Juntos

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  Ok, eu realmente não devia ter pedido ao Grandão para fazer o café ou colocar a comida em cima da mesa e esse é um dos maiores se não o maior erro que já cometi em minha vida! Saí do banheiro bem plena, sorrindo para o vento, desfilando no corredor com o meu roupão e um par de meias, os cabelos limpos e finalizados, pensando no quanto sou sortuda por ter um gostoso guerreiro viking para lamber inteiro. E assim que chego na cozinha, minhas sobrancelhas se levantam, minha boca abre, meus olhos arregalaram e juro que só não caí pois me apoiei na parede e Djalma tem a ousadia de me olhar na maior inocência e pergunta:

— O que aconteceu Cachinhos? Por quê está com esses olhos arregalados? Parece até que viu um fantasma! — ainda apoiada na parede, respiro fundo e finalmente consigo o responder:

— Você ainda tem a ousadia de me perguntar isso Djalma?! Sendo que sabe muito bem o porquê de ter ficado desestabilizada! — virando-se completamente para mim e cruzando os braços, me olhando com pura ironia, o Grandão simplesmente fala:

— Realmente Cachinhos, não sei o que aconteceu para que esteja assim... Não sou adivinha. — essa criatura disse com uma naturalidade que não aguento e falo bem alto, para que ele pare de se fazer de sonso, com toda raiva e incredulidade que tenho dentro de mim grito:

— AONDE FAZER CAFÉ PELADO NÃO É NADA DJALMA?! — respiro fundo me acalmando e continuo: — Já imaginou se alguém entrar aqui e te ver desse jeito, completamente nu, ou se pega um resfriado por causa do frio? Você tem que tomar mais cuidado! — ele simplesmente ri, ele ri diante da minha bronca, se aproxima de mim, coloca a mão na minha cintura puxando-me para si e fala:

— Pelo que me lembro Cachinhos, depois de tomar banho e o desjejum irá me recompensar, então pensei em adiantar as coisas e que maneira melhor do que fazer isso ficando nu? — eu não acredito que ouvi isso! Por Odin, não sei nem o que responder. 

Vendo que não me moveria tão cedo, Djalma pega em minha mão e me leva gentilmente até a mesa, puxa a cadeira, me coloca nela e começa a colocar os alimentos na mesa (completamente NU); senta ao meu lado e vai me alimentando com um pouquinho de tudo e apesar do café está amargo e cheio de pó, pois ele com certeza não deve saber o que é um coador, achei seu gesto muito fofo e comi tudo. Depois disso, sou pega no colo e levada até o quarto, onde ele me coloca na cama, deita ao meu lado e começa a beijar e fala:

— Cachinhos você está bem? Por favor fala alguma coisa, quer que eu coloque uma roupa? Eu faço qualquer coisa, só fala comigo! — miro aqueles grandes olhos verdes, procurando sentimentos e encontro: preocupação, medo, carinho, gentileza, arrependimento e algo a mais que nesse momento não quero saber o que é. Sento-me na cama, o puxo para sentar do meu lado e olhando em seus olhos falo:

— Não estou triste, nem brava. Fiquei muito irritada na hora, mas já passou. Só quero que entenda que estamos em uma era diferente, você não pode sair nu ou ficar nu por aí, se tivesse chegado alguém e olhasse esse corpo maravilhoso... quer dizer se você pegar um resfriado. Enfim eu me preocupo com você Grandão, por isso surtei um pouco. — quando termino vejo que ele sorri de orelha a orelha e fala: 

— Então quer dizer que tem ciúmes de mim e não quer que outra pessoa me deseje? — balanço a cabeça incrédula, de tudo que falei ele só prestou atenção nisso? Antes de pensar o rebato:

— Não acredito que de tudo que falei você só prestou atenção nisso?

— Desculpa, é que nunca fui tão desejado a ponto de sentirem ciúmes de mim. Mas pode ficar tranquila Cachinhos, eu só quero você. — como posso ficar brava com um ser desse? Inclino-me e dou um selinho em seus lábios que logo se aprofundou e quando sinto sua mão em minha bunda, paro e falo:

— Grandão adoraria te lamber inteiro e te beijar até meus lábios caírem, porém temos coisas para resolver. — vejo seu olhar de decepção e fala rapidamente:

— Isso não é justo, você prometeu que ia me recompensar Cachinhos. Depois resolvemos isso!

— Djalma você sabe que se continuarmos agora só iremos terminar amanhã. E como é domingo nada estará aberto, temos que ver aquele ancião! Descobrir o porquê de ter vindo para essa era, como te mandar de volta e se não tiver como te mandar de volta como vai ser? — assim que termino de falar, vejo instantaneamente seu maxilar trancar, seu olhar trava e ele me retira de seu colo, coloca uma roupa, me ignorando. Preocupada o pergunto:

— Grandão o que aconteceu? — ele me encara com os olhos marejados? Por Odin... o que fiz com esse homem?!

— Você ainda pergunta o que aconteceu Larissa? Como pode pensar em me mandar de volta? Depois de tudo que passamos, eu me apeguei a você Cachinhos, sinto que te conheço a milhares de anos, sempre tive essa sensação de um vazio e isso acabou quanto te conheci, eu quero estar com você. Não quero voltar, e enquanto isso a única mulher por quem realmente sinto algo me rejeita para ver um ancião que irá me mandar de volta! — vejo em seu olhar o quanto o machuquei e me arrependo instantaneamente do que falei. Abaixo a cabeça, envergonhada e falo:

— Nunca quis te machucar Grandão... Desculpa se dei a entender que quero que volte para sua era. A verdade é que não quero, sinto algo por você Grandão, algo que nem sei definir, mas acho que seria egoísmo demais querer que fique aqui comigo, quando tem uma vida em outro lugar. Quando se tem um povo, uma família, me precipitei e achei que gostaria de voltar para eles. — criando coragem levanto minha cabeça a cada palavra que falo e olhando bem no fundo daquela imensidão esverdeada e termino: — Eu quero que fique comigo, mas principalmente quero que saiba que é livre para voltar para sua vida se assim desejar. Por isso, quero descobrir o que está acontecendo! Acho que tem algo muito grande que nos colocou no caminho do outro, algo que devemos saber o que é! Desculpa, nunca quis te machucar. — quando finalmente termino, estou quase chorando e o Djalma vem correndo me abraçar, falando rapidamente:

— Eu que peço desculpas Cachinhos, não deveria ter sido tão duro com você! — ele coloca minha cabeça em seu peito, me deita em seu colo, beijando-me e consolando-me fala: — Eu vou estar aqui com você Cachinhos, que é a melhor coisa que já me aconteceu. E vamos descobrir juntos o que está acontecendo! — olho em seus olhos e pergunto:

— Juntos? — ele sorri, aproxima seu rosto do meu e quando nossos lábios estão quase se encostando, ele confirma:

— Juntos! — e sela essa promessa da melhor forma possível, com um beijo de tirar o fôlego e naquele momento soube que nunca mais estarei sozinha!

Meu SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora