Profecia

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— Olha sem querer ofender mas eu não vou te dar banho! Irei te levar para o banheiro e explicar como se usa as coisas, em nem um momento falei que ia banhar você. — digo com as mãos na cintura e séria, ele pode até ser o homem mais másculo, viril, gato, gostoso, lindo e musculoso que eu já vi e que me faz sentir um tesão só com a forma com que me olha. Mas tenho que ser forte, afinal eu o conheci há um dia? Vai fazer dois daqui a pouco, não posso transar com ele agora. Ou posso? Ele está me querendo, eu também o quero...Mas não! Tenho que focar em colocá-lo para tomar banho e procurar comida .E faço exatamente isso, o olho e quando ia falar, ele me corta e começa:

— Cachinhos, você pode até fazer essa feição de santa, mas sei que me quer também. Porém vou respeitá-la como pediu e não farei nada que não queira, mas não me esqueci que estava muito bem vestido quando cheguei aqui, então aceitando ou não você já me banhou, meu único arrependimento é de não estar acordado para sentir seu toque. Mas fique tranquila que quando isso se repetir estarei muito mais do que acordado. — fico sem reação por um tempo, olha a ousadia desse viking, finjo que não ouvi isso e falo:

— Vou te mostrar o banheiro e como deve-se tomar um bom banho. Agora siga-me.

— Com muito prazer! — ele acena e por Odin, por que estou sentindo que estou sendo observada? Assim que olho para trás o grandão estava sim me seguindo, mas estava olhando tanto para minha bunda que fiquei até tentada a tirar uma foto e dar para ele. Olho para frente, balanço a cabeça fingindo que não vi nada e continuo o caminho rebolando mais ainda; e por mais incrível que parece o grandão fez um barulho parecido com um rugido, não me controlo e dou uma risadinha discreta, só Odin mesmo para conseguir achar um homem que não se importa com o fato que estou acima do peso e com a bunda cheia de estria e celulite. Talvez os homens da Antiguidade não se importavam com isso, e alguns dessa época também não; mas estamos vivendo cada vez mais em um mundo de aparências e superficialidades que parece que o real e normal é cada vez mais aprisionado e taxado de imperfeito. Quando na verdade é simplesmente normal e natural, além de lindo, eu não sei vocês mas prefiro ser uma mulher de verdade do que uma Barbie.

Quando chego no único banheiro da cabana acendo a luz, pego duas toalhas bem grandes caso uma não seja o suficiente, e o explico como se utiliza cada coisa, além de como mexer com o chuveiro. O grandão ficou eufórico, parecia que nunca tinha visto nada parecido com isso em sua vida (talvez tenha sido porque ele realmente nunca viu, né? Já que ele é de não sei quantos mil anos atrás), debocho de mim mesma por ter tido um pensamento tão besta e quando estou voltando para a cozinha não consigo conter uma risada ao lembrar do que ele falou: ''Agora entendi o porquê de ter as mãos tão macias, como não tem que fazer força para buscar a água do rio tudo fica muito mais fácil." Realmente, ele ficou muito encantado com a água encanada, rsrsrsrsrs, e com esses pensamento chego na cozinha onde ligo para a recepção da pousada e me passam o número do único restaurante que entregam na vila. 

Ligo para lá, de novo pelo telefone do hotel, e peço que me indiquem os pratos mais globais da casa; já que fiquei com medo de pedir algo muito típico e não gostar, acabo pedindo: três Fårikal (carne de cordeiro com repolho e batata), quatro hambúrgueres daqueles grandes, uma pizza de calabresa e frango com catupiry e uma coca 3 litros. Realmente acho que não vamos conseguir comer tudo isso, mas é melhor prevenir do que remediar, vou até minha bolsa pego o dinheiro e já deixo o valor certinho em cima da mesa, com a cesta de frutas segurando. Como não tenho mais nada para fazer, decido escrever pelo menos os últimos acontecimento pois a final meu principal objetivo é escrever um livro ou uma matéria descente para o jornal em que trabalho, pego meu notebook preto, abro no Word e começo a digitar. Como sempre acontece comigo, assim que começo a digitar me perco nas palavras e histórias que crio e sinto-me em uma outra dimensão; porém quando menos espero sou tirada dela por alguém batendo na porta, levo alguns segundos para voltar para à ''Terra" e levanto rapidinho, pegando o dinheiro e abrindo a porta. Mas como dizem que alegria de pobre dura pouco, assim que abro a porta dou de cara com a garota da recepção, quase se matando para carregar aquele monte de comida, pego algumas coisas para ajudá-la e conseguimos colocar tudo em cima da mesa de jantar; já estava prestes a fechar a porta na sua cara, sem dizer nada, quando de repente ela coloca o pé no meio e fala:

Meu SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora