 5 meses nessa cama, pensei que não ia acordar nunca

- 5 meses? puta que pariu

- pois é, fiquei muito preocupada

- me desculpa

- pelo o que?

- não acreditar que esse bebê é meu

- esses, né

- já escolheu o nome?

- ainda não, agora com você aqui podemos escolher

- quero que a menina se chame vitória, tudo bem ?

- gostei, e o menino pode ser Mateo?

- que tal Matheus?

- quero um nome diferente - ela falou

- vamos ter muito tempo pra escolher

- tá bom

- a polícia tá retado por que mataram o seu ex?

- ele não morreu

- como assim? - tentei levantar e minha perna não saia do lugar

- calma VR - me ajeitou

- tô nesse estado por causa dele

- ele sumiu, não sabemos de nada

- quando eu melhorar ele vai ver

- agora você tem que pensar em duas pessoas que vai depender de você

- eu sei, mas

- não VR, chega. 5 meses em uma cama, não acha que foi o suficiente?

- não vou brigar, isso eu resolvo com o JP

- por mim - saiu da cama

- vai pra onde?

- pegar água, não quer?

- quero sim

A Maju saiu e eu fiquei morrendo de raiva, não acredito que o babaca saiu sem um tiro, deixa eu melhorar que eu vou atrás.

Depois de um tempo Maju chegou, me deu água e deitou comigo na cama, por causa do remédio acabei dormindo pra amanhã o médico falar se eu já posso ir embora.

Acordei com meu pai no quarto

- que susto da porra

- já acorda assim é? - meu pai deu um cascudo na minha cabeça

- ainda tô doente

- abriu os olhos pra mim tá ótimo

- qual foi JP, não pegou o cara mesmo?

- não é mais assunto seu, agora o B.O é meu

- seu nada, eu que vim parar em uma cama

- e eu não quero que você volte, e fim de papo

- eu corro atrás então - falei baixo

- tá se sentindo melhor?

- queria levantar, minha perna tá dormente demais, desde ontem isso

- dormente? - arregalou os olhos e chamou um médico

- qual foi? - ele não em respondeu

Ele conversou com o médico fora da sala e depois entrou

- Vitor Moraes, certo?

- sim

- você sente isso - passou alguma coisa no meu pé

- bem pouco

- certo, e isso?

- um pouco

- você ficou muito tempo deitado, 5 meses, então vai precisar de fisioterapia, você sente algo quando tocamos no seu pé, mas bem pouco, se não tivesse sentindo nada, íamos ter que fazer exames pra saber.

- quando eu vou pra casa?

- hoje mesmo, tá tudo bem, preciso que vá sempre as fisioterapias e colabore pra voltar a andar logo, certo?

- tranquilo - saiu

Agora eu ia ter que ficar de cadeiras de rodas, queria tanto sair agora e ir atrás daquele babaca, agora vou ter que esperar um pouco.

No morro da maré 2Onde histórias criam vida. Descubra agora