A Promessa

370 30 0
                                    

  Quando chegamos na recepção, pedi as chaves, agradeci quando a moça me entregou fui direto para o apartamento, com o Grandão em silêncio ao meu lado, percebi que aquela garota nos olhava curiosa e parecia desejar perguntar algo, contudo não dei importância. Assim que abrir a porta, entrei junto a Djalma e fui direto para o sofá, sinto que minha cabeça vai explodir e permaneci quieta pensando no quanto minha vida mudou drasticamente em tão pouco tempo, há alguns dias atrás estaria atendendo meu chefe e fazendo alguma reportagem, e agora, bom, estou com um viking ruivo, lindo e gostoso que é a reencarnação do titã do tempo que viveu um amor avassalador com a mulher que eu sou a reencarnação dela, confuso? Imagina para mim que estou vivendo isso, ah! Já ia me esquecendo das forças que estão trabalhando para nos separar e não conseguirmos quebrar a maldição. Nossa! É muita coisa acontecendo de uma só vez. Fiquei tão absorta em meus pensamentos que nem percebi que Djalma estava me chamando, só fui notar quando o mesmo sentou-se ao meu lado e me beijou fortemente, quando vi estava com as mãos em seus cabelos e ele apertava prazerosamente minha cintura, indo contra meus desejos o separei e falei:

– Desculpa, Grandão, não o ouvi.

– Eu percebi Cachinhos, não precisa se preocupar com nada, quero que saiba disso. Eu estou do seu lado e estarei até o fim dos meus dias. Prometo.

– Promete mesmo? – perguntei insegura.

– Prometo. – e sorri igual a uma boba com essa resposta, pois sei que enquanto puder Djalma não sairá de meu lado e eu também não sairei do dele. É como se eu tivesse, finalmente, achado meu lugar, meu lar, como se tivesse achado meu lugar no mundo e ele é tão indescritível, ele é muito mais do que eu poderia sequer imaginar, lembro das inúmeras vezes que fui dormir chorando achando que nada iria acontecer, que não iria amar, que não iria começar a viver, olhando para este momento só posso agradecer e sorrir, confesso que talvez esteja apaixonada pelo Grandão, mas apenas talvez. Olho em suas orbes verdes, pego sua mão e começo:

– O que achou da visita ao ancião, sei que é muita coisa, ainda estou absorvendo tudo isso e estou assustada, estou feliz mas receosa, sei que é confuso Grandão e pode me perguntar se não estiver entendendo. – vejo ele arqueando as sobrancelhas e me encarando responde:

– O que significa receosa? – quase rio de nervoso, sério que ele só prestou atenção nisso? Respiro fundo e o encarando também digo:

– Significa assustada, que estou temerosa, com temor Djalma. – ele acena a cabeça, entendendo o que falei e sou pega de surpresa quando de repente sinto meu corpo ser afastado do sofá, mãos me seguraram na cintura e quando vejo estou sentada nas coxas dele, literalmente, em seu colo e Djalma segura meu queixo enquanto acaricia meus braços, os colocando ao redor de seu pescoço, me surpreendo que mesmo nessa posição ele consegue ser mais alto do que eu, tenho meus pensamentos interrompidos ao escutar:

– Não precisa ter medo de nada, Cachinhos. Eu estou aqui, nada de ruim vai acontecer com você, sei que está surpresa e eu também, mas sempre me senti diferente e agora entendo o porquê. Agora que estou com você é como estar em casa, então, peço por favor para que não se preocupe, eu sou seu Grandão, não sou? Vamos ficar juntos e dará tudo certo, só peço que não me deixe, posso te proteger melhor estando ao seu lado e o destino me trouxe até você, não vou decepcioná-lo. – senti meus olhos lacrimejarem e segurei as lágrimas com força, quem ensinou esse homem a quebrar todas as minhas barreiras? Djalma viu minha reação, me apertou em seus braços, começou a massagear meu cabelo e continuou – O que foi? Falei alguma coisa errada? Por favor, fale comigo Cachinhos. – respirei fundo, sentindo seu cheiro e o respondi:

– Não Grandão, você não fez nada errado. Ao contrário, você fez tudo certo e é a primeira pessoa que falou algo tão bonito assim para mim. Por isso que estou emocionada.

– Então, não está triste?

– Não, estou feliz, muito feliz.

– Que bom, você é minha mulher, é meu dever e minha honra suprir todas as suas necessidades e te fazer a pessoa mais feliz deste mundo todo. – e depois de ouvir isso, não me controlei, me joguei em cima dele e o beijei com vontade, depois de um bom tempo nos separei e disse:

– Acho que tenho uma certa promessa para cumprir, não é mesmo? – vi seus olhos brilhando e um sorriso malicioso surgir em sua face assim que terminei de falar. E ele se levantou rápido comigo em seus braços, comecei a rir e perguntei:

– O que está fazendo Grandão?

– Estou te levando para o quarto Cachinhos e lá te amarei até cairmos em exaustão. – o agarrei e sorri pois sei que ele realmente o fará e que nada de mau nos atingira, pelo menos, não agora. 

Meu SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora