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Refúgio: Mas não foi o bastante para você, não é? - senti uma discreta lágrima rolar enquanto sentia o seu toque - não sabe como me sentia sem você.

Dionísio: Foi... você sempre foi mais do que suficiente... fui eu quem não soube entender tudo isso... eu sei Refúgio... hoje eu sinto isso... principalmente por não estar com os meus filhos como eu gostaria - respirei fundo - é duro viver aqui, ainda mais sozinho... eu preferia não ter nada na vida, mas ter a minha família comigo... essa maldição que eu carrego foi tudo fruto de uma mau caráter... eu não queria ser assim Refúgio... não queria ser esse lixo de homem que pensa em ter prazer... em dar prazer... te fiz sofrer... fiz a Cris sofre... ela não merecia isso... você não merecia nada disso... fui tão tosco ao pensar que poderia viver um romance com ela... não medi as consequências dos meus atos... te joguei nos braços de outro - passei a mão em meu rosto e me levantei com raiva - eu tenho um desejo insano de acabar com a vida daquela mulher... ainda mais com a vida daquele infeliz... o meu próprio sangue - ri sem vontade - eu dei o mundo aquele mau agradecido e o que ele fez comigo? - joguei as garrafas de bebidas que estava na mesinha no chão.

Me levantei depressa quando o vi jogar as garrafas na mesa e me assustei um pouco.

Refúgio: Não fala assim Dionísio... o Gustavo não fez tudo sozinho... eu sedi a ele... eu também tenho culpa na história toda...- me aproximei um pouco e devagar o abracei por trás, deitei meu rosto em suas costas - por favor... não faz isso...- disse em um sussurro.

Senti os seus braços circularem o meu corpo e logo o seu corpo se juntar ao meu. Naquele momento fechei os meus olhos e tudo que consegui foi soltar um soluço, seguido de grossas lágrimas. Estava tão destruído, tão cheio de dor, de ódio e raiva por tudo. Por aquelas pessoas que me fizeram tanto mau, além de mim mesmo.

Refúgio: Não chora...- disse o apertando um pouco - você precisa tirar tudo isso do seu coração... raiva e ódio não trazem nada de bom Dionísio... eu sei que você sofreu e sofre com o que aquele mulher te fez, mas você precisa deixar isso no passado meu amor...- disse fechando meus olhos.

Dionísio: Eu não consigo - sussurrei em meio ao choro - não consigo...- solucei chorando - eu queria arrancar tudo isso Reh... matar de uma vez por todas tudo... mas eu não consigo... sou um fracasso.

Refúgio: Você não é um fracaso...- o virei para mim - nunca mais repita isso... você consegui sim, basta se esforça, Dionísio nada é impossível... você não é de ferro... tem as suas falhas, mas tem que ter coragem para enfrentar seus traumas e os vencer.

Dionísio: Eu não tenho Reh...- toquei o seu rosto - eu não tenho mais porquê lutar... eu perdi tudo que tinha... a minha vida toda é uma farsa... tirando você... os nossos filhos... eu não sou nada... nada.

Refúgio: Não tem?...- segurei em suas mãos que estavam em meu rosto - nossos filhos não te são motivos suficiente?...- senti algumas lágrimas rolarem... o ver daquela forma estava me despedaçando por completa - você tem os nossos meninos Dio... ainda os tem... tem a mim... não é porque não somos mais casados que não podemos mais ser amigos.

Dionísio: Eles são... mas não é a mesma coisa...- sussurrei vendo as suas lágrimas rolarem - nada é como antes... eu me sinto tão sozinho... tão sem rumo... não consigo ficar nessa casa... não sou mais aquele homem... eu não quero apenas a sua amizade... eu não consigo Refúgio... me perdoe...- sussurrei fechando os meus olhos.

Refúgio: Eu sei que não é o mesmo... não somos Dionísio...- disse olhando em seus olhos e o abracei com cuidado - por que não consegue? É tão difícil ficar perto de mim?

Dionísio: Porquê eu te amo Refúgio... você não sabe o quanto é difícil estar ao seu lado e não poder te beijar... te tocar... não ser o seu marido... o seu amor... não dormir com você... te cuidar... cuidar dos nossos meninos - sussurrei lhe acariciando com amor - estar com você é impossível Reh.

¿Entonces... Que Somos? - Refúgio y Dionísio (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora