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Dionísio: A mesma prioridade que você tem Refúgio... me apoiou em tudo isso, agora está assim... quer me enlouquecer? Por Deus, se não queria isso, por que me incentivou tanto? Eu estou aqui... estou lá... estou na empresa... estou em todos os cantos... dou atenção às duas da mesma forma... antes sentava e conversava comigo, agora está assim... calada... arredia... agressiva... acha que não te amo? Se eu não te amasse eu não teria te dito nada, teria me divorciado e ido embora... mas não o fiz... fiquei ao seu lado, eu não te obriguei a aceitar isso... pensei que éramos um casal... que nos apoiariamos em tudo, mas estou vendo que não... que o meu amor pouco te importa... que nada do que eu faço, será suficiente...- falei pegando os documentos que estavam no sofá - me perdoe por tudo... Cristina me mandou uma mensagem e é algo que sinceramente me deixou sem ação... ela está grávida... ela não é minha única prioridade... pensei que você soubesse o que significava para mim... eu vou para empresa... tenho que resolver tudo, é melhor meter a cara no trabalho - falei me virando para sair dali.

Refúgio: Não Dionísio... não é a mesma...- o olhei vermelha - eu apoiei porque pensei que você fosse cair em si e ver que não precisa de outra mulher...- senti as lágrimas rolarem - mas agora percebo que não sou suficiente para você... é mentira... está mentindo com a cara mais limpa Dionísio... passa mais tempo com ela do que conosco... e não diga que não é verdade, porque sabe que é... se ela te liga você corre para lá... até quando está comigo e ela te manda uma mensagem você vai e responde na mesma hora... como quer que eu converse com você se mal me dá atenção Dionísio?... hum?... já perdi as contas de quantas vezes tentei fazer, mas você estava muito ocupado...- disse com raiva - quer saber da verdade?... acho sim... acho que já não me ama... e você não faz nada para me provar do contrário... muito pelo contrário... sua ações me mostram que não me quer mais... que só está aqui por nossos filhos...- disse em meio às lágrimas - vai idiota...- gritei - eu te odeio Dionísio Ferrer...- falei após sentir o impacto daquele notícia - vai atrás dela... da sua única e maior prioridade... eu fiz para te ver feliz... mas pouco me importa... olha como estou agora... que se dane você e ela... vai ficar com a mulher que tanto ama e deseja... esquece que existo Dionísio... que um dia existi em sua maldita vida...- falei em prantos e saí indo para o quarto, onde me joguei na cama me desmanchando em lágrimas.

Respirei fundo ouvindo tudo que ela falou e me senti tão mau. Realmente eu estava assim, mas não porquê Cristina era minha prioridade e sim porque ela estava se adaptando a tudo na cidade. Deixei as coisas ali no sofá, mandei uma mensagem para Cristina e fui para o quarto.

📲 Me desculpe agora eu não posso conversar... te prometo que quando voltar o faremos 📲

Entrei no quarto e me aproximei da cama, onde Refúgio estava.

Dionísio: Reh... eu te amo... eu sei que sou um idiota por tudo que fiz e faço... principalmente por te fazer sofrer dessa forma... mas... você é o meu amor... a mulher que me deu uma família... que mudou a minha vida... eu não fazia idéia do quanto estava te magoando... eu te juro que não queria isso e te falei... meu amor... olha para mim... me escuta... eu estou aqui... eu te amo... você é suficiente... nunca busquei nela o que não tive com você... me deu um mundo... me deu tudo que amo...- suspirei lhe acariciando com amor.

Refúgio: Não... eu não sou...- o olhei sofrida - eu faço de tudo por você Dionísio... por anos venho dando a minha vida por você... para te ver feliz... até aceitei tudo isso para te fazer feliz... mas e eu?... - solucei - sabe como estou?... como me sinto?... não... você não sabe... tem estado muito ocupado com tudo... você mudou tanto nesses últimos meses... é como se eu não existisse mais... do que adianta eu ter mudado a sua vida?... você nem imaginava como eu estou me sentindo Dionísio... sempre percebia quando eu estava mesmo que um pouco triste... agora nem isso...- passei as mãos em meu rosto - você não buscou nela porque provavelmente ela te deu coisa melhor... é por isso que não liga mais para mim...- solucei me levantando na cama meio desnorteada - até nossos filhos já perceberam e sentem a sua ausência... me sinto tão só Dionísio... tão abandonada... me sinto um nada... estou enlouquecendo nessa casa... eu já não sei o que dizer quando os meus filhos me perguntam de você... não sabe como me destrói ouvir o Cristian perguntar que horas você vai chegar para brincar com eles ou quando o Maycon quer saber se você não vai voltar para casa e ensinar a lição de casa ou os colocar para dormir... como me dói ver eles ficarem te esperando e irem para cama com um olhar triste.

Me levantei e fui até ela, lhe abraçando apertado.

Dionísio: Meu amor... me perdoe por tudo isso... por estar te machucando dessa forma... por ter deixado você... os nossos meninos... por te fazer sentir isso... ela não me deu algo melhor Reh... meu amor eu não quero falar sobre ela... eu quero te cuidar... quero te demonstrar que estou aqui... que não vou a lugar algum... que vou cuidar dos nossos meninos...- sussurrei beijando os seus cabelos - eu só te peço um pouco de calma... prometo que irei resolver tudo isso... Reh eu te disse que não te faria sofrer e não vou... não mais...- falei segurando seu rosto - ainda confia em mim? Pode me dar essa chance?

Refúgio: Não quer falar sobre ela Dionísio, não é o que fez por todos esses meses...- o olhei doída - a Cris fez isso... acredita que a Cris fez tal coisa?...- dizia falando o que ele havia dito - é só o que tem dito quando está aqui comigo... não, você não está... sempre que parece que vai ficar, me machuca indo atrás dela... você me pediu a mesma coisa há meses atrás e olha como estou agora... você já fez Dionísio...- gritei me soltando dele - está me matando sem nem perceber...- solucei - olha para mim... como estou... perdi peso e nem percebeu... há dias não me alimento direito e nem viu... eu já não confio em ninguém... você me prometeu que não iria me deixar... que apesar de tudo iria me cuidar... que não me deixaria em hipótese alguma... e olha agora.

Dionísio: Estou tentando Refúgio...- falei irritado - mas olha o que faz... me acusa... me manda ir... é isso que estou fazendo... indo... acha que não me machuca também? Eu estou errado e vou corrigir o meu erro, mas e você? Só vejo cobranças e mais cobranças... sabe que eu não faço isso, não chego em casa e fico falando da Cristina... por Deus Refúgio... me colocou nisso, me apoiou e agora está assim... me joga para os braços dela sem nem sentir... me afasta... não me permite te abraçar... te beijar... ter um momento com você e não é de sexo que estou falando... você já não me suporta...- respirei pesado - para mim já deu... sempre é isso... eu não tenho mais paz em minha própria casa, vou trabalhar... pelo menos lá o inferno é mais calmo - saí do quarto batendo a porta com raiva.

Refúgio: Ah não fala?... tem certeza?... não é o que eu escuto Dionísio... então agora eu sou mentirosa... eu cobro... cobro o que dou e não recebo... cobro o que disse que me daria e não dá...- gritei irritada - o fiz porque você mudou Dionísio... e não venha dizer que é mentira, porque sabe que não é... já estava diferente até comigo... eu pensei que você fosse ficar com as duas igualmente, como disse que o faria... mas não o fez... o que quer que eu faça?... hum?... que te abrace e te beijei como se nada estivesse acontecendo?... olha bem para mim... como quer ter um momento comigo se mal está aqui?...- questionei sofrida - se mal está me notando... eu sou a sua esposa Dionísio Ferrer... sou de carne e osso... não sou de ferro... vai covarde... foge quando já não tem justificativas... é sempre assim... vai me perder Dionísio... e quando isso acontecer não terá mais nenhuma oportunidade de recuperar...- gritei jogando um dos jarros na parede e chorei desesperada e cheia de dor... naquele instante eu só queria sumir e chorar até perder a consciência.

Entrei em meu escritório batendo a porta e fui até a pequena adega. Peguei a primeira garra que vi e comecei a beber. Definitivamente eu era um nada, havia destruído a vida da mulher que sempre esteve comigo e agora o faria com Cristina. Deus o que fazer? O quê? Virei o copo de vez, voltando a lhe encher.
Estava completamente perdido, não sabia mais o que fazer. Se tentava conversar com ela, acabava assim, brigando. Se não tentasse era pior. Nunca chegávamos a uma conclusão e ao que parece chegaria em breve, mas não de minha parte e sim da dela. Estava perdendo o meu grande amor, sem lutar.

Continua...

¿Entonces... Que Somos? - Refúgio y Dionísio (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora