Chá?

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       A porta se abriu, e a sala úmida e mofada, recebeu um novo ar fresco, Draco arrancou a pequena bagagem rudemente das mãos da negra, jogando-a sobre um colchonete forrado com um lençol alaranjado de seda brilhante.


- Bem-vinda, ao seus aposentos, crioula.- Ele deu um sorriso seco.- Divirta-se.

     

     Draco saiu batendo a porta atrás de si , deixando Leigh-Anne sozinha, olhando para aquilo que seria sua nova vida, além do fino colchonete lotado de almofadas bordadas de verde e azul, a sala continha algumas mesas de madeira ao redor, uma delas próxima da única janela do lugar, a parede era espelhada e possuía duas portas uma ao lado da outra. Leigh aproximou-se de uma delas e abriu, Havia um banheiro pequeno, mas bem organizado. Fechou a porta e se afastou,do seu lado direito havia um corredor, com um espelho e em frente a ele uma mulher arrumava os cabelos, castanhos que caiam em grandes ondulações até a altura dos seios, apesar da distância, Leigh notou que a dama possuía, um rosto cheio, e diferente parecia de uma beleza única e admirável.

       Leigh-Anne foi percebida, pela moça que a viu refletida no espelho, a negra acenou a mão timidamente, mas a morena a ignorou voltando-se a sua própria imagem, Lee entendeu aquilo como um recado e se distanciou sentando-se na mesa próxima a janela embaçada.  A porta ao lado do banheiro se abriu com um chute. Edgar, um dos capangas de Austin, saiu de dentro bêbado, abraçado a duas mulheres uma loira e uma ruiva, vestidas com vestidos sensuais, de decotes generosos, e saiotes curtos. Leigh torceu os lábios ao se imaginar naquelas vestes, mas nada falou, já tinha entendido que falar ali não era comum.

     Aparentemente a moça não passaria desapercebida a olhares alheios, sendo logo notada pelo trio. Edgar apertou os olhos, embriagado, apoiava-se sobre as pequenas moças, suas muletas até aquela altura, Quando pareceu reconhecer Leigh-Anne, sorriu mordendo os lábios.

- Ora vejam, damas parece-me que chegou uma nova concubina no bordel.

- Concubina? Olhe par ela, negrinha, não chega aos nossos pés.

- Não é esta, a mulher na qual o chefe Mahone fissurou-se?- A loira questionou, acendendo um cigarro.

- Estamos diante da crioula insolente, que enlouqueceu o chefe, com estes atributos está claro o porque.

- O que queres dizer com isso, cretino?!- A moça de cabelos vermelhos, deu um leve tapa em Edgar.

- Ai! O que pensas que esta fazendo? Só porque estamos dormindo juntos? Você é paga para isso.

- Não se faças de ofendida Carolyn, ademais este imbecil nada fará com a negra. Austin o fatiaria em cubos.

- Ah! Já ouvi besteiras demais por hoje, fiquem com esta negrinha ...mulheres da vida precisam cultivar a amizade só não briguem pelos clientes.- Edgar piscou para Leigh-Anne, e as duas vedetes gargalharam, ele saiu deixando as três mulheres sozinhas.

Leigh, torceu as rendas de seu vestidos tantas vezes, que o delicado tecido começava a desfiar-se, os olhos das mulheres a atravessavam, e ela não podia deixar de se sentir solitária e encurralada.

- Ouvi dizer que esta mulherzinha é a culpada por estarmos condenadas a este inferno.

- Ela parece com algum bicho, tão magra e negra como pode ter atraído alguém da estirpe de Austin?

- O que achas de darmos uma lição a esta crioula? Faze-la arrepender-se, de pisar os pés neste lugar.

      

Uma Dama Para Lady EdwardsOnde histórias criam vida. Descubra agora