DIAS ATUAIS

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Passaram duas semanas e não ouvi mais falar sobre Steven, nem ele havia mais me ligado e nem passado nenhuma mensagem, e várias vezes, pensei: Será que ele desistiu de vez de mim? E várias vezes me vi respondendo: Claro que sim, quem não se cansaria dessa situação, suas inseguranças e seus problemas? O que esperava? Que ele vivesse sempre correndo atrás de você, depois de tudo que você o fez passar?

Eu me sentia acabada. Eu realmente era um caos em pessoa.

Naqueles dias eu estava começando a viver no piloto automático, acordar, levar Lívia para escola, trabalhar, correr para a academia, voltar para casa, tomar banho e dormir. Estava começando a me culpar por estar até mais ausente com Lívia e então para compensar sempre a convidava a dormir comigo, o que ela adorava. Pelo menos eu sentia que era a melhor parte do dia, estar com minha filha sempre me ajudava a esquecer a vida que eu estava tendo. Pelo menos uma coisa estava sendo bom, Jonathan não estava tentando entrar em contato. Não sei se era um bom sinal ou não, eu poderia esperar dele qualquer coisa e eu sabia que seu silêncio poderia ser ele apenas planejando algo contra mim.

Desde o dia que ele apareceu em minha casa e tive que parar no hospital por conta do que ele fez comigo, ainda não nos encontramos e ele só tinha me ligado uma vez. E o sumiço dele tem me acarretado tanto alívio quanto uma aflição. Era estranho ele não querer contato nem ao menos para ficar com Lívia. Entenda, é maravilhoso isso, mas também fico sempre com dúvidas de até quando essa fleuma vai durar.

***

Era uma sexta- feira quando trabalhei o dia sem parar. Estava chegando o feriado e os pedidos precisavam sair do armazém antes do feriado. O dia foi bastante corrido para todos, até porque minha equipe não era tão grande e dias como hoje me fazia pensar se estava na hora de contratar mais funcionários. Sai do escritório tão exausta que desisti até de ir para academia, mas minha barriga roncava de fome. Antes de pegar Livia na casa dos meus pais, paro no posto de gasolina, enquanto o tanque estava sendo cheia, vou até a loja de conveniência para comprar uma água, mas desacelero meus passos quando vejo na entrada Yuri e David de frente para mim e de costas vi Steven e Ester conversando, paro e me viro já que não quero passar por eles. Mas antes de dar um passo, escuto a voz de David me chamando, parei e respirei fundo antes de virar para ele.

- Oi Clara!

- Oi David, tudo bom? - Steven estava conversando com Ester quando virou para me olhar ao ouvir David chamando meu nome. Cumprimentei David.

- Clarinha - Yuri passou por eles e veio ao meu encontro, logo me abraçou e me beijou - Saudades, nunca mais lhe vi.

Yuri era como o irmão mais novo, sempre fazia tudo naturalmente e eu amava a forma como ele era comigo. Sempre tão natural.

- Pois é... - Olhei para Steven, e desejei ter o poder da mulher invisível, seria mais fácil de lidar com essa situação e sair correndo dali. Yuri me soltou.

- Oi Clara - Steven falou e Ester não falou nada, apenas deu um sorriso para mim.

- Oi Steven, Oi Ester.

- Saiu do trabalho agora também? - David perguntou.

- Sim. Indo para casa agora.

- Ah, que maravilha. Ainda temos uma reunião para ir - Falou David, com sua simpatia.

- Hum .... - Anuí e mordi meus lábios nervosos, sorrindo. Havia um clima entre mim e Steven, não que estivéssemos com raiva, mas eu não fiquei nada à vontade em vê-lo e não poder tocá-lo. E todos perceberam que o ambiente não estava agradável, pois Steven estava mais calado do que nunca, logo ele que sempre era um dos mais falantes. Apenas seu olhar estava colado em mim. O silêncio foi longo, acho que todos esperavam que Steven falasse algo, então Ester fez esse favor.

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