Capítulo 6 (Flor)

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Acordei com o sol batendo em meu rosto, como eu já deveria ter previsto ontem. Me levantei e olhei meu celular, ainda era tão cedo, 6h da manhã. O sol tinha acabado de nascer. Felipe dormia ao meu lado, muito atônito da luz solar que pousava ironicamente do meu lado da cama. Fui em direção a janela afim de fecha-la mas me encostei ali e passei um tempo admirando o céu, o ar gélido da manhã, o cheiro de café da vizinha. Vou sentir falta disso. Encaro Felipe dormindo e tenho dó de acorda-lo, ele era lindo demais, mas parecia injusto, sabe? Porque apesar de ser lindo, ele nunca vai ser Anthony, e portanto, provavelmente nunca terá meu coração totalmente.

Saio do quarto e vou em direção a cozinha fazer um café, já que estava acordada mesmo. Deixo uma música qualquer tocando no celular enquanto preparava o café, e escuto notificação. Me aproximo do celular e vejo o nome de Anthony. Suspiro fundo e abro a mensagem: era só um meme tosco que ele me mandava pelo menos uma vez por semana. Tive que rir, sentia minhas bochechas doendo de tanto sorrir, apesar de tudo, é bom lembrar o quão boa era nossa amizade, e exatamente por isso que me distanciar dele era tão doloroso. Vai doer demais não receber meme idiotas dele pelo instagram.

— Eita que sorrisão. - tomo um susto ao escutar a voz de Felipe invadir a cozinha, por um momento esqueci totalmente que ele estava dormindo na minha cama. — Bom dia. - ele me deu um selinho e me abraçou.

— Bom dia! Você não tem aula hoje? - perguntei, na esperança de poder ficar sozinha com meus próprios pensamentos.

— Tenho, tenho sim. Mas se você quiser eu falto... - ele começou a beijar meu pescoço. 


—  Não, não falte. Nunca falte aula por ninguém além de você mesmo. - dou uma risada e me afasto. — Eu tenho que me preparar para a apresentação, acho que prefiro ficar sozinha. - vejo ele me olhar com frustação.

— Tudo bem, já entendi que você está me expulsando. - ele dá meia volta e vai em direção ao meu quarto.
— Não estou expulsando, Felipe! Mas preciso me concentrar nisso agora. - Sigo ele e o vejo procurar seus pertences.— Não precisa desse drama, pode tomar um banho, a gente toma café juntos. - reviro os olhos e vou em sua direção. — Olha pra mim, fica pro café pelo menos. - ele me encarou e sorriu.
— Fico. Mas vou tomar um banho. - ele me deu um beijo e foi para dentro do meu banheiro, por sorte ele deixou roupas aqui das outras vezes que dormiu na minha casa, aparentemente já somos um casal, só faltava os sentimentos fortes que não eram direcionados a ele...

