"Olá, estou de volta queridos!"
"Boa Leitura!"
Perrie penteou os cabelos, enquanto sorria para sua imagem, por mais que doesse ter que se afastar de Leigh-Anne em sua mente carregaria pra sempre a presença dela, a impressão do beijo no encontro dos lábios, jamais esqueceria o quanto se sentira mulher nos braços daquela a quem tanto amava, nada mais importava depois daquela noite. Sua vida atribulada, suportar Austin, até mesmo seu temor. Nada se compararia aquela sensação.
O marido não estava em casa quando ela chegara, Jade a deixara em casa e partira, julgou que o homem estivesse ocupando-se de trai-la com a mucama, para Perrie nada daquilo importava, ela não o amava e não havia porquê ter ciúme ou coisa parecida. A maçaneta girou e a porta do quarto se abriu, ela permaneceu como estava, do espelho viu que Austin a encarava, não demonstrava qualquer expressão ele estava em péssimo estado o rosto vermelho, suor por todo o corpo misturando-se ao cheiro marcante do Wisky tão característico, que a dama teria dificuldade em saber se ele havia bebido, ou se de tanto embriagar-se o cheiro tornara-se inerente a ele.
Perrie prendeu o cabelo, o cumprimentou sem emoção e disse que já ia deitar-se, pois estava cansada. Austin nada disse, permaneceu ali parado, ela fingiu não perceber enquanto a tensão que se instaurava aos poucos arrepiava lhe a nuca, o medo de que ele a tomasse a força como na noite anterior, assolava seus pensamentos, mas ela não procurou demonstrar. Enquanto a esposa começou a limpar a escova e recolher os fios de cabelo, Austin começou a retirar a roupa, primeiro tirou o colete, sem deixar de encara-la, depois de livrar-se da peça na cadeira ao lado, ele se concentrou na camisa branca.
- Diga-me uma coisa Perrie, divertiu-se com aquela mulher?
Perrie sentiu o sangue congelar nas veias.
- Do que falas?
- De você e Jade. O teatro foi divertido?
- Ah, sim, sim foi como sempre falas cansativas, longos intervalos, mas era uma excelente comédia.
Austin gargalhou.
- Entendo. E nesta comédia havia um palhaço querida? – Ele retirou a camisa, ficando com o peitoral nu. – Assim, como... eu, talvez? Você me acha um palhaço?
- Eu? Claro que não Austin, o que o faz pensar q...
- Então por que continuas a mentir? – Perrie tentou falar, mas perdeu o ar quando o viu segurar uma arma. – Perrie, Perrie... Você sabe o que eu faço com quem mente pra mim?
- Austin, por favor... – Austin continuava a brincar com a arma com fingida distração -... Por favor, não faça nada, eu te peço.
- Não chore querida, não há motivo para prantos e dramaturgia barata, o teatro já acabou, estamos no segundo ato e aqui não a ninguém para ouvir suas mentiras além de mim, e eu já não acredito.
- Eu não sei o que disseram-lhe, mas não é verdade, seja o que for não é!
- Eu não preciso que me falem nada, há pessoas de minha confiança por toda parte, mas nenhum deles precisou ter tanto trabalho para confirmar, o que você não faz questão de esconder.
Perrie viu quando ele se aproximou dela pelo espelho e abaixou os olhos para evitar os dele, o solado do sapato bateu seco no assoalho de madeira como tic tac insistente e ansioso de um relógio, como se não fosse o suficiente ele também anunciava-se pelo cheiro da bebida sufocante e asqueroso, ele curvou-se, a moça sentiu o bafo quente contra o ouvido direito. Ele fungou profundamente seu pescoço, e a encarou através do espelho.
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Uma Dama Para Lady Edwards
FanfictionA Viena do século XIX caminhava para o progresso desatando as amarras da escravidão, com seus heróis aclamados nas altas cortes, enquanto o povo liberto permanecia cativo, seus carrascos agora nomeavam-se fome, medo e desabrigo. A jovem camponesa Le...