O sol batia na janela como se quisesse acorda-la, Perrie levantou-se sem dificuldade havia pensado bastante nas mudanças que estavam ocorrendo em sua vida, e decidido que a melhor forma de lidar com elas seria tomar as rédias e fazer com que elas fossem um guia para a tomada das melhores decisões possíveis, afinal é sua vida que estaria em jogo. Batidas leves na porta de seu quarto, fizeram-na recordar-se do mundo a sua volta.
- Sim?- Perguntou ainda sentada na cabeceira da cama.
- Bom dia Lady Edwards, desculpe sua mãe anseia pela sua presença na mesa do café da manhã. - Rosa, a criada, avisou-a
- Hum...Tudo bem, mas por que tão cedo?
- Hoje após o café ocorrerá a seleção de uma dama de companhia para a senhora, me Lady.
- Ah, claro. Havia me esquecido por um instante.- Sussurrou para si mesma.- Pode ir Rosa e peça para sua mãe subir e me ajudar a trocar de roupa.
- Sim, senhora.
A criada afastou-se. Perrie levantou-se por fim, indo até o armário pretendia vestir-se muito bem, com algo colorido que clamasse por atenção, ultimamente tinha estado muito abatida e queria mostrar a mãe que dessa vez ela não controlaria suas ações como sempre fez. Apesar de ainda não estar a vontade com a ideia de uma dama, pois para ela já lhe bastava a ama.
Nana havia feito parte de toda sua existência, desde criança sua confidente de travessuras, sempre assumindo a culpa por suas bagunças, a jovem podia quase afirmar que esta nova dama seria mais uma forma de controle que Lady Débora, sua mãe, arrumara certamente a matriarca logo faria amizade com a garota e lhe daria ordens para inspecionar a filha, mas a jovem nobre estava determinada a não permitir a nova espiã, seja ela quem fosse, não teria chance alguma. Outra vez batem na porta.
- Sim?
- Sou eu, querida.
- Entre, Nana.
- Precisa de ajuda?
- Prepare meu banho... O que você acha?- A jovem de cabelos loiros perguntou, mostrando duas opções de vestidos, um de seda verde e outro azul marinho.
- O verde, você fica realmente linda nele.
- Azul é minha cor favorita, por isso o azul marinho é o que eu vou usar, mas vou levar sua opinião em consideração e usar o verde a noite. - A doce idosa sorriu, dirigindo-se ao banheiro em seguida.
Já passava das dez horas naquele momento, devia ter pelo menos cinco minutos em que Leigh-Anne estava de pé naquilo que parecia ser um salão de festas, precisava admitir que aquela era realmente uma mansão e tanto não estava acostumada a ver tanto luxo, o máximo contato que tivera com o mundo dos ricos havia sido a decoração de ouro falso na taverna de Madame Luthai aonde cantava.
Contava-se cinquenta moças na mesma sala que também haviam respondido a oferta da vaga de dama de companhia, tais mulheres ao contrário, pouco se interessavam pela decoração, a jovem negra naquele momento notou que sua presença ali tornara-se ainda mais espantosa que a magnitude do lugar, encaravam-na do topo da cabeça a ponta dos dedos dos pés, não estava surpresa era de se entender todo aquele estranhamento sendo ela a única mulher negra dentre as candidatas também parecia ser a mais jovem, algumas chegaram a se afastar a medida em que ela aproximava-se do salão.
Uma criada que atendeu a porta, quando Leigh-Anne chegara, achou que a mesma se tratasse de alguém esperando por esmola, a indignação com tal engano preconceituoso, fez com que a garota de pele escura sentisse necessidade de responder-lhe à altura, mas como esta precisasse muito de um emprego extra, não quis estragar a chance que tinha. A raiva no olhar da empregada quando Leigh a desafiara ao anunciar que estava ali pela oferta de emprego, já fora vingança suficiente.
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Uma Dama Para Lady Edwards
FanfictionA Viena do século XIX caminhava para o progresso desatando as amarras da escravidão, com seus heróis aclamados nas altas cortes, enquanto o povo liberto permanecia cativo, seus carrascos agora nomeavam-se fome, medo e desabrigo. A jovem camponesa Le...