Durante o café, enquanto eu passava um pouco de hommus no meu pão, percebi Felipe me encarando enquanto bebia o café, parecia meio inquieto.
— Aconteceu alguma coisa, Felipe? - perguntei, tentando entender sua expressão.
— Não, não Flor. É só que... - levantei uma sobrancelha, esperando a conclusão da frase. Meus pés estavam inquietos agora, receosos de Felipe lembrar da noite passada, e de como agi quando Tony chegou no bar.  — Você já sofreu racismo, Flor? - Me assusto com a pergunta, me sinto aliviada por não ter nada a ver com Anthony mas ao mesmo tempo confusa.
— Uma pergunta dessas essa hora da manhã, Felipe. - dou uma risada irônica. — O que você acha? Vai, utilize todo seu aporte teórico marxista. Vida acadêmica, mulher preta...
— Bem, é que, eu não sei se você se considera...— ele parecia bem, mas bem cuidadoso com cada palavra dita.
— Preta? - eu respondi, não aguentando mais nenhum segundo dessa conversa. — Bom, sim, eu me considero preta, apesar de ser bem mais clara que minha mãe. E obviamente que sim, já sofri racismo, sofro todo santo dia, infelizmente vivemos numa droga de estrutura racista e patriarcal, mas isso você com certeza já sabe. — ele me olhava meio envergonhado. Eu também não sabia muito bem como prosseguir essa conversa, e era cedo demais para discutir colorismo.
— Pois é, não sabia se você se considerava negra, parda, etc. - ele falou enquanto bebericava novamente o café. — Nunca falamos sobre isso.
— É, realmente nunca falamos sobre isso.— Me sentia meio esquisita depois dessa conversa, ele não parecia curioso, parecia meio preocupado. — Qual a importância disso pra você? — Será que alguém já perguntou pra ele se ele se considerava branco?
— Nenhuma, na verdade. Só queria saber mesmo. — ele sorriu e terminou de comer e beber seu café. — Bom, preciso ir agora. — Ele se levantou e eu levantei também e o acompanhei até a porta.
— Ontem foi muito legal. - eu digo, enquanto ele ajeitava sua mochila nas costas.
— Sim, foi sim. - ele me beijou novamente. O beijo de Felipe era tão bom. - Falo com você quando chegar na faculdade, até mais tarde. - e com outro beijo, ele sai do meu apartamento.

Entro em casa e a lembrança da minha mãe invade meu peito, fazia um bom tempo que eu não ia vê-la, e agora que existe a real possibilidade de eu mudar de país, seria bom vê-la. Ficava um pouco longe dali, obviamente, afinal eu me mudei de lá porque necessitava morar mais perto da faculdade, mas ainda sinto falta da companhia da minha mãe e dos gritos da minha irmã. Iria sentir falta de não poder ir vê-las a qualquer momento caso eu fosse mesmo embora.

Era por volta das 11h, tinha avisado a mainha que iria almoçar por lá hoje, ela parecia animada, mas talvez essa animação não dure tanto quando eu contar meus planos para o próximo ano. Eu já estava entrando no carro do uber quando recebo uma ligação de Anthony. Decidi não atender.
A viagem não demorou tanto quanto eu lembrava, talvez a minha pressa juvenil tenha me dando essa sensação, mas foi ótimo sair de um centro tão urbano e relembrar minha infância vendo as árvores desse bairro calmo onde cresci.

Ao sair do carro envio mensagem para minha mãe, avisando que já cheguei. Ela aparece abrindo a porta, usando seu avental de pintura já tão conhecido de mim. Tive vontade de chorar, mas apenas a abracei e entrei.
 — Desculpa a demora, Flor, estava pintando. - ela sorria.  Minha mãe era uma médica aposentada, trabalhou durante anos, sempre foi minha maior inspiração, apesar da sua tristeza de eu jamais ter me interessado por nenhuma área da saúde. Mas ainda assim, por muito tempo ser uma médica mulher e preta era uma barra fudida para se carregar, e minha mãe sempre se mostrou superior a todo racismo, e sempre ensinou isso a nós. Quando nosso pai faleceu a três anos, adquiriu um novo hobby: pintura. E claro, acabei me apaixonando pela pintura por tabela.
— Nossa mãe, faz tanto tempo que eu não pinto absolutamente nada.— Entro pela porta familiar e me sento no sofá aparentemente novo e enorme dela, mas a sala continuava a mesma.
— Você deixou todos os seus materiais aqui. - ela riu. — Anda, vem ver o que eu fiz com teu quarto. — Me assustei um pouco, achei que ela estava mantendo meu quarto intacto como a lembrança da filha mais velha que saiu do lar.
— O que a senhora fez com meu quarto? Uma academia? — andava com um certo rancor. Queria deitar na minha antiga cama agora, não correr numa esteira.
— Academia, Flor? Tenha dó. Transformei ele no meu ateliê. — ela abriu a porta do meu antigo quarto e me revelou um cômodo totalmente diferente, mas incrivelmente lindo. Cheio de pinturas espalhadas em telas, dois cavaletes, pinceis e uma enorme janela que não existia antes. Minha mãe mostrava orgulhosa as pinturas que tinha feito na semana. Minha mãe definitivamente era uma grande artista.
— Esses são algumas das telas que você pintou, ficaram aqui, lembra? — Ela abriu um grande armário que antes ficava onde era meu guarda-roupa e me mostrou meus quadros antigos.
— Nossa mãe, esses quadros... pintei quando o papai...— engoli o choro que vinha com a lembrança dele.
— Sim, querida. Eu sei. - ela parecia um pouco abalada, mas menos do que eu sentia que eu estava. Lembrar disso não era uma das minhas coisas favoritas no mundo. Principalmente quando eu lembro que já não morava com eles na época, eu poderia ter sido mais presente... No meio dos quadros que minha mãe me mostrava, surge uma pintura, talvez uma das primeiras que fiz, de um homem de cabelos pretos e longos. Era Anthony.
— Achei que tivesse feito essa pintura para o Tony. — minha mãe me dava o quadro para eu segurar.
— Eu nem lembrava disso. — eu disse enquanto admirava aquela pintura. Embaixo eu escrevi "amor 28-07-17".

