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Naquele momento senti tudo em mim desabar. Meu filho estava sofrendo com tudo aquilo que acontecia e eu não sabia o que fazer. Queria tanto lhe abraçar, lhe cuidar, ter os meus filhos comigo. Mas só os tinha de tempos em tempos. Ali foi inevitável não me desmanchar em lágrimas, se existia algo que era sagrado em minha vida, eram os meus filhos, a minha família.

Ouvir o meu filho dizer aquilo me partiu o coração. Senti ele me apertar e lhe abracei ainda mais apertado. Olhei para o Dionísio e senti as minhas lágrimas rolarem, me sentia culpada por tudo aquilo. A verdade é que em parte a culpa de tudo aquilo também era minha. Estendi a mão para Dionísio em um momento que nem sem explicar, me doía lhe ver daquela forma. Apesar de tudo ainda o amava.

Segurei a mão de Refúgio e logo beijei as costas do meu menino.

Dionísio: Eu não deixei meu filho, eu estou aqui... sempre estarei... o papai te ama muito... assim como amo o Maycon... são a minha vida e eu jamais deixaria vocês... eu não menti meu filho... eu e sua mãe nos afastamos, mas isso não quer dizer que eu me afastei de vocês, isso nunca meu amor...- falei entre lágrimas - olha para mim... o papai veio te buscar, vamos passar o dia todo juntos, hoje não precisa ir para a escola... vamos fazer o que você quiser, o que me diz?

Cristian: Eu não quero deixar a minha mãe... por que vocês dois estão assim? Eu não quero isso... é injusto... eu quero a minha casa... a minha caminha... quero o meu irmão - solucei chorando.

Refúgio: Filho... tem coisas na vida dos adultos que são complicadas meu amor... - suspirei pesado - eu sei que você não quer, mas nem tudo é como queremos meu menino...- beijei seu rosto - não chora filho... assim você parte o coração da mamãe.

Cristian: Vocês num se importam comigo e com o meu irmão - fiz ela me soltar - eu tinha o meu pai e me tirou isso... me tirou a minha casinha... eu odeio tudo... tudo... agora vão tirar o meu irmão também - gritei e saí correndo dali.

Refúgio: Filho... isso não é verdade meu amor... Cristian...- o chamei lhe vendo sair, senti Dionísio segurar em minha mão e o olhei - não podemos deixar ele assim...- falei com a voz trêmula - o que fizemos Dionísio? O que eu fiz? - senti as lágrimas rolarem - tudo isso é minha culpa... destruí a nossa família... olha o que fiz com os nossos filhos.

Dionísio: Não Reh... não fala isso - lhe abracei com cuidado - não vamos deixá-lo assim, vamos conversar com ele... vamos cuidar do nosso filho, dos dois... agora mais do que nunca precisamos ficar juntos... não vamos pensar no que passou, apenas vamos tentar mudar isso... ele está irritado, é criança e foi arrancado da sua casa... do lar onde cresceu - suspirei triste.

Refúgio: É a verdade... eu quis te deixar feliz e acabei destruindo a nossa família... como vamos mudar tudo isso? - o olhei sofrida - como Dionísio?

Dionísio: Shiii... não fala isso... nós dois erramos... pensamos apenas em nós e não em nossos filhos - sussurrei lhe acariciando em meus braços - nós vamos mudar isso, faremos por nossos filhos - me afastei um pouco segurando o seu rosto - eu te amo Refúgio e isso nunca, nunca vai mudar... ninguém irá tirar esse amor daqui de dentro... eu amo os nossos filhos e estamos todos sofrendo com isso... eles são tão pequenos para compreenderam as burrices que nós pais fazemos - suspirei - mas nunca é tarde para corrigirmos isso... se você aceitar e estiver disposta, podemos ficar juntos... digo, morando na mesma casa... vamos cuidar dos nossos meninos juntos, lhes devolver a família que perderam - falei triste.

Refúgio: Acha que ainda podemos fazer isso? - questionei o olhando chorosa - que podemos fingir ser o que éramos? - toquei sua mão em meu rosto enquanto fechava os meus olhos, sentia seu toque que tanto me fazia falta.

¿Entonces... Que Somos? - Refúgio y Dionísio (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora