Capítulo 1 (Flor)

270 54 788
                                    


Acordei e não vi Tony ao meu lado. Suspiro fundo, é melhor que ele já tenha ido embora mesmo, não quero ter que lidar com isso agora. Estava atrasada. Corro para o banheiro e tomo um banho rápido, visto alguma coisa, pego minhas coisas e decido comer pela faculdade mesmo. Grande ideia de Jairo fazer um casamento em plena semana, bom pra ele que agora estava no meio de sua lua de mel, claro. 

Saio correndo do meu apartamento e vou em direção ao ponto de ônibus e felizmente meu busão chegou logo após. Sento-me e suspiro fundo. Não sei como vou parar de transar com Tony, ele me provoca muito tesão, mas preciso parar, estou apenas me destruindo com tudo isso, preciso focar na universidade, na dissertação do meu mestrado e no laboratório! Mas sinceramente, não sei imaginar meu futuro sem estar deitada ao lado dele, talvez eu precise de novas sessões de terapia.

- Flor! - sou acordada dos meus devaneios quando vejo Felipe, um amigo de Tony sentar-se ao meu lado. Droga.

- Fê! Quanto tempo né?

- Tempo demais! E aí, como tá a vida? - ele pergunta, me olhando.

- Ah, indo né! Tô terminando meu mestrado agora, preocupadíssima com a dissertação. - sorrio

- Aí sim, você está fazendo mestrado mesmo. Que beleza. - ele sorria para mim. Eu nunca tinha notado como Felipe era bonito, será que a paixão por Tony me cegou?

- Sim! - Sorrio para ele e tento lançar meu olhar mais sedutor possível. E de repente, aquele silencio constrangedor. Passaram alguns minutos e minha parada era a próxima.

- Então Fê, a gente se vê por aí! - eu digo e levanto-me, indo em direção a porta do busão.

- Tchau Flor! - ele diz e então eu desço e me livro daquela conversa desconfortável. Que droga. Felipe é lindo, porque eu não flertei direito?? Bom, me preocupo com isso depois.

Entro no meu departamento e vou em direção ao laboratório e encontro meu orientador lá.

- Bom dia Flor, cadê Jairo?

- Ah professor, Jairo tá em lua de mel! Casou-se ontem! - eu digo, fingindo costume. Que ele não me pergunte da dissertação.

- É mesmo? Que beleza. - ele diz e logo sai da sala. Suspiro aliviada. Sento-me e ligo meu notebook. Pego meu celular e vejo meu instagram enquanto meu notebook liga. Vejo que há um direct de Felipe.

- Aí, cristo... - eu digo, em voz alta.

"Florr! Nossa, foi ótimo te encontrar hoje. Não lembrava mais de como era maravilhoso admirar tua beleza. Tá afim de sair sexta? Chame Tony também, vai ser como nos velhos tempos."

- Minha nossa senhora! - eu digo, quase gritando.

- Quem morreu? - Levo um pequeno susto ao ver Tony bem ali na minha frente. Como diabos esse menino apareceu aqui.

- O que tá fazendo aqui garoto? - eu pergunto, tentando recuperar meu folego do susto.

- Não sei se você lembra Flor mas estudo aqui também. - ele disse enquanto procurava alguma coisa numa gaveta.

- Bom, até onde sei você não faz mestrado aqui. O que tá fazendo aqui? -

- Preciso de um texto que foi usado nesse laboratório essa semana, me ajuda? - ele pediu e eu ajudei ele a procurar o bendito texto.

- Hoje você saiu e nem disse nada. - eu digo, enquanto estava à procura do tal texto.

- Eu tive que sair às pressas. Desculpe Flor. - ele me abraçou mas eu me afastei. Preciso manter distância. Ele estranhou. - Ah qual é, me desculpa!

O Sol Pela Janela [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora