POV: Cronos
Desde que relembrei quem eu sou e da vida que me pertencia, posso admitir que mudei. Ainda sou o Djalma, o guerreiro viking solitário, mas, pela primeira vez sinto que faço parte de algo maior, sinto que toda minha jornada fez sentido; afinal, encontrei minha Larissa, minha Larisae, minha alma e isso é mais do que suficiente. Na verdade, é tudo que sempre quis.
Lembro de quando fomos ao templo e nele recordei de minha vida passada, foram tantas informações, tantas coisas, que minha cabeça parecia estar sendo esmagada pelo martelo de Thor. Com isso, fiquei fora de mim e senti algo forçando minha alma, foi estranho, me fez perder a consciência por alguns minutos e, nossa... Tenho vontade de me matar ao saber que poderia ter prejudicado minha mulher, minha vida, simplesmente não posso viver sem a Larisae, não posso; já o fiz como titã e fui muito bem, apenas lancei uma maldição em toda a humanidade, ceguei-me pelo ódio e matei inúmeras pessoas, além é claro de ter permitido que forças malignas entrassem neste mundo. Ou seja, foi uma catástrofe. Contudo, estou tendo uma nova chance e vou fazer valer a pena, vou dar o meu melhor e conseguir consertar tudo; e com a Larisae do meu lado isso será ainda mais fácil, ela é tão inteligente e perspicaz, conseguiu rapidamente obter diversas informações e juntos ligamos, ou melhor dizendo, estamos ligando os pontos deste imenso quebra-cabeça.
E confesso que estou curioso sobre as pessoas que Aldfis me disse, o tal do Cinco. Larisae está certa, simplesmente, sinto eles não são humanos e só preciso encontrar com um para confirmar isso.
Fico pensando em diversas formas de conseguir isso, enquanto, Larisae dorme de forma tranquila em meus braços, percebo que ela se move e que seu sono está chegando ao fim; por isso, fico quieto esperando a mesma acordar.POV: Larisae
Minha consciência volta vagarosamente após um sono sem sonhos e tranquilo. Remexo um pouco, abro meus olhos e noto Cronos me abraçando e segurando, agarro sua mão e falo:
— Bom dia!
— Bom dia querida! — viro-me e fico sentada na cama, com ele fazendo o mesmo, quando me ajeito e o encaro, digo:
— Está tudo bem? Pensei em sairmos um pouco hoje, darmos um passeio. O que acha? — Cronos sorri para mim e responde:
— Acho uma ideia ótima! Além disso, podemos procurar mais coisas sobre aquele grupo. — animada comento:
— Com certeza! — depois disso, ficamos algum tempo em silêncio e aproveito para admirá-lo, afinal, é uma bela visão: seus cabelos vermelhos bagunçados, seus lábios entreabertos, seu peitoral musculoso bem a minha vista, seus olhos meio cansados, mas tão brilhosos, ou seja, completamente lindo.
Caramba! Pelos Deuses! Aposto que o pessoal da emissora ia ficar de queixo caído, principalmente aquelas mulheres que falavam que eu era uma mal amada e uma mocréia. Ah, o mundo gira!
Observo ao redor e vejo a hora e nossa, temos que agir e rápido, já está na hora do almoço, dormimos demais, levanto de supetão, falando:— Cronos temos que ir! Vamos se arrume! — o mesmo me encara chocado e vagarosamente diz:
— Vamos? Para onde? — me arrumando respondo:
— Passear, comer algo e procurar informações. Vamos já está tarde e não podemos atrasar! — como se tivesse se recordado, ele se levanta e começa a se arrumar agilmente. Em poucos minutos, ficamos prontos e saímos; ao passar pela recepção noto que a garota está atrás do balcão, a encaro e desvio quando nossos olhares se encontram, porém, de esguelha percebo sua expressão surpresa com a boca aberta em completo choque e incredulidade. Isso me deixa curiosa, qual o motivo dessa reação? Parece até que pensou que nunca mais nos veria, como se estivéssemos mortos; finjo que não a vi e passo direto, puxando Cronos pela mão, não entrego a chave, algo me diz que é melhor assim. Seguimos caminhando e sinto seus olhos queimando em minha nuca, provavelmente, ela está nos encarando; quando já estamos fora da pousada consigo respirar tranquilamente e começamos o passeio.
De mãos dadas andamos muito! Visitamos o parque, algumas lojinhas no centro da vila, compramos comida em um restaurante pequeno mas aconchegante, estranhamente vazio. Parece que todo mundo foi embora, alguns lugares estão “cheios”, já outros não tem ninguém. Lembro do que Cronos me contou, por isso, evito ficar distante das multidões; querendo quebrar o silêncio, falo:— Você viu a reação da recepcionista? — ele concorda e diz:
— Ela parecia estar chocada até demais. — aceno e sugiro:
— Sim, parecia que ela esperava não nos ver mais.
— Concordo. — o olho e digo:
— O que está achando do passeio?
— Estou amando! Confesso que qualquer momento que estou ao seu lado é incrível. — fico igual a uma boba, sorrio e quando ia responder escuto um barulho de passos pesados. Olho para Cronos e ele acena suavemente, concordando que também escutou; continuamos andando e o barulho atrás de nós, ignoramos e fomos até a praça, porém, a pessoa continuava alí. Contudo, ao olharmos para atrás não havia ninguém, estranhei e de repente senti uma presença ao nosso redor, meus olhos foram puxados para o leste e vi um homem todo de preto nos encarando, rapidamente, ele virou e foi embora. Mas, consegui ver em seu casaco o número romano V (5).
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Meu Selvagem
ChickLitLarissa nunca teve uma vida fácil, sempre menosprezada, batalhou muito para ter tudo que possuí. Jornalista, foi para a Noruega para escrever uma matéria sobre o quê era amor para os vikings. Só não esperava em encontrar um VIKING de 2 metros, com m...