Confidente

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    Perrie estava praticando piano, tinha retomado hábitos como tocar e cantar que sempre a acalmavam, Jade estava sentada em uma cadeira a sua frente observando-a atentamente, ainda não havia tido certeza sobre suas reais intenções ao contrário do que havia imaginado que seria, era difícil decifrar seus pensamentos, talvez ela estivesse testando-a pra ver do que a Lady era capaz, mas fazia isso de maneira tão sutil e desinteressada que a astuta nobre as vezes cogitava a ideia de que Nana não estivesse tão errada, e no fim se tornassem amigas.

   Sua imagem ali olhando-a tão ternamente, se assemelhava mais a um dócil gatinho, que um cão de guarda feroz sobre as ordens da grande Lady, o piano parou por alguns minutos, ao que Jade respondeu aplaudindo agitadamente e sorrindo, como se tivesse presenciado o maior dos concertos musicais ou a uma ópera aclamada.

- Bravo! Bravissímo! Você é muito talentosa Perrie, devia ser pianista.

- Obrigada,mas não sou tão extraordinária assim.

- Eu achei.- A garota deu de ombros sorrindo.

- O que está fazendo Jade? Por que esta sendo assim tão gentil? Acha que deste modo confiarei em você e assim será mais fácil arrancar de mim as informações que minha mãe precisa?

- Não de modo algum, Perrie sei que não acreditará mas a verdade é que não sinto-me confortável sendo uma espécie de espiã, é fato que sua mãe me fez esse pedido, mas não o farei, vai contra tudo que acredito, somente disse a ela que faria para conseguir este emprego.

- Que jogo é esse que você esta fazendo comigo? minha mãe que pediu? o que você conta pra ela no fim do dia, quando ela te cobra que fales sobre mim?

- Nunca houve nada demais apenas conto o que aconteceu no dia.

- E se um dia acontecesse algo, que fosse diferente do normal, algo que minha mãe desaprovasse?

- Se você me pedisse segredo eu o manteria. Uma vez que sou sua dama de companhia e confiança devo lealdade a você e não a ela.

    

    Seria loucura acreditar naquelas palavras principalmente vindo de alguém que foi contratada pela mãe, mas havia tanta verdade nos olhos de Jade era dificíl para Perrie não confiar nela, a Lady seguiu para os jardins acompanhada pela dama de companhia. No Jardim havia um banco localizado no meio de um arco de lírio, Perrie e o pai construíram juntos aquela área do jardim, por isso era muito especial, era o lugar pra onde a nobre ia quando queria ficar sozinha e pensar. Sentou-se no banco contemplando a paisagem. Naquele dia o céu encontrava-se nublado e fazia um pouco de frio, Jade Permaneceu de pé a frente da ama e dessa vez assemelhava-se a um soldado montando guarda, era engraçado a notável tentativa da moça em fazer cara de "séria".


- Sente-se Jade, vê-la em pé me deixa desconfortável.

- Vejo que minha presença nesta casa também.

- Não entenda mal, é difícil confiar em alguém que tenha vindo a mando de minha mãe que a única coisa que faz é me controlar desde que nasci.

- Imagino que seja demasiado complexo para ti desfazer-te desta desconfiança que o comportamento de vossa mãe a impôs.- Jade sentou-se, Perrie preferiu permanecer em silêncio, virando a cabeça para outro lado evitando encará-la procurou apenas concentrar-se nos lírios.- Perrie de que má companhia sua mãe estava falando quando eu cheguei a esta casa?

- Antes de você vir...houve uma outra dama, Leigh-Anne, mamãe sempre a odiou.

- E você gostava dela?

Uma Dama Para Lady EdwardsOnde histórias criam vida. Descubra agora