No morro da maré 2

Capítulo 15

Maria Júlia narrando

A semana passou voando, fiquei a semana toda fazendo prova, felizmente já tinha acabado, não aguentava mais.

Hoje tinha baile pra anunciar a voltar do meu pai, não ia ser surpresa pra ninguém, todos já estavam sabendo que meu pai tava no morro.

Ele e minha mãe só viviam brigando por causa das coisas do morro, então todo dia eu escutava coisa da minha mãe, isso era chato pra caralho.

Eu tava na sala com a Sofia, ela tava fazendo minha unha quando minha mãe chegou que nem um furacão

- Eu não aguento mais seu pai, uma hora ele vai me matar

- Ih cara, todo dia é isso

- Ele quer se meter em tudo, eu faço do jeito certo e ele quer fazer errado

- Deixa ele fazer algumas coisas também, mãe. A senhora quer tudo do seu jeito - Sofia foi e me machucou com o alicate - Ai, o que foi? Tô errada ?

- Fica do lado dele mesmo, sumiu esse tempo todo e agora tá assim - subiu para o quarto

Sofia me olhou com uma cara de "eu avisei"

- Vai lá falar com ela

- Não, a semana toda ela fica dizendo que eu tô do lado dele, eles ficam brigando por entrega, o que custa ela deixar ele fazer as paradas uma vez

- Mesmo assim, vai lá, você sabe que sua mãe as vezes é surtada

- Depois, na hora do baile eu falo com ela

Ela continuou fazendo minha unha, e eu fiquei a tarde toda pensando nisso, eu ia ter que conversar com os dois, porque ficava uma situação chata.

Como meu pai morava aqui na frente, fui logo lá, a porta tava aberta e ninguém na sala

- Pai - ninguém me respondeu

Então fui nos quartos, e sem querer querendo entrei no quarto do VR, tudo organizado, o cheiro do perfume amadeirado dele deixava o quarto diferente, quando eu tava quase abrindo uma gaveta, ele apareceu na porta do banheiro

- Que susto caralho - falei com a mão no peito

- Tá fazendo o que aqui - ele tava só de toalha, todo molhadinho, meu deus, que visão

- Você acredita que vim te ver ? E cheguei no momento certo

- Não chegou não - falou me encarando todo sério

- Não precisa ficar assim - cheguei perto dele

- Assim como?

- Sério assim - fui beijando ele, até estranhei porque na da última vez ele parou, ele continuou me beijando e me jogou na cama, ficou por cima de mim e beijou meu pescoço quando ele tava descendo a mão pra abrir meu short escutamos aquela voz que me vez arrepiar toda

- Vítor, cadê você?

Meu pai tava na escada, eu olhei assustada pro VR que me olhava rindo. Eu tava desesperada, não sabia como ia sair, se meu pai me pegasse na cama junto com o filhinho dele ia me matar.