"27 de julho de 2017"


— Obrigada por ficar comigo hoje, tá sendo uma merda tudo isso. —  Sinto meus olhos arderem novamente, a sensação de vazio no peito era constante, mas a lembrança ia e vinha. Tony estava deitado comigo na minha cama, enxugando minhas lágrimas. 
Não faria sentido nenhum eu estar em qualquer outro lugar. —  eu o abracei com toda a força do mundo. Fazia dois meses que meu pai havia falecido e a dor ainda era insuportável. Decidi ficar na casa com minha mãe e minha irmã, não poderia deixa-las sozinhas agora. Mas por mais forte que eu tentava ser, necessitava de algum colo para chorar, e não podia pedir isso a ninguém que não fosse Anthony. Só ele me entendia, nem mesmo Rafael poderia ajudar-me tanto quanto Tony. 
Ele ficou comigo o dia inteiro, minha irmã adorava as brincadeiras bestas dele, minha mãe ria bastante quando ele estava por perto, era um alivio por hora. Mas quando nos recolhíamos, era assustador. Menos quando Anthony estava comigo, ele tornava aquele pesadelo um pouco menos horrível.
— Me mostra tuas pinturas novas? —  ele pedia enquanto enxugava minhas lágrimas. Talvez para me fazer esquecer disso por um minuto.
— Estão horríveis, acredite. —  digo, levantando-me da cama e guiando Tony para a garagem, onde eu e mamãe costumávamos pintar.
Entramos e mostrei para ele os 2 novos quadros que eu tinha pintado naquela semana. Um era apenas uma paisagem de uma praia, inspirada numa foto antiga minha, e a outra, era uma pintura do meu pai. Meu coração doeu ao ver novamente.
— Ficaram lindas, Flor. Lindas demais! —  Ele exclamava. Eu dei um sorrisinho enquanto algumas lágrimas caiam sem querer. Tony parecia tão encantado pelas minhas pinturas, que senti vontade de pinta-lo também.
Anthony. - o chamei. — Você aceita ser meu modelo para uma pintura? —  ele me olhou e sorriu.
— Seria uma honra ser modelo da melhor pintora que eu conheço. —  ele me abraçou. E apesar de eu provavelmente ser a única pintora que ele conhece além da minha mãe, levei como o melhor elogio que já recebi.

No outro dia, estávamos no meu quarto. Tony estava sentado na minha cama, sem camisa, e eu estava com meu cavalete posicionado a minha frente, enquanto pintava o homem mais lindo do mundo.

