Eleonora já tinha problemas demais para enfrentar o "Pior Dia da Sua Vida"! Sua recente demissão que a levou corajosamente a xingar seu chefe, a descoberta de estar sendo disputada por quase toda a elite de New York, mas acima de tudo, a ideia de te...
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16 de julho, segunda-feira
08:30PM
— Desculpe... Quem? — É a coisa mais educada que posso dizer para não soltar algum xingamento ridículo e ofender a senhora do outro lado de alguma forma.
— Samantha Walker.
— Oh, sim. Dra. Walker, como posso lhe ajudar?
Minha voz cai alguns graus, tornando meu tom frio e mais formal do que já usei para qualquer pessoa. Percebendo isso, Dra. Walker suspira, emudece, voltando com um suspiro tão longo que quase posso contar os segundos que ele dura; tecnicamente, não é a coisa mais educada, mas prefiro guardar minhas opiniões pessoais para mim mesma.
— Sei que estou ligando tarde, mas Jerry me falou sobre você e gostaria de tentar te contratar antes que qualquer jovem idiota faça isso.
— Estou sendo disputada pelas madames de New York também? — Não posso deixar de conter a ironia em meu tom, importando-me pouco com o fato de não estar sendo educada.
— Sinto muito, Srta. Smith. Meu filho me falou como você reagiu a isso, e não, não estou entrando em uma disputa. — Dra. Walker faz uma outra pausa e, surpreendente a vejo murmurar alguma coisa em francês para alguém do outro lado. — Me desculpe, Srta. Smith, estou atendendo um hospital cheio hoje.
Oh, minha nossa!
É tão importante assim falar comigo ou tentar me contratar? A ponto de deixar o trabalho em um hospital de lado? Já ouvi muito sobre a Doutora Samantha Walker, e milhares de vezes passei longe dos hospitais caros que fazem parte do seu patrimônio e poder. Pelo tanto que ouvi, ela é uma mulher muito competente e profissional, nada comparado ao que ouço no desespero do seu tom nesse momento.
— Dra. Walker, podemos falar depois...
— Não! — praticamente grita, congelando-me, depois suaviza seu tom. — Olha, eu quase bati no meu filho de 36 anos por saber que ele estava em uma aposta ridícula envolvendo uma mulher, depois tive que ameaçar ele com um bisturi para conseguir seu número com sua amiga.
Não posso evitar um risinho.
Sinto que meu corpo libera um pouco da tensão e me permito voltar ao banheiro e me afundar na água morna, relaxando todos os músculos. Do outro lado, Samantha Walker acaba rindo também, murmurando mais algumas coisas para outra pessoa.
— Eleonora, certo?
— Hunrum — balbucio de qualquer forma, criando ondas na água com a mão livre.
— Eu escuto sobre você há muitos anos, principalmente da Srta. Roberts...
Dalila!
Seu nome me causa uma sensação desconfortável e por um segundo, só a menção me faz querer desligar o telefone, mas o que quer que tenha dito sobre mim, imagino que não tem a ver com o assunto em questão. Solto o ar devagar, optando pelo silêncio para que Samantha continue a falar.
