Uma Dama Para Lady Edwards

A valsa perfeita!

"Olá, cheguei ❤
Trago um capítulo muito esperado
Espero que conforte o coraçãozinho de vocês
Boa Leitura! "💕

     Não havia absolutamente nenhuma estrela a vista,  apenas a imensidão negra do céu, a lua brilhava única e solitária por sob a relva molhada de sereno, o ar era muito fresco e cheirava a madressilvas. Leigh-Anne ajeitou-se sobre a cadeira tentando-se cobrir com o fino saiote do vestido que usava, era transparente e inútil quando se tratava de aquecer a pele, mas Jesy insistira que ela usasse justamente aquele, e como ela estava estranha, todos estavam. Embora estivesse muito escuro e relativamente frio Jesy não se incomodou em conduzi-la com a carroça até o local de encontro.

    Não que tivesse a opção de recusar-se, visto que Draco e Edgar simplesmente desmaiaram em suas camas após o jantar e mesmo sendo ordens de Austin conduzi-la ao destino final, nenhum deles parecia apto para a tarefa, o que por si só já era muito incomum. Os cavalos iam a trotes lentos e ritmados batendo seus cascos contra o chão de terra e despedaçando as folhas secas pelo caminho, á medida em que se aproximava o destino final, o ar tornava-se mais e mais denso. Ao chegar a pequena e velha ponte de madeira, tinha-se a visão da velha construção rural.

    O celeiro ficava do outro lado às margens de um pequeno lago, apesar de muito velho, permanecia em pé e robusto, apesar de um pouco machucado, possuía potencial sinal de esperança se revitalizado com um pouco de tinta e dedicação, anexo a ele jazia o grande moinho doente e um pouco enferrujado simbolizando todo seu abandono, se tornando por fim nada mais que uma roda inútil, uma fraca luz amarelada erradiava entre as frestas da janela. A moça limpou a garganta, e tentou cobrir o decote que lhe abria no ventre com os próprios cabelos, tentando evitar arrepios que ela ainda não poderia afirmar com certeza a origem, viesse do frio ou do medo.

     Jesy ao seu lado parecia assustadoramente tranquila, não havia nem mesmo sequer comentado o péssimo local escolhido ou lhe dirigido qualquer palavra de consolo que fosse, afinal se estar com Austin era ruim, estar presa a ele em um lugar como este era cem vezes pior. As arvores em volta se dobravam como grandes garras ameaçadoras sobre suas cabeças, e as corujas em seus galhos chirriavam como se prenunciassem a morte de alguém, Leigh estremeceu encolhendo-se mais um triz e cairia da carroça.

     Ao longe era possível ouvir alguns cachorros ganir insistentemente, todo o clima e ambiente eram assustadores. Pararam por fim no destino, Leigh notou no local outra carroça e um cavalo branco atrelado a uma arvore retorcida, Austin. Mas porque teria vindo daquela maneira, porque não viera de carro?

- Parece que ele já está aqui. – Leigh-Anne esticou-se ensaiando sua descida do transporte.

- Precisas de ajuda?

- Não, acredito que conseguirei sozinha, só preciso de um pouco de coragem.

    Leigh desceu uma das pernas balançando-a no ar, depois a outra e pulou de uma vez por todas, no solo acamado de folhas.

- Pronto. Seguirei daqui, ficarás a me esperar?

- Terei de ir é perigoso para mim aqui fora. Além disso, estou um pouco cansada, mas não se preocupe com a volta para casa, estará segura aqui.

- Segura? – Leigh pôs as mãos sobre o quadril encarando Jesy confusa. – Estais bem? Como podes dizer algo assim, nunca me sentiria segura nos braços deste homem, muito menos... aqui.

- Acredite em mim você logo entenderá. – Jesy maneou a cabeça e sorriu, depois puxou as rédeas, dando meia volta. - Ah! Vamos, em frente. Oh, Leigh quase me esqueço, tome leve esta capa contigo.