No morro da maré 2

Capítulo 92

VR narrando

Meu casamento era pra ser tranquilo e se tornou em uma confusão, a Maju ficou sem falar comigo e ainda me colocou pra dormir no sofá. Eu acho que tudo que ela me falou pode ser verdade, eu só não queria acreditar.

Acordei e tava maior barulho na cozinha, olhei o relógio, 01:30 da manhã. Eu tinha apagado por conta de tanta cerveja que eu tomei de raiva, entrei na cozinha e ela tava lá.

- tá fazendo o que acordada? - perguntei pra Maju fazendo alguma coisa no fogão

- alimentando seus filhos

- qual é, vamos ficar de boa.

- eu sei que você não acredita em mim, eu só quero que fique de olho naquela sua amiguinha

- tá bom, prometo

- não vai brigar?

- não precisamos ficar brigando, tô cansado disso, nosso relacionamento só se baseou em brigas

- também acho, me desculpa - me beijou

- desculpa também

- eu tô com desejo de açaí daquele lugar que tá aberto, vai lá pra mim?

- vou lá - peguei a camisa e fui andando mesmo

Pra minha sorte tava aberto final de semana o povo compra muito, enquanto tava fazendo ia lá na Kim, se fosse pra descobrir algo ia ser de madrugada, ela não ia fazer isso de manhã.

Entrei pela varanda que tinha, e pra minha sorte tava fechada, fiquei ali um tempo esperando e nada, acho que eu tava ficando maluco. Na hora que ia pular pra ir embora escutei o celular tocar, não deu pra escutar muita coisa, só o que realmente me importava

" Ela veio aqui, fiz a cabeça dela, da sua ex e do VR. Se tudo ocorrer bem, vamos matar todos eles e ficar com o bebê."

Odiava tá errado nas coisas, fui pegar o açaí e fui direto pra casa, precisava pensar em alguma coisa. Entreguei a parada pra Maju e fiquei andando de um lado para o outro, até que o JP desceu

- caralho, tá batendo o pé que do quarto tô escutando

- ele tá agoniado desde a hora que chegou - maju falou

- ela tava certa, mesmo não gostando tenho que admitir isso - falei apontando pra Maju que olhou sem entender

- em que?

- aquela piranha tá armando alguma coisa e envolve o Samuel

- eu disse, tá vendo ai - Maju começou a rir da minha cara

- o que vamos fazer? - perguntei para o JP

- torturar

- acho que não vai falar

- vai sim, coloca Emily pra fazer isso - riu e subiu

Eu não tava conseguindo pensar direito, se eu não fosse lá, ela ia fazer algo contra meu afilhado e eu realmente ia me culpar, eu nem acredito nisso. Fiquei até de manhã acordado, sem saber o que fazer, e só pensando na conversa. Então fui direto na Helena, contar tudo e tirar ela daqui.

Cheguei na Helena e comecei a bater forte, uma, duas, três, quatro vezes e na última o Igor abriu.

- eai, cadê a Helena?

- dormindo

- acorda ela aí, negócio é sério

- tá bom

Demorou uns minutos ela desceu assustada

- o que foi?

- você precisa sair do Brasil, aqui não tá mais seguro

- como assim?

- tudo o que a kim falou era mentira, tá armando pra pegar o Samuel

- por que ela quer isso?

- também não sei, não podemos deixar ela fazer isso

- aqui tá mais seguro, tenho minha família, lá o Guilherme pode me pegar

- eu quero a sua segurança e a do meu afilhado

- eu sei, agora fiquei com medo

- não podemos dar na cara assim, você pode ir no dia do chá de fraldas da maju

- por que?

- vai tá movimentado, vão achar que você vai tá qui

- tá bom, vou me organizar com o Igor

- certo - ela entrou

Agora a parada era pegar a Kim e levar pra tortura, infelizmente ela vai pagar por tudo que fez e eu não posso me meter, já ajudei demais.

Fui pra boca e reuni a tropa, tava nervoso de tirar a Kim da casa. Até que Emily chegou pra fazer esse serviço

Só fiz arrombar a porta e a Kim ficou assustada sem entender nada

- o que ta acontecendo?

- não vem com essa não - falei sem paciência

- então já sabem de tudo?

- como você tem coragem de fazer isso? - falei puto

- vocês são nojentos, e eu não vou falar nada.

- já assistiu aquele filme? - Emily perguntou do nada

- filme?

- aquele jogos mortais

- sim - olhei estranho

- vamos fazer isso com ela, quero ver se não vai falar, sempre funciona - riu e puxou Kim pelos cabelos

Caralho, minha noite ia ser longa.