Sua

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      Austin tinha em seus olhos uma faísca de desejo, o poder subira a sua cabeça e naquele momento tudo parecia a seu favor. Sua presa estava bem diante dele, indefesa e acuada. Leigh-Anne apertou suas mãos, em busca de um conforto inexistente, o suor frio na superfície da palma, evidenciava seus temores, aquele homem dava-lhe a sensação de perigo eminente.

- Sente-se, fique a vontade temos muito a conversar. – vacilante ela se sentou no móvel simples, Austin acomodou-se na poltrona vermelho fúcsia, a preferida de Madame, parecia estranho que ela não a tivesse levado.

- Gostaria de receber o dinheiro que me cabe, somente isso para que eu vá embora.

- Calma, não há pressa.- Austin sorriu, servindo-se de uma nova dose de wisky.- Me acompanha?

- Não, obrigada. Austin seja breve, minha avó está febril e sozinha em minha casa.- Austin arqueou as sobrancelhas, fazendo-a encolher-se um pouco na cadeira.

- Estou a par de seus problemas familiares, e soube que está em dificuldade financeira.

- E como soube? Achei até mesmo que estivesse fora da cidade.

- E estava. Quando vai aprender Leigh-Anne, eu tenho dinheiro e posso fazer tudo aquilo que é de meu desejo, tenho olhos e ouvidos nesta cidade, eu sei tudo sobre você.

- O que pretende comprando este lugar em pedaços? Achei que fosse um homem de maiores negócios.

- E sou. Comprei este casebre fétido apenas para divertir-me um pouco, de fato o reformarei para que haja algum retorno de lucro, mas este não é o motivo principal para a compra, claro.

- E qual seria então o motivo por trás da obtenção de um local que você tanto despreza? Eu não entendo.

- O mesmo que eu tenho desde que a conheci.- Austin se levantou, indo em sua direção, apreensiva Leigh não ousou olha-lo. Parou atrás dela e tocando-lhe os ombros, disse ao pé do ouvido.- Você. Estou interessado em tê-la, e terei.

- Dê-me o dinheiro Austin, por favor deixe-me ir.- Sua voz fraca saiu esganiçada.- Não me faça mal, eu imploro.

- Oh não. Que tipo de monstro acha que eu sou, minha querida? Tenho métodos mais inteligentes, gosto de usar do cérebro, entendo que vocês negros não estejam tão acostumados a pensar, é típico de sua raça.

Leigh-Anne sacudiu o corpo para desvencilhar-se de Austin, que pôs as mãos para o alto em rendição, voltando- a seu lugar.

- Calminha doce fera, não se preocupe pensar não é importante, afinal não é para isso que a quero.

- Então o que quer fale de uma vez por todas.- A negra alterou a voz, acreditando que talvez se o convence-se de sua coragem , ele a deixa-se ir.- Acabe com este rodeio e meias palavras.

- Então, parece que você está começando a se tornar arredia. Prefiro que seja desta maneira, é ainda mais prazeroso.- Austin sorriu, sínico. Leigh se retraiu, encarando-o com desconfiança.

- Como insiste irei direto ao assunto, quero que trabalhe para mim. Terá direito a tudo que necessitar para curar sua avó, e manter os estudos de sua irmã no convento.

- Não sei se devo aceitar esta oferta ou confiar em algo que venha de você.

- Você não deveria mesmo. Mas não é uma escolha sua trabalhar aqui é sua única opção, não têm condições de manter a si ou aos seus vivos, sua avó mesmo logo morrerá e eu sei que não conseguiria outro emprego.

Uma Dama Para Lady EdwardsOnde histórias criam vida. Descubra agora