Anthony.
Estava nervoso para a prova, mas a presença de Flor me deixava certo de que era aquilo mesmo que eu queria. Como pude esperar por tanto tempo algo que sempre estava ao meu lado? O sorriso dela me dá ânimo para viver. Mas sabíamos que as coisas não iriam ficar assim por muito tempo, mas eu estava disposto a tentar.
A prova foi difícil. Minha dificuldade em escrever em inglês se fez presente, mas acredito que fiz uma boa prova. Sai antes de Flor, que ainda escrevia. Fui ao banheiro, lavei o rosto, bebi uma água. Desci e comprei um café sentei-me esperando Floribella terminar sua prova.
— Anthony. — enquanto bebia meu café, escutei aquela voz atrás de mim. Virei-me rapidamente que quase derramei o liquido preto.
O que diabos Julia estava fazendo aqui?
— Julia?! — eu tento raciocinar, mas tantas horas pensando me deixaram meio lerdo. — O que...
— Eu... eu tenho disciplina aqui. — ela suspira. Carregava uma caixa de sapatos em mãos. — Não se preocupe. Não estou te perseguindo. Só quero te devolver suas coisas. — ela me entrega a caixa de sapato. — Só isso. — Pego de suas mãos a caixa. Dentro estava algumas coisas que eu a dei durante esses anos. Engulo em seco.
— Não precisava devolver. — eu digo, colocando a caixa no banco de concreto.
— Sim. Eu precisava. — ela responde, meio ríspida. Sinto meu coração acelerar quando vejo Floribella caminhando em nossa direção.
— Julia? — ela para ao meu lado, parecia tão surpresa quanto eu. Percebi suas temporas tensas. Ela segurou minha mão, como quem dissesse que eu era dela.
— Flor. — ela respondeu, olhando nossa proximidade. Não acredito que Julia foi a primeira pessoa a saber do nosso namoro. — Estão juntos. — Julia afirmou.
— Sim. — Flor se impôs, mas não como se estivesse afrontando Julia. Apenas disse com firmeza, e sorriu para mim. Julia deu um sorriso cínico. Eu conhecia aquele sorriso.
— Eu imaginei. — ela responde. — Bom, felicidades! Tchau. — Ela se vira e vai embora de nossas vistas. Volto meus olhos para Flor, que parecia tensa.
— Essa garota me deixa meio tensa. — ela me olha e fala. Sentamos no banco.
— Relaxa. Ela só veio trazer algumas coisas que estavam com ela. — mostro a caixa. Flor a pega no colo. — Como foi? — pergunto, terminando de bebericar meu café que estava morno.
— Eu achei de boa. — ela responde, sorrindo e ajeitando os cachos. Flor usava seu cabelo de tantas formas e isso me deixava cada vez mais apaixonado. Seus cabelos antes amarrado em um coque, estavam soltos e armados. — Quer dizer, algumas coisas sobre a Espanha em si que eu mesma não me recordava, mas no idioma foi bem fácil, na verdade. O inglês também. — ela disse.
— E as perguntas sobre os três porquinhos*? Achou difícil? — ela riu.
— Não... quer dizer. Não esperava mas ao mesmo tempo era meio previsível que colocassem perguntas sofisticadas sobre sociologia. — ela disse. — Mesmo não gostando tanto assim do Weber, respondi as perguntas com maestria. — ela riu. — E você?
— Acho que sim. — respondo. — Está com fome? — pergunto, observando ela abrir a caixa e mexer nos antigos presentes de Julia.
— Estou morrendo! — ela responde, sorrindo. — Vamos comer em algum lugar? Um restaurante? — ela pergunta, se espreguiçando e logo depois me abraçando.
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O Sol Pela Janela [EM ANDAMENTO]
RomansaEntre casamento de amigos e dissertações de mestrado, Flor se vê obrigada a assumir uma postura mais responsável diante de seus próprios sentimentos e assumir ao seu melhor amigo colorido e colega de faculdade que é apaixonada por ele: mas essa conf...