Capítulo 2 (Flor)

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Acordo com meu despertador gritando, sinto minha cabeça rodar, ontem chorei até dormir lembrando de Tony, ok, sei que não é certo mas... não tenho como controlar meus sentimentos estando sozinha, sei que não vai ser fácil encarar Tony sem Jairo agora, mas preciso viver.

Levanto da cama e vou em direção ao banheiro, meus olhos inchados de chorar pediam arrego, tá complicado ser eu aparentemente. Jogo um pouco de água no rosto antes de ir de encontro ao chuveiro, preciso me manter sã, perder tempo sofrendo por Tony só vai me atrasar, e tudo que eu menos preciso agora é atrasar a minha vida, pelo amor de deus!

Saio do banho e me arrumo, visto qualquer roupa aleatória enquanto escuto minhas músicas no aleatório, até que escuto a campainha tocar, estranhei, afinal ainda era tão cedo pra alguém vim me encher o saco. Amarro meu cabelo e vou em direção a porta, meio temorosa, metade de mim torcia para ser Tony, a outra metade torcia que não fosse ele.

- Já vai! - eu grito, enquanto procurava a maldita chave. Até que achei, e abri a porta.

Seria melhor se eu não tivesse abrido.

Rafael estava ali, de terno, com sua cara de apombaiado de sempre.

- Flor! - ele segurava flores. Ah, não.

- Rafael??? O que diabos está fazendo aqui uma hora dessas? - eu coçava a cabeça, confusa e puta.

- Vim me desculpar por ter sumido no casamento de Jairo... - Ah, era isso? Nem lembrava mais desse acontecimento, tanta coisa afetou minha cabeça depois daquele dia.

-Ah, relaxa, sem problema nenhum. - ele me olhava com aquela carinha de cachorro sem dono. Isso já não funcionava comigo a tanto tempo. Mas ao perceber que eu não me importei muito, seu semblante mudou.

- O que? Você não tá chateada? - agora o confuso era ele.

- Não, na verdade eu nem lembrava disso, Rafael, ando extremamente ocupada com minha dissertação, inclusive, tô atrasada pra aula, me dá licença que preciso terminar de me arrumar e ... - ele simplesmente ENTROU no meu apartamento.

- Pera aí, deixa eu pelo menos te dar uma carona pra faculdade. Eu fiquei mal por ter te deixado sozinha no casamento. - tive vontade de rir. Será que Rafael desconfia que eu e Tony transamos loucamente? Ou que eu e Tony escutamos ele e Barbara no banheiro? Acho que Rafael surtaria se soubesse.

- Não fiquei sozinha, Tony estava comigo. - senti o semblante de Rafael mudar novamente, mas agora para raiva, porém, ele nada falou sobre meu amigo.

- Imaginei. - ele sentou no meu sofá e pegou o celular e começou a mexer. Ainda era tão cedo pra eu ter que brigar com ex namorado que preferi apenas aceitar. Rafael tinha deixado as flores em cima da minha mesa de centro, eu gosto muito de flores, ele sabia, mas naquele exato momento eu não queria ver essas flores morrerem dentro do meu apartamento. Mas resolvi ignorar também, depois eu jogava fora. Voltei ao meu quarto e desliguei a música que tocava, penteei meu cabelo. É, até que eu estava bonitinha pra uma mestranda estressada que estava sofrendo pelo melhor amigo. Arrumo a pequena bagunça que fiz no meu quarto e quando estava prestes a pegar minha bolsa, escuto a campainha tocar novamente, Égua! Virou festa mesmo? Saio do meu quarto puta da vida mas vejo que Rafael atendeu a porta, sim, a porra do meu ex se achou no direito de atender a porta da minha casa, eu realmente preciso me livrar desse menino, mas o pior de tudo é que, na porta estava Anthony.

- O que diabos você está fazendo aqui? - Ouvi a voz debochada de Tony, eu não estou acreditando nisso.

- Eu que pergunto, seu filho da...

O Sol Pela Janela [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora