Capítulo 78

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Maju narrando

Depois da cena que o Guilherme me fez passar, tentei ficar um pouco afastada de todos, aproveitei que ele tinha ido no banheiro e peguei o celular dele e joguei na mão da Sofia. Então, fiquei olhando a vista, e percebi que meus pais não estavam na festa, estranhei e fui direto na casa deles.

Quando eu cheguei encontrei a porta aberta, e um monte de pingo de sangue, o desespero tomou conta de mim, olhei a casa e nenhum sinal deles, na hora que eu tava saindo Sofia tava descendo com o MT

- aconteceu alguma coisa aqui - falei chorando

- VR ligou, disse que eles estão no hospital, sua mãe teve o bebê aqui - MT falou

Minha visão ficou turva e eu só lembro de acordar no carro, jogada na Sofia que ficava me chamando toda hora.

- calma, tenta respirar, tá tudo bem

- como você sabe? se aconteceu alguma coisa com ela Sofia ? - comecei a chorar de novo

- calma - me abraçou

Entramos no hospital e eu encontrei meu pai junto com o VR, eles contaram tudo o que aconteceu e eu tava sem paciência, sem notícias e nem podíamos visitar a Isis. VR, tava sentado, a camisa com sangue e tava bem calado.

Depois de umas duas horas esperando a médica veio na nossa direção e todo mundo levantou

- elas estão bem, a Emily só perdeu muito sangue e ficou fraca, a bebê tá fora de perigo, agora precisamos de uma pessoa pra passar a noite aqui

- eu fico, tem como buscar umas roupas pra mim, filha? - meu pai me pediu

- sim, VR tem como me levar?

- tá - passou por mim e não falou nada

Entramos no carro e o silêncio era horrível, ninguém falava nada, não sabia se ele tava chateado por causa do Guilherme, só sei que eu tava ficando enjoada

- para o carro - ele parou e eu sair do carro colocando tudo pra fora

- tá bem?

- agora sim, acho que a comida não me fez bem - falei entrando no carro

- você tá comendo demais

- problema meu

- não tô reclamando não, maluca

- não me chama de maluca - comecei a chorar

- por que tá chorando Maria?

- eu não sei, tô sensível

Mesmo depois de tudo ele deu um sorriso e ficou uma situação tranquila. Peguei a roupa do meu pai e avisei a todos o que tinha acontecido, na hora da agonia ninguém avisou, e acabou que a Helena vai viajar depois que minha mãe melhorar.

Enquanto isso soube que o Guilherme tava no hospital atrás de mim, esse insuportável não me deixa em paz, então vou amenizar as coisas com o VR.

- eu não posso te contar o que ta acontecendo, eu só te peço uma coisa, se você realmente gosta de mim, espera tudo isso que tá vindo acabar

- isso o que?

- eu não posso contar, não quero deixar você em perigo

- você sabe que pode confiar em mim, e eu vou te proteger sempre, né?

- eu sei, só ignora o Guilherme e as coisas que ele tá fazendo, depois você vai saber

- se ele procurar alguma coisa eu vou bater

- você é difícil - revirei os olhos e fiquei olhando os carros

Já tava cansada, e pelo visto não iria ver minha mãe nem a Ísis, então pra não ficar com o Guilherme vou dormir com a Sofia. Assim que entrei ele ficou parado me olhando

- tava aonde com esse imbecil?

- fui buscar as roupas

- não me ligou por que?

- não tava com cabeça

- agora ter cabeça pra sair com aquele marginal você tem

- Guilherme, chega! vou dormir com a sua, amanhã a gente conversa.

- amor desculpa, eu tô estressado, meu celular sumiu e as coisas da loja tá nele

- amanhã você procura, vou ficar na Sofia - e fui atrás do MT

Esse ia ser o momento perfeito pra conversar sozinha com o MT, eu só espero que ele não seja fofoqueiro e conte ao VR.

Eles estavam olhando a bebezinha que achamos no lixo, não queria atrapalhar aquela cena, pareciam dois pais olhando seu bebê. Me sentei na cadeira e apaguei

No morro da maré 2Onde histórias criam vida. Descubra agora