Acordei no susto, meu despertador parecia mais alto naquela manhã. Hoje faltavam exatamente dois dias para a minha apresentação, era praticamente o último dia para fazer qualquer alteração na apresentação, afinal a dissertação já estava em mãos dos professores que iriam compor a banca. Hoje era o último dia antes de tudo.
Levantei e tomei um banho, dei uma bela arrumada no meu cabelo que estava necessitado, talvez eu coloque tranças iguais a de Liliana, seria mais fácil já que detesto cuidar do meu cabelo, pentear e fitar e etc. A trança só lavo e seco e pronto! Mas hoje vou ter que arrumar minha jubinha. Faço um penteado e deixo-o solto, coloco um vestido rosa claro e calço umas botas. Já arrumada, decido tomar café pela universidade, sem tempo hoje para fazer comida. Me olho no espelho e me acho lindíssima. O rosa combina com minha pele amendoada. Pego minhas coisas, tranco a porta e corro para não perder meu ônibus, mas sinto meu telefone tocar enquanto caminhava pela rua até a parada. Me escondo um pouco atrás de uma árvore, afinal quem é doido de mexer no celular no meio da rua? Quando vejo que estou num canto seguro, abro a bolsa e vejo uma outra chamada perdida de Tony. Não retornei a ele a chamada de antes de ontem, quando estava indo na casa da minha mãe, mas ele também não falou mais nada, nem mensagem nem nada. O grupo da tal casa de praia cheios de mensagens dele conversando com as pessoas, mas nenhuma palavra direcionada a mim. O que ele queria que não poderia ser dito por mensagem? Decidi ignorar e ir logo para a parada, antes que o ônibus passasse e eu o perdesse por estar devaneando sobre Tony debaixo de uma árvore.
***
- Oi. - era a voz de Tony. Estava parado em frente a porta do laboratório. Eu tinha chegado a alguns minutos e ajeitava tudo para passar o dia inteiro presa ali com meu orientador. Mas certamente não esperava a presença de Anthony.- Oi! - eu respondi, um pouco tensa. Ele ainda era o homem mais lindo do mundo, mas eu sabia que não era para mim, e naquele momento não existia espaço para pensar nas ilusões que eu mesma provocava sobre ele.
- Tudo bem? Te liguei e você não atendeu. - ele entrou e sentou em uma das cadeiras. Não sabia de qual ligação ele falava.
- Ah, desculpa eu não vi. - menti, claro. -
- Tudo bem, tua apresentação é sexta, deve estar ocupada ao extremo. - ele sorriu.
-- Sim. - eu respondo, tentando focar em organizar meus materiais, e não na presença daquele homem cabeludo a poucos metros de mim.
-Soube que descobriu minhas ligações para sua mãe. - ele contou, sorrindo. Não tive como evitar, sorri também.
- É, fui lá esses dias, acabei descobrindo que você é mais filho dela do que eu. - balanço a cabeça sorrindo. -Porque nunca me disse? - sento ao seu lado.
-- Ah, eu não sei. - ele coçava o queixo. - Sabe que eu considero muito sua mãe, não é?
- Sei, eu fico feliz que vocês sejam amigos também. Mas quando você for para a Espanha vou recuperar meu lugar de filha que você me roubou! - digo, frescando* um pouco com ele. Ele sorriu com aquele sorriso lindo de fechar os olhinhos e balançou a cabeça.
- Você sabe que eu quem irei me consolidar na sua família enquanto você faz carreia de pesquisadora em Salamanca. - ele me olhava. -Não sei porque ainda fala essas besteiras, já sabe que será você quem vai pra lá. - ele me diz e eu sinto meu corpo esquentar.
-Não tenho tanta certeza, Tony. Mas obrigada novamente por ter essa certeza por mim. - Meu orientador entra no laboratório e a conversa termina. Tony fica batendo papo com ele enquanto eu ligava meu Notebook e esperava a sentença de morte do professor.
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O Sol Pela Janela [EM ANDAMENTO]
RomanceEntre casamento de amigos e dissertações de mestrado, Flor se vê obrigada a assumir uma postura mais responsável diante de seus próprios sentimentos e assumir ao seu melhor amigo colorido e colega de faculdade que é apaixonada por ele: mas essa conf...