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Refúgio: Calma... calma...- disse meio nervosa, estávamos sozinhas e tive que pensar e agir rápido - vamos para o hospital, está bem? - disse pegando minhas coisas e algumas dela... lhe ajudei a levantar com cuidado e logo saímos... descemos e entramos em meu carro - vai ficar tudo bem Cris... só respira...- disse e saí dali o mais rápido possível, liguei para Dionísio e para Benita lhes falando para onde estávamos indo, iríamos nos encontrar lá.

Com a ajuda dela chegamos ao hospital e fui levada para ser atendida. A hora que eu mais ansiava havia chegado e para o meu desespero não era como eu imaginava.

Tempos depois...

Assim que terminei de examinar Cristina saí e fui falar com Refúgio.

Dra: Cristina está em trabalho de parto...- falei séria - estou preocupada com o seu quadro.

Refúgio: Já? - sorri feliz mais logo deixei de sorri por ver sua face e o que disse - como assim?... por que esta preocupada?... o que houve com ela?

Dra: Sua pressão está muito alta e não baixa... nós estamos monitorando... é arriscado um parto nessa situação, mas não podemos esperar... temos que lhe submeter a uma cesárea... ela e a criança estão correndo risco - falei com pesar.

Refúgio: Ai MDS...- disse nervosa - eu posso ficar com ela Dra?... por favor me diz que sim...- disse quase implorando.

Dra: Claro... será bem melhor para ela ter alguém ao seu lado... me acompanhe... ela já está na sala, vamos nos preparar para entrar.

Refúgio: Obrigada - disse indo com ele para me preparar... após estar pronta fomos para a sala e ali vi Cristina deitada na cama, sendo preparada para a cirurgia.

Cristina: Reh...- segurei em sua mão com um pouco de força - quero te pedir uma coisa minha amiga...- suspirei deixando algumas lágrimas saírem.

Refúgio: Calma Cris...- disse a olhando preocupada - vc vai ficar bem...- lhe sorri nervosa- as duas vão... agora fica calma... ta?..

Cristina: Cuida da minha menina Reh... cuida bem dela... eu sei que apesar de tudo você a ama e sei que será uma excelente mãe para ela - pedi chorando - eu não vou poder... não vou.

Refúgio: Não diz isso Cristina... olha, você vai ter a nossa menininha e vai ficar bem...- senti meus olhos se encherem - vai ficar bem... você precisa... não pode nos deixar Cris.

Cristina: Eu sei que não vou... sinto isso...- fechei os meus olhos respirando fundo.

Dra: Nós vamos começar o procedimento... se sentir qualquer coisa diferente nos avise, por favor - a olhei e logo comecei a incisão... ela já havia tomado a anestesia minutos antes.

Concordei com a médica e respirei fundo sentindo Refúgio segurar a minha mão. Eu sabia que essa seria a única vez em que veria a luz dos meus olhos. A menina por quem estava dando a minha vida seria muito feliz e muito amada por eles, disso eu tinha a plena certeza, pois há anos eu sentia isso. Não demorou muito para que ouvisse aquele chorinho que me encheu o coração de tanta paz e amor. Finalmente teria a minha continuação e mesmo que eu não estivesse viva para lhe cuidar, sei que ela teria uma ótima mãe e um ótimo pai, além da Benita e dos seus irmãozinhos. Podia sentir as forças de meu corpo se esvaindo lentamente, me deixando cada vez mais debilitada. Naquele instante senti a minha pequena ser colocada ao meu lado na mesa de cirurgia e seu choro cessar ao sentir o meu calor. Fechei os meus olhos e chorei. Chorei por saber que não teria a dádiva de cuidar dela... de acompanhar todo o seu desenvolvimento... de lhe aconselhar quando estivesse adolescente... tirar todos os seus medos... eu não seria a sua mãe. Virei o meu rosto com cuidado e lhe beijei como pude.

¿Entonces... Que Somos? - Refúgio y Dionísio (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora