"Olá, sei que se passaram alguns dias, e deixe vocês mortos de curiosidade, mas aqui estou eu! Será que vou sacia-los ou aumentar as perguntas? Vejamos..."
A janela estava aberta refrescando todo o porão. Sobre a cama recém-instalada no rol da cozinha havia uma dúzia de vestidos de festa, bordados com pedrarias e brilhantes dos mais variados tipos e tamanhos, entre as peças, predominava a cor preta, mas dois ou três possuíam tecidos de lavagem mais clara, todos sem exceção era longos, no entanto compensavam a sensualidade em decotes sedutores e bem elaborados, com fendas reveladoras e todos agora pertenciam a Leigh-Anne, a cantora e estrela da taverna.Draco entregara as vestes pessoalmente a ela, junto com a nova cama que substituiria o colchão fino e improvisado que dividia com Jesy, seu novo figurino era luxuoso e deveria estar à altura de suas apresentações musicais, afinal teria que estar impecável diante do público, diplomatas e nobres da alta sociedade europeia. Do lado oposto da sala as vedetes a olhavam com desprezo, nenhuma delas ganhara nada, nem mesmo uma só pedra que pudessem aplicar em seus espartilhos velhos e desgastados, todos os mimos e presentes se direcionavam a Leigh-Anne, Austin parecia determinado a conquista-la de todas as maneiras possíveis.
Edgar deu sinal para que Draco jogasse. Junto a mesa os dois encerravam a segunda partida de cartas desde que chegaram ao local, a noite caia lentamente por entre as grades da minúscula janela, e ainda não havia um só sinal do retorno de Jesy a taverna. Draco lançou sua carta em seguida desafiou Edgar pagando por seu blefe, ressabiado, Edgar revelou as cartas sorrindo ao perceber que o outro capanga estava encurralado. Findado a rodada Draco socou a mesa e xingou Edgar, que retribui-lhe com altas risadas, enlaçou Carolyn em seus braços e pôs-se a servir-se de mais cerveja.
Resmungando o perdedor exigiu uma nova rodada, apostando uma noite com as duas vedetes. Natalie tentou protestar, mas foi impedida por Draco que a forçou a sentar-se em seu colo e lhe beijou abruptamente, Carolyn por sua vez adorou a ideia e brindou com Edgar.
Leigh Anne sentou-se na cama ao lado dos vestidos, aflita pela demora de Jesy, Draco já perguntara por ela há uma hora, mas em decorrência da bebedeira parecia ter se esquecido da moça. Leigh levantou-se e se dirigiu ao fogão estava com fome, porém não havia muitos temperos para se cozinhar um bom alimento, decidindo então ferver um pouco de agua e preparar algum chá a fim de enganar o estômago. Edgar percebendo a movimentação da moça decidiu divertir-se um pouco e perturbá-la.
- Cantora! – Leigh parou segurando a caneca cheia de agua na mão, que tremia. – Já que está ai prepare-nos algo para comer, será que serves ao menos para isso?
- Prepara-te você mesmo, são regras da casa.
- Regras da casa...Eu faço as regras aqui, agora ponha-se a cozinhar vadia ou vais receber uma lição agora mesmo.
Carolyn e Natalie começaram a rir alto, enquanto seus olhos faiscavam de fascinação, Edgar a encarou rígido e firme, esperando alguma atitude, Draco por sua vez, apenas sorvia a cerveja tranquilamente.
- Não esta me ouvindo, vadia? Talvez eu precise ser mais claro com você. – Edgar levantou-se vagarosamente enquanto falava, inconscientemente Leigh-Anne recuou, mas não desviou seu olhar do homem. - Se eu falar mais de perto você escuta-me melhor?
O mais franzino dos dois homens continuou a avançar até ela rindo cinicamente, prometendo-lhe dar uma lição, com a mão direita levou os dedos a cinta da calça e pôs-se a desabotoa-la, por medo Leigh-Anne tateou a pia e chocou-se com o cabo da frigideira, rapidamente abraçou-a com os dedos e levantou a arma em punho. Draco e as outras garotas riram alto ao fundo, enquanto Edgar a encarou de forma irônica, seus braços finos tremiam empunhando o utensílio de cozinha, enquanto afetada, ela esbravejava “Não se aproxime ou lhe acerto!”
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Uma Dama Para Lady Edwards
Fiksi PenggemarA Viena do século XIX caminhava para o progresso desatando as amarras da escravidão, com seus heróis aclamados nas altas cortes, enquanto o povo liberto permanecia cativo, seus carrascos agora nomeavam-se fome, medo e desabrigo. A jovem camponesa Le...