Capítulo 39 (Anthony)

18 1 22
                                    

Anthony.

Dias depois...

— Você está sorrindo pro vento. — Eduardo me acusa.

— Eu acho que nunca me senti tão feliz assim na vida. — eu digo, enquanto fazia o nosso café.

— Eu acho que nunca te vi assim, também. — ele responde. — Flor te faz mesmo bem. — ele sorri.

— Você não tem nem ideia. — digo. — Pronto, café feito.

— Você vai para a Universidade hoje?

— Acho que sim, preciso resolver algumas coisas antes do resultado da Bolsa.

— Vamos no Cajazeiras mais tarde? Por favor! — Eduardo pedia. — Faz um tempo que não vamos. Vou sentir sua falta por lá quando for embora.

— Vamos sim, eu também vou sentir sua falta Edu. — eu o abraço. — Não sei o que é existir sem sua presença. Vai ser difícil.

— Sim. Mas vou ficar bem, irei te visitar nas férias. — Às vezes esqueço que Eduardo tem dinheiro.

— Vá mesmo. — eu digo, rindo. — Agora, eu nem sei para onde eu vou. Se vou mesmo para Salamanca, ou para Paris. Ou qualquer outro lugar, ou se ficarei...

— Deixe para o Tony do futuro se preocupar com isso. Mas tá tudo certo com passaporte e etc?

— Sim. Fiz quando decidi que queria estudar fora mas nunca imaginei que iria mesmo. — Eduardo ri.

— Só você mesmo. Porque eu sempre tive certeza. — Eduardo ascende um cigarro enquanto bebe o café. — Você vai adorar Salamanca. Já estive por lá em um verão.

— Mesmo? — pergunto.

— Sim. Depois de mando os lugares mais tops de lá. Mas é importante saber que a maioria é frequentado por LGBTS.

— Tudo bem. — digo. —Acho até melhor. — suspiro. — Acho que vou passar na casa de Flor antes da universidade.

— Vocês não se cansam de ficar tão grudados? — Eduardo me perguntou.

— Não mesmo. Depois de sete anos sem poder dizer a mulher mais linda do mundo que eu a amo, tempo nenhum é demais. — digo, rindo, e saindo.

— Vocês são uns baitolas mesmo. Não vai nem tomar café? — ele pergunta.

— Tomo por lá! Bom dia! — me despeço de Eduardo e vou quase correndo até a garagem. E talvez recebesse uma multa por velocidade alta. Mas não me importava. Eu só queria ver minha namorada.

Cheguei em seu prédio e subi correndo. Não a avisei, não porque queria fazer surpresa, mas sim porque estava com tanta vontade dela que esqueci. Cheguei em seu andar, e logo na porta da sua casa, toquei a campainha e quando Flor abriu, a beijei como nunca. Ela sorriu e pulou em meus braços. Acho que Floribella era a mulher mais cheirosa do mundo.

— Por cristo, Tony! Nem me avisou! Eu estava quase saindo! — observo Flor. Usava uma gola alta, com uma calça comprida. Estava linda. Seus cabelos estavam presos em um coque.

— Perdão, minha Deusa. É que eu vim correndo, praticamente. Inclusive provavelmente recebi minha primeira multa. Eu só queria te ver, logo. — os olhos de Flor brilhavam. Eu só queria me fundir em seu corpo.

— Eu te amo demais, maluco. — ela diz, me beijando. — Você vai para onde?

— Estou indo na Universidade. E você? Para lá também?

— Não. Não tenho mais o que fazer por lá, amor. Vou numa amiga de Lili, trançar o cabelo. — ela sorri. Misercordia. Vai ficar tão linda. — Eu ia te avisar, mas esqueci. Vou ficar por lá um bom tempo.

— Você vai me matar de amor e paixão, garota. — ela me agarra. Como eu amo sentir seu calor. — Vamos, eu lhe dou uma carona.

— Mas é claro que sim. É sua obrigação como meu namorado. — ela diz, brincando.

— Você é minha deusa, tudo que você quiser eu farei. — ela sorriu safadamente para mim.

— Tudo? — ela pergunta, mordendo os lábios.

— Tudo. — respondo. Ela sorri, tranca a porta de seu apartamento e me olha novamente.

— Bom saber. — Flor pisca o olho. Sinto meu corpo inteiro queimar e o coração bater mais forte. Nunca pensei que uma única pessoa pudesse me causar tantas sensações.

Entramos no elevador e Flor ajeitava-se no espelho. Eu encarava como se ela realmente fosse uma divindade. Acho que nossos filhos seriam perfeitos. Existe um certo preconceito no senso comum que diz que mulheres cientistas são feias ou desajeitadas. É uma classificação extremamente machista, quem inventou isso certamente nunca conheceu Flor. Ela conseguia ser a mulher mais linda, e a mulher mais inteligente que eu já conheci na vida. Isso só me encantava mais ainda. Era como se ela realmente... fosse a mulher perfeita para mim. Mas eu não acredito muito nisso, que existem pessoas pre -destinadas. Mas não dá para ignorar que nossa história foi digna de filme. Eu só espero que possamos ter um final feliz, digno de um romance clichê agua com açúcar.

Entramos no carro. Flor falava sobre Talita e Barbara, mas eu só conseguia admira-la. Admirar sua voz, sua postura, sua pele, sua boca. Por cristo, eu estava ficando cada dia mais apaixonado por aquela mulher. Eu não sabia que eu guardava tanto amor.

— Eu te amo. — eu digo a ela, enquanto estávamos parados no sinal, e ela falando sobre algum artigo interessante que leu. Ela sorria.

— Eu te amo, mais. — ela fala, me olhando com os mais belos olhos do universo. — Sabe, Tony, eu sinto que vamos ficar juntos para sempre. — dou um sorriso. Eu também.

— Sim. Eu sinto isso também. Acho que não quero nunca mais ninguém como eu quero você. — respondo.

— Você é o amor da minha vida. — Flor beijou minha bochecha. — Agora olhe para a frente que o sinal abriu.

Nossas conversas sempre eram cheias de emoções e narrativas, principalmente ligadas a ciência. Discutíamos o artigo que ela citou.

— Acho que devíamos escrever uma tese juntos. — ela fala. Eu fico surpreso. — Nossos temas se esbarram demais, amor. Trabalho doméstico e abolicionismo penal. Imagina que delicia, nós dois publicados juntos! — os olhos dela brilhavam. Acho que meu coração batia mais rápido. O tesão que Flor tinha pela pesquisa era igual o meu. Talvez nosso tesão sexual tenha nascido disso. No fim, Bourdieu estava certo.

— Seria incrível mesmo. — Respondo.

— Puta merda. Somos o casal perfeito! — ela riu, eu tmbém. Mas era verdade. — Pronto, meu anjo. É aqui. Muito obrigada por ser tão maravilhoso, te amo.

— Te amo. Posso lhe buscar se quiser. — ela sorri. — Me liga, tá?

— Tá bom, boa sorte na Universidade. — ela me beija e eu sinto vontade de não solta-la.

— Mais tarde, vamos no Cajazeiras? — pergunto. Flor sorriu.

— Claro! Tchau amor.

— Tchau, amor. — a deixo no cabelereiro e vou em direção ao departamento. Mas minha única vontade no momento era dela. 

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 23, 2021 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

O Sol Pela Janela [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora