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Dionísio: E assim será Reh... como ela quis... precisamos resolver tudo isso - suspirei triste - preciso que fique com a Valentina, vou providenciar tudo para o sepultamento da Cris... tenho que conversar com a Benita... você consegui avisar a ela que Cris estava vindo para o hospital?

Refúgio: Uhum... consegui sim... mas não sei porque ela ainda não chegou...- disse limpando meu rosto como pude - você tem que ir... vai... eu me viro aqui.

Dionísio: Vou ligar para ela novamente - beijei seu rosto e peguei o meu celular do bolso - tenho que esperar a médica meu amor... ela ainda vai liberar o corpo e também quero vê-la antes de prosseguir com tudo - falei triste.

Refúgio: Vou me informar de como a Valentina está...- disse meio perdida e é como eu estava - qualquer coisa me chama.

Dionísio: Está bem meu amor... vou te esperar aqui - beijei a sua testa - quer que eu te acompanhe? Sei que não está muito bem Reh... não precisa fingir - toquei seu rosto em uma calma carícia.

Naquele momento vi Benita surgir bem ali e se aproximar de onde estávamos.

Benita: Meus filhos... onde a minha menina está? Como elas estão? Me desculpem a demora, estava do outro lado da cidade e o trânsito não ajudou em nada - falei ofegante.

Refúgio: Não meu amor... não se...- iria falar mais naquele instante vi a Benita chegar e se aproximar, não soube o que fazer naquele instante a olhei e só conseguir sentir as lágrimas descerem novamente - Ben...

Benita: O que aconteceu menina? Onde Cristina está? Onde está a pequena? - questionei preocupada vendo ela chorar - me falem.

Refúgio: A bebe está bem... ela é linda Ben... é a cara da Cris...- a olhei tentando criar coragem de falar tudo - Ben...- me aproximei dela - precisamos conversar.

Benita: Falem de uma vez por todas... o que aconteceu a Cris? O quê? - perguntei sentindo um terrível aperto em meu peito.

Refúgio: Houve uma complicação na hora do parto Ben... ela precisou fazer uma cesária por causa do problema da pressão... depois que a Valentina nasceu ela...- chorei a olhando - a Cris... a Cris... não aguentou Ben...- disse cheia de dor - a Cristina está morta...- disse em um fio de voz.

Benita: Não! Não...- ri sem vontade, porém sentindo as lágrimas já descerem por meu rosto - está brincando menina... a Cris está bem... eu sei que está... ela não me deixaria... não deixaria a nossa menina... não deixaria.

Refúgio: Como pode achar que eu brincaria com algo assim Ben...- a olhava sem conseguir parar de chorar - eu estava lá... eu vi...- solucei.

Dionísio: É verdade Ben... a médica veio nos confirmar... infelizmente a Cris não suportou...- lhe abracei como pude - chora... deixa tudo isso sair... você não está sozinha... não te deixaríamos nunca... eu sei o quanto ama a Cris... nós também Ben... e agora tudo que nos resta são as doces lembranças de tudo que vivemos juntos... vamos cuidar da Valentina e honrar a memória de sua mãe.

Refúgio: Vamos manter ela viva em nossas memórias e nas memórias da nossa menina... sempre... ninguém vai apagar ela, nunca.

Abracei o meu menino e chorei como pude. Era algo quase impossível de se assemelhar, mas que estava acontecendo e infelizmente seria a nossa realidade.

Consolei a Benita e pouco depois saí, deixando ela com Refúgio. Acompanhei a médica até onde estava o corpo de Cris e entrei. Ela me deixou ficar sozinho por alguns minutos com ela e saiu da sala. Confesso que o meu coração explodiu de dor ao vê-la ali, sem vida. Já não era mais aquela adorável e encantadora menina, que chegou em nossas vidas e mudou tudo. Sei que ela já não estava mais ali, era apenas o seu corpo e não adiantaria falar ou fazer nada. Voltei a cobrir o seu rosto e saí. Peguei todos os documentos com a médica e fui resolver o que era necessário para o sepultamento dela. Era chegado o momento de lhe darmos o descanso, de nos despedirmos de alguém que era parte de nossa família. Alguém que além de nos deixar, levava um pouco de cada um de nós e que ficaria para sempre em nossos corações.

Dias depois...

Após sepultarmos a Cristina, tratamos de resolver tudo para a Benita ficar em nossa casa e levar as coisas da nossa menina. Não deixaríamos ela sozinha, isso nunca. Benita era bem mais do que uma babá para mim e meu irmão, era como se fosse a nossa mãe e cuidaria dela até depois de minha morte se fosse necessário. Dei graças a Deus por mesmo em meio a tanta dor ela está bem e um pouco feliz. Nossos meninos adoravam ela e faziam questão de sempre lhe alegrar. Valentina estava bem, apesar de ter nascido bem antes do seu tempo e graças à Deus não necessitou de ficar muito tempo no hospital. Ela estava em sua casa, sendo bem cuidada pelo meu amor. Tentava me desdobrar em vários, entre a empresa e a minha família. Eles sempre viriam em primeiro lugar, independente da situação.

Após ajeitar meus filhos e deixá-los com Benita decidi sair e compra algo para usar a noite com o meu pudizinho. Após me arrumar, pegar minha bolsa e chaves fui em direção ao meu carro.

Há muito tempo estava preparando para retornar e havia feito, só que não era momento para me aproximar ainda. Sabia de tudo que estava se passando ali e me enlouquecia saber que a minha Cruella estava ao lado daquele homem que tanto lhe causou danos. Mas isso não ficaria assim, não mesmo. Naquela manhã consegui me aproximar da casa e após me certificar que aquele homem não estaria ali, coloquei meu plano em ação. Quando vi que ela iria sair me aproximei e lhe abracei por trás, lhe apertando junto ao meu corpo.

Gustavo: Que saudades Cruella...- sussurrei em seu ouvido - finalmente nosso castigo acabou meu amor... vai vim comigo... vamos dar uma volta.

Soltei um grito ao sentir aqueles braços grandes e fortes me abraçarem daquela forma, e quando vi quem era não pude acreditar.

Refúgio: Gustavo?... o que está fazendo?... - tentei me soltar dele - se teu pai te encontra aqui ele te mata... me larga... eu não vou a lugar algum contigo...- disse tentando me soltar dele.

Gustavo: Ele não é o meu pai Cruella... nunca foi...- sai arrastando ela para o meu carro - vim pegar o que me pertence e me dará por bem ou por mau - coloquei ela dentro do carro, entrei e saí dirigindo - vamos para o meu lugar favorito... hoje vamos começar a reviver o nosso delicioso passado - sorri malicioso enquanto dirigia o carro.

Refúgio: Não Gustavo...- disse tentando abrir a porta do carro e lhe olhei - não vamos reviver nada... acabou... para o carro... aonde está me levando?... Gustavo... me deixar sair.

Gustavo: Não deixo Cruella e acho bom ficar calminha... as coisas podem piorar e muito - sorri sem lhe olhar... levei algum tempo até chegar na casa onde tudo começou. Estacionei o carro, tirei ela de dentro e entramos... levei ela para o quarto em que era deles e lhe amarrei na cama - aqui foi o lugar que eu tanto desejei te possuir... rindo da cara do seu querido maridinho... pobre Sr Ferrer - ri com maldade - ainda bem que não levaram a mobília... hoje vamos fazer tudo Cruella... vamos rir juntos do corno - beijei lentamente o seu decote - não precisa ter medo meu amor, vai ser maravilhoso para nós dois.

Refúgio: Para com isso Gustavo... - disse tentando me soltar das amarras - para... me solta...- disse nervosa e meio assustada - me soltar, por favor... você não pode me forçar a nada.

Gustavo: Te forçar? Mas eu não vou te forçar a nada cerejinha - sorri me levantando da cama - nunca te forcei e sabe disso meu amor... não lembra de como fizemos tudo nessa casa? Do que vivemos e de tudo que não pudemos por causa do maldito Dionísio? - falei entre dentes - ele não vai mais nos interromper... não vai meu amor, pode ficar tranquila.

Refúgio: Não fala isso Gustavo... não fala assim do teu pai...  disse tentando me levantar - me solta... essas cordas estão me machucando Gustavo... eu lembro de tudo... me lembro... mas não podemos fazer nada... entendi isso, por favor.

Gustavo: Eu já disse que ele não é o meu pai - esbravejei com raiva - eu não vou te soltar Refúgio... acho bom se acostumar com essa ideia... você é minha... minha... nunca mais será daquele maldito homem... nunca - sorri - meu amor eu amo o seu jeitinho de se fazer de difícil... fico ainda mais louco quando diz que não podemos... mas quando estou dentro desse corpinho delicioso, só me pede mais e mais de meu prazer.

Refúgio: Você querendo ou não é isso que ele é... seu pai...- disse me puxando - aaaii...- gemi de dor sentindo a corda me machucando - para com isso... isso faz parte do passado... eu sei o que fizemos e o que eu fiz... mas já não existe mais...

Continua...

¿Entonces... Que Somos? - Refúgio y Dionísio (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora