OITO ANOS ATRÁS

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Eu estava me olhando no espelho, para ver o tamanho da minha barriga, ela tinha crescido consideravelmente nas últimas semanas. Agora com sete meses eu poderia jurar que não tinha mais para onde crescer, mas minha mãe me garantiu que são esses dois últimos meses que cresce ainda mais. Sorri. Vesti um vestido longo, solto, branco e florido com uma fenda que ia até meus joelhos, deixando meus ombros a mostra e prendi meu cabelo. Estávamos saindo para jantar, e eu estava ansiosa para sair de casa. Desde que a gravidez me impediu de sair por conta dos enjoos e dores que sentia no começo, tranquei minha faculdade e fiquei mais em casa. No começo, algumas vezes cheguei até a sangrar e por isso, tive que ter repouso total e agora estava sempre trancada em casa. Mas confesso que foram meses maravilhosos, Jonathan estava muito atencioso comigo esses dias.

Assim que sai do quarto, Jonathan me olhou satisfeito e veio em minha direção.

- Você está linda meu amor.

- Obrigada!

Fomos para o restaurante que íamos de vez em quando e sentamos em nossa mesa. Estávamos jantando em silêncio, quando alguém tocou meu ombro, olho para o lado e vejo Genny e Fábio.

- Genny! - Me levanto e a abraço. - Que bom te ver!

- Que coincidência você por aqui - Ela alisa minha barriga. - Nossa, como está grande. Como está indo nossa pequena?

- Firme e forte! - Aliso minha barriga também.

Olho e vejo Fábio e Jonathan se cumprimentarem e me vejo convidando os dois para nossa mesa. Percebo que Jonathan, parece não gostar muito. Mas eu realmente ignoro, faz tempo que não vejo minha amiga e tínhamos muitas coisas para colocar em dia. A noite foi maravilhosa para mim, mesmo que Jonathan estivesse mais sério e olhava constantemente para mim. Mas eu estava grata por sair de casa e poder conversar mais.

Em casa, assim que chego em casa, tiro minha roupa e vou direto para o banheiro. Estou tomando banho quando escuto Jonathan entrar e me viro para vê-lo. Ele entra no box e desliga o chuveiro.

- O que ...?

Ele fica de frente para mim e aperta com uma de suas mãos o meu rosto.

- Nunca mais me deixe de lado como fez essa noite, está me ouvindo? - Ele fala com tanta raiva que seus dentes trincam um no outro.

- Jonathan, para! - Tento falar e afastar sua mão da minha boca, mas ele aperta minha bochecha tão forte que mal consigo abrir minha boca.

- Está me ouvindo Clara? - Grita.

- Me solta! - Tento empurrar ele.

Como não respondi o que ele me pedia, ele me empurra para parede e eu me choco contra os azulejos. Sinto imediatamente o choque e o fôlego dos meus pulmões que parecem não querer sair devido ao choque.

- Me responda! - Ele grita.

Tentando respirar, tento soltar a mão dele da minha boca, preciso de ar. E luto para ele me soltar.

- Me diga que nunca mais vai fazer isso Clara, me diga! - Ele me joga de novo contra a parede segurando fortemente meu rosto.

- Nunca mais .... - Eu tento, juro que tento, mais a boca está impedida e a falta de ar quase não me deixa. - Nunca mais ... faço... isso!

E ele me solta imediatamente. Abro a boca em busca de ar e seguro forte o vidro do box com medo de cair. Ele sai do banheiro e bate forte a porta. Lutando para respirar, me seguro no vidro e levanto minha cabeça, puxando o ar para os meus pulmões. E fico sem entender, o que acabou de acontecer.

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