"Diga-me com quem danças que te direi quem amas..."

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   Três batidas ansiosas, ecoaram na porta do banheiro, assustando-a de repente.

- Perrie?

- Precisas de ajuda? Faz um tempo que esta presa ai dentro.

- Não, agradeço a preocupação  Austin. Saio em um momento.

- Pois bem estarei sobre a cama, estou ansioso, não demore.

- Sim, não demorarei.

    Há cerca de meia hora atrás, ela entrara naquele cubículo de mármore, seguira todo o figurino retirou o vestido, vestiu-se com a camisola nupcial, bela, bordada a mão, com brilhante e cristais em um pano fino e reluzente de seda importada do oriente. Soltou os cabelos que caíram-lhe em cachos dourados sobre o decote singelo, pintou os lábios e checou a sedosidade da pele, mas absolutamente nada daquilo fora mais difícil que o que estava prestes a fazer.

   Sair daquele banheiro, e tornar-se para sempre de Austin Mahone. 

    A partir dali, consumiria aquela união que deveria durar para todo o sempre, e não poderia pertencer a mais ninguém. Tentou fechar os olhos e imaginar que encontraria a bela negra a sua espera, a cena começava com o grande leito coberto de pétalas de vermelho rubro, em contraste com a pele escura lisa, e dourada pela luz das velas, mas todas as vezes em que tentava imaginar a moça, girando a cabeça em sua direção com um sorriso convidativo a deitar-se ao seu lado, tudo o que via era o olhar cheio de raiva, e ódio, amargo que mandava-a para longe dali.

    Leigh a odiava, e ela não poderia imaginar o porque, respirou fundo ignorando o oco no peito. Mão na maçaneta, torceu a chave lentamente na fechadura e abriu, a cena era quase a mesma, mas quem a olhava era seu marido. Austin abriu um largo sorriso, Perrie parou no centro do quarto, um pouco vermelha fitou o chão procurando não desmaiar, olhou novamente para o alvo e seguiu em frente.

  Perto da cama Austin, segurou em seu braço um toque firme e prudente, apontou com a cabeça a cama e a puxou levemente, Perrie sentou-se, e abriu-lhe um sorriso tímido. Austin a beijou com calma, o hálito forte de vinho lhe embriagava, Perrie permitiu, e o beijo tornou-se, gentil, generoso e por fim ardente e necessário. Sua pele formigou ao toque das mãos grandes, um arrepio inesperado lhe percorreu e ela estremeceu ao senti-lo retirar sua roupa.

    O homem deitou-se sobre ela sem deixar de olhar o fundo de seus olhos, como dominador, tomou as rédeas do corpo delicado, Perrie sentiu uma intromissão inesperada, sem aviso prévio, sentiu que ele tomava posse de seu corpo inteiramente sem cerimônias ou preparação. A dor lhe tirava o fôlego era atordoante e súplica. Olhou-o, mas ele havia se transmutado em animal feroz, Perrie tentou falar, mas sentiu as mãos a calarem, desesperou-se enquanto os movimentos se tornavam mais rápidos e brutais, um grito arcaico foi dado por ele, que caído sobre ela debatia-se.

    Perrie sentiu-se preenchida fisicamente, mas vazia de emoção, e o ador era exorbitante. Sentiu-se fraca, e roubada de alguma forma o teto deformava-se e girava. O corpo do marido se moveu caindo pesadamente ao seu lado, minutos depois não ouve respostas ou movimentação, Austin havia dormido, com dificuldade Perrie virou-se para o lado tentando conter a dor e o choro. Agora seu todo pertencia a ele, e somente a ele.

 

 
   Empurrando a porta de madeira maciça com empenho, Jade adentrou a cozinha pelos fundos da grande nova casa de Perrie, assustou-se ao ver sentada sobre a mesa a recém casada.  Ainda vestia a camisola e sua aparência não chegava ao desleixo, mas sem dúvida não era exatamente como ela costumava vê-la. Perrie não se mexeu continuando a tomar algo em uma xícara.

- Bom dia, Perrie. Não esperava vê-la acordada assim tão cedo.

   Perrie olhou a dama de companhia, como se tivesse acabado de despertar de um transe hipnótico, quando finalmente pareceu tomar consciência de onde estava sorriu, sorvendo mais um pouco da bebida em suas mãos, depois com uma cara azeda soltou a xícara.

Uma Dama Para Lady EdwardsOnde histórias criam vida. Descubra agora