Capítulo 20

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Helena narrando

Hoje tinha baile, e mesmo grávida eu não ia ficar em casa, meus pais e meu irmão já estavam lá, tinha muito tempo, então me arrumei e fui.

Como o baile era perto, fui andando, não tinha problema nenhum, só que começaram os tiros, eu não sabia pra onde ir, já tava longe de casa e na metade do caminho, então fui em beco e fiquei perto de um lixo, pra minha surpresa tinha um policial com a arma apontada pra mim

- Então é aqui que você mora né, vagabunda? - aquela voz..

- Felipe, não atira.

- Vou atirar sim, mentirosa.

- Eu tô grávida, o filho é seu

- Para de mentir

- É verdade, é um menino, eu perdi seu contato, então não falei nada

- Meu filho não vai ser criado por uma traficante de merda - apertou minha bochecha com força

- Me solta

- Como você fez isso comigo?

- Eu não fiz nada, me solta

- Você vai arrumar suas coisas, e vai embora desse morro amanhã, se não vou subir nesse morro de novo e matar seus pais na sua frente, e pegar meu filho de qualquer jeito, você tá entendendo? - apertou minha bochecha com força

- Entendi

- Depois você vai ficar comigo, e quando meu filho nascer vou te matar, e se eu souber que não é meu, mato os dois, você não me conhece

- O que aconteceu com você? Era tão bom

- Eu tenho nojo de traficante, e você faz parte de toda essa sujeira

- Eu não tenho culpa

- Se eu soubesse de quem você era filha, eu juro que te matava naquele dia

Desapareceu completamente, se eu contasse para meus pais, ia ser uma guerra, não queria ninguém morto por uma burrice minha.

Fiquei abaixada perto do lixo, e quando os tiros cessaram fui de encontro com meus pais, que estavam bem, só não bem demais por causa do tio PH.

- Oi mãe

- Vocês estão bem? - passou a mão da minha barriga

- Sim, ele tá bem agitado

- Vai pra casa, vou ficar aqui com sua tia.

Cheguei em casa e arrumei tudo, ia sair hoje mesmo, ia ficar em uma hotel, e depois tentava entrar em contato com o Felipe, não ia ficar aqui no morro sabendo que poderia acontecer algo pior.

Deixei uma carta na mesa, não sei se ia voltar viva, não ia deixar ninguém pagar por minha burrice.

No morro da maré 2Onde histórias criam vida. Descubra agora