— Imagina se Rafael descobre que você me pintou sem camisa. —  Tony falava enquanto se mantinha imóvel. Eu poderia muito bem ter tirado uma foto sua e me basear nela, mas Tony insistiu para que fizéssemos a moda antiga.
— Ele com certeza mandaria alguém te matar. —  Rafael era meu namorado. Quando conheci Anthony ele teve uma crise de ciúme ridícula e terminamos, mas acabamos voltando, por vezes me arrependo disso. —  Aliais, ele iria pessoalmente te matar. —  digo bufando, porque diabos eu namorava esse homem? Se o homem mais lindo do mundo está na minha frente, agora. — Então vamos manter esse quadro fora das redes sociais, ok?
— Bom, você já sabe o que eu acho sobre tudo isso. — Tony odiava a forma como Rafael me tratava, e claro, como eles se odiavam, era difícil ter algum momento de paz. Mas eu estou do lado de Tony na maioria das vezes.
— Sei, eu sei bem. Agora fica quietinho ai. - E continuei pintando Anthony, seu corpo magro e seus cabelos negros.
Algumas horas depois finalmente eu tinha terminado, era só esperar secar e estava pronto.
—  Terminei, pode se mexer, monalisa. —  Tony riu e veio quase correndo em minha direção. Eu usava uma blusa velha e antiga dele, que me servia como um avental de pintura.
— Ficou lindo. Eu quero esse quadro na minha sala. - ele sorria. —  Ficou belo demais, Flor. Arrasou. — ele me olhava com ternura. O quadro realmente ficou lindo, e apesar de pensar que nunca conseguiria expressar isso, consegui explanar todo o amor que Tony transbordava de si, na minha pintura. Levamos para a garagem para secar.
No outro dia Tony teve que ir embora as pressas, e não levou o quadro, que ainda estava secando. Aquele quadro exalava amor, não poderia ter outro nome se não esse, depois de seco, anotei no canto do quadro 'amor 28-07-17' "

