A partir de agora, vamos entrar num arco onde será Anthony nos guiando pela obra. Espero que curtam conhecer um pouco mais de Tony. <3
Anthony Narrando7 anos atrás
Estava me sentindo deslocado, talvez tenha sido uma péssima ideia ter mudado de curso e de Universidade, já estava me consolidando na Estadual, mas a chances que a Federal poderia me dar... eram únicas. Olhava ao redor e todos já pareciam ter suas próprias panelinhas, meninas bonitas com meninas bonitas, caras metidos a goodvibes e mais uma porrada de gente que eu não sabia nem o primeiro nome. A semana de recepção sempre me pareceu um inferno, mas duas pessoas estavam me chamando a atenção: um cara que não parava de encarar minhas tatuagens e uma menina que me olhava estranho. As outras garotas me encaravam com "aquele olhar." E pode parecer estranho, mas não gosto quando isso acontece, quer dizer, principalmente agora que eu só penso em focar 100% no curso.
Me sento em um dos bancos da praça do Departamento e observo a muvuca. De repente, o cara que encarava minhas tatuagens senta ao meu lado.
— Muito foda essa tua tatuagem no braço, mano. — ele solta, eu dou um sorriso. Finalmente interação humana. — Sou Jairo, prazer.
— Sou Anthony. — digo, sorrindo. — Como pode já ter panelinhas se basicamente todos se conheceram hoje? — Questiono Jairo, que parecia não se encaixar em nenhuma panelinha também. Puxo um cigarro e ascendo.
— Boa pergunta. Acho que muitos se conhecem da escola. — solto uma risada com o cigarro entre os lábios. —É meio bizarro, mas é um privilégio de quem teve grana pra estudar em escola cara e ter a certeza que entraria na Federal.
— É isso mesmo, mano. — respondo, sorrindo e oferecendo para Jairo um trago, que recusa. — Você conhece aquela garota? — digo, apontando com o queixo para uma menina negra de cabelos cacheados e armado que parecia tão deslocada quanto nós.
— Não. Mas ela é linda. — Jairo disse e suspirou. Primeira semana de aula e já está apaixonado? Um grande erro.
— Ela é mesmo. — vejo que ela está me encarando novamente. Dessa vez faço questão de encara-la também. — Vamos dar uma volta, estou cansado dessa recepção. Já conheço a Universidade, quer que eu te faça uma tour sem lenga lenga? — perguntei a Jairo, que pareceu mais animado.
— Com certeza. — saímos do departamento e andamos em direção ao resto da Universidade.
***
Uma semana depois.
— Conversei com aquela garota. — Jairo surge ao meu lado no restaurante universitário. — Foi na sexta-feira. O nome dela é Flor. — ele responde. Eu já sabia disso, o nome dela é Flor, ela é aquariana e tinha um ex-namorado muito bravo.
— É mesmo? — eu respondo, não vejo motivos para contar a Jairo o que aconteceu. — Ela parece ser muito gente boa. — E ela era mesmo, gente boa, inteligente, linda e gostosa.
— Ela é! Chamei-a para almoçar conosco hoje. Oh ela ali! — Jairo acenava para Flor, que parecia radiante, ela estava vindo em nossa direção com seu bandejão em mãos. Usava um macacão amarelo que caiu perfeitamente em seu corpo, seus cachos estavam presos em um coque e alguns cachos caiam graciosamente. Suspirei fundo, não poderia deixar que isso virasse algo, era muito, muito arriscado se envolver romanticamente com alguém logo no início do curso.
— Oi! — ela sentou ao lado de Jairo, que era a minha frente. Ela me olhou e sorriu de lado. — Oi, Anthony.
— Oi, Flor! — digo, tentando não parecer mais animado do que eu deveria.
— Já se conhecem? - Jairo pergunta. Vejo que Flor sorriu de lado.
— Só de vista. — ela responde. Jairo nos encara.
— Está um calor desgraçado, viu? — Jairo reclamava. — Vou encher minha garrafa de água, já volto. — Jairo vai embora, me deixando sozinho com Flor em minha frente.
— Então... não disse pra ele que eu sou doida, né? — ela diz, rindo. Dou um sorriso também.
— Claro que não. Você merece fazer novas amizades, mas olha, com você entre nós, formamos a panelinha dos desajustados e excluídos do primeiro semestre. — ela soltou uma risada gostosa.
— Desculpa novamente por... Rafael. Ele é doido, mas prometo que nunca mais isso vai acontecer. — ela sorri e dá sua primeira garfada.
— Já disse que não tem problemas, Flor. Não foi culpa sua. — digo, sorrindo e voltando a comer.
— Eu sei! Mas é que você parece ser uma pessoa muito massa, parece injusto o que aconteceu. — ela diz.
— Bom, ele ter me dado um soco foi muito injusto, mas depois você cuidando de mim, eu achei muito justo. — digo, notando ela sorrindo enquanto mastigava.
— Olha, aquilo... Aquilo foi ótimo, de verdade. Mas não quero me envolver com ninguém ainda. Estou recém-solteira e estou na Universidade... não parece justo comigo mesma. — ela sorriu, fiquei um pouco... triste? Mas ela tinha razão, toda a razão.
— Claro, claro. É isso mesmo. Somos amigos. — digo, sorrindo e a oferecendo minha mão.
— Amigos. — ela apertou e riu.
— Vocês fecharam algum negócio por acaso? — Jairo retorna.
— Sim, fundamos o clube dos desajustados 2013.1. — Flor diz, sorridente.
— Gostei. — Jairo responde. — Já podemos criar um grupo no whatsapp.
— Anote meu número ai. — Flor deu o número para Jairo, e então, nos 3 fazíamos parte daquele trio.
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O Sol Pela Janela [EM ANDAMENTO]
RomanceEntre casamento de amigos e dissertações de mestrado, Flor se vê obrigada a assumir uma postura mais responsável diante de seus próprios sentimentos e assumir ao seu melhor amigo colorido e colega de faculdade que é apaixonada por ele: mas essa conf...