Uma explosão de sentimentos me atingiram no momento que visualizei aquele quadro; todo o amor que eu sentia por Anthony, toda a dor daquele momento por causa do meu pai, as dúvidas enquanto minha vida, meu relacionamento desastroso com Rafael. Tudo veio de uma vez e senti meus olhos pesarem.
— Como vai Tony, querida? — ela perguntou, calmamente.
— Ele está bem, mãe. Está quase namorando.— essas palavras me causaram um enorme desconforto. — Ele está feliz. — digo, tentando disfarçar minha tristeza.
 — Namorando? Hum. - ela parecia desconfiada, mas minha mãe sempre parecia desconfiada então não me importei com sua expressão. — Sua irmã já chega da faculdade. Ela está tão animada! — Mamãe retirou o seu avental e o colocou num cabide no meu falecido quarto.— Que bom que ela decidiu seguir meus conselhos e virar uma médica. — revirei os olhos.
— Mãe, pare com isso, eu sei que lá no fundo a senhora ama que eu seja quase uma mestra em ciência política. — eu a encarava enquanto seguia a mesma, que parecia estar indo em direção ao jardim do quintal.
— Seu pai amaria ver isso. - ela me responde. — Tinha tanto orgulho de você. — ela sentou em um dos bancos que ficavam entre as rosas. Minha mãe gostava demais de flores. — Querida, estou pensando em voltar a trabalhar. - encaro minha mãe sem entender.
— Trabalhar? Como médica? Tipo, atender e etc? Porquê mãe? — Eu sabia o porquê.
— Ora, Flor. É muito solitário ficar nesta casa sem teu pai. Mesmo que Lilian ainda esteja aqui, agora passa mais tempo na universidade do que dentro da própria casa. Talvez eu me sinta melhor se voltar a atender, reabrir a clínica antiga, quem sabe depois deixar para sua irmã. — Ok, me sentia péssima por ter saído de casa tão cedo, e agora querer sair do país. Não posso deixar minha mãe sozinha, caramba. E agora?
— Mãe, quer que eu fique com você por um tempo aqui? Eu fico. Não quero que se sinta sozinha nunca. Mas tenho algo a te contar, mas se a senhora me pedir eu não o faço. — ela me olhava confusa.
— Diga, Floribela. — Às vezes esquecia meu nome completo, apenas minha mãe me chamava de Floribela.
— Mãe, vou tentar uma bolsa de doutorado na Europa. Se eu conseguir, vou me mudar próximo ano, mas se a senhora quiser eu não vou! Nem me inscrevo pra seleção. Não quero te deixar só e ir pra tão longe. — Minha mãe parecia estática, não conseguia descobrir o que ela estava sentindo depois dessa revelação.
— Não, Flor, não desista de ir por mim, não. Esse sempre foi seu maior desejo, essa bolsa que você fala desde o dia que pisou naquela universidade. — Ela me olhou e sorria meio triste. — Além disso, Anthony pode substituir você. — ela sorriu. Como é?
— Que?! Jamais serei substituída por aquele salafrário branco e cabeludo, mãe! Não diga isso! — dei uma risada meio indignada. — Vocês ainda mantem contato? — Eu sabia que depois da morte do papai, Anthony e mamãe desenvolveram uma amizade, mas não sabia o quanto ainda eram próximos.
— Quase toda semana conversamos. Ele me liga mais do que você. — ela bufou. Meu Deus. Eu não acredito que Anthony é mais próximo da minha mãe do que eu mesma. — Ele já tinha me contado dessa bolsa, e falou de você, também, como sempre, já que dificilmente você manda sinal de vida. — ela riu, bem debochada.
— Que engraçado, irônico, inusitado, e qualquer sinônimo disso. — eu falo, ainda surpresa. — Então é muito mais provável eu substitui-lo quando ele for pra Espanha. Anthony é a pessoa mais capacitada daquele departamento pra essa bolsa.
— Sabe o que é engraçado? Ele falou exatamente isso, mas de você. Disse que não existia pessoa mais capacitada do que minha filha para estudar na Espanha. Soube por ele que talvez você fosse pra Europa. — ela parecia um pouco chateada.
— Desculpa, mãe, mas é que eu não tinha certeza se eu realmente iria querer concorrer essa bolsa, e não queria enche-la com essas coisas, não parecia justo. — ela me olhava.
— Flor, eu sei que você desistiu daquela bolsa para o Chile no fim da sua graduação. — senti uma dor no meu peito ao ouvir isso de sua boca. Nunca achei que ela fosse descobrir isso. — Sei que fez isso por causa de mim e da sua irmã. Não pode fazer isso novamente. Não desista dessa bolsa por mim, e Lilian já é muito crescida. - Sinto lágrimas escorrerem dos meus olhos e abraço minha mãe como nunca mais tinha feito.
— Eu não poderia ter ido embora naquela época, vocês precisavam de mim e eu de vocês. Anthony me ajudou a pensar em outra alternativa, e a única que poderia surgir depois daquela seria a bolsa de doutorado. Parecia tão longe...
— Que choradeira é essa aqui? — escuto a voz da pirralha da minha irmã na entrada do jardim.
— Meu deus Lilian, você realmente virou medica na empresa medica?— Corri pra abraçar minha irmãzinha, cruzes, nem lembrava a última vez que tinha visto. — Como está indo o primeiro semestre da faculdade? Muito choro?
— Bom, muitos cadáveres. - ela sorria. — Mamãe me avisou que você viria almoçar e decidir comer em casa. - Liliana era muito parecida com mamãe, tinha os cabelos crespos como ela, mas os olhos eram iguais do papai, verdes, mas sua pele era idêntica à da mamãe; retinta. Ela nasceu muito mais parecida com a nossa mãe, enquanto eu nasci mais parecida com o papai. — Soube que você ia almoçar aqui em casa então tomei a liberdade de passar num restaurante na volta pra casa e comprei nosso almoço. — notei várias sacolas em suas mãos.

O Sol Pela Janela [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora