18 de julho, quarta-feira
08:30AM
Ah, droga!
Droga!
Droga!
Mil vezes droga!
Começo a correr pela casa sem acreditar que me atrasei logo hoje! No primeiro dia! Há dez ligações perdidas de Samantha Walker e algumas mensagens de voz deixando claro que está preocupada comigo. Para piorar, há uma limusine luxuosa lá embaixo, que não combina nada com a vida nova iorquina, mas sei que está a minha espera. Nem pude responder a mulher diante do que estou sentindo.
Isso é muito constrangedor.
Pior ainda é ter que me encolher dentro de um dos terninhos sabendo que não era a minha escolha para hoje, mas ontem, ao invés de me preparar, fiquei me preocupando em como seria a minha nova vida e simplesmente peguei no sono!
Peguei no sono.
É uma ofensa contra a minha própria pessoa. Não posso acreditar que fiz isso comigo mesma quando sabia que precisava cumprir um horário. Não é algo que tenha acontecido ao longo dos últimos três anos enquanto trabalhava para o Arthur James; sempre cheguei no horário certo ou um pouco antes e logo agora o universo resolveu que era conveniente um atraso.
Paro no meio da minha sala de estar, congelada com o soar da campainha. Minhas mãos tremem e a camada fina de suor se torna um pouco mais grossa, escorrendo uma gota de puro nervosismo ao longo das minhas costas. Parada, me questiono se devo desistir agora ou ir abrir a porta. E é claro que vou abrir a porta! Mesmo diante da minha vergonha e nervosismo caminho para a porta e encontro um homem alto de meia idade do outro lado, usando um terno azul marinho e um chapéu típico de motorista que cobre seus cabelos loiros levemente grisalhos.
— Srta. Smith, bom dia — declara com um sorrisinho gentil que diminui o ritmo das minhas batidas cardíacas. — Dra. Walker estava preocupada, então... eu vi quando as luzes se acederem.
— Me desculpe, te fiz esperar muito, não é?
— Não senhorita — fala com calma, tornando a sorrir e livrando-me mais um pouco da tensão.
— Eu nem sei o seu nome.
— John, senhorita.
— Só em chame de Eleonora, por favor — imploro, agarrada a porta e esfregando meus joelhos de forma tímida e infantil. — Eu tenho café. Você quer?
— Seria um prazer aceitar, senhorita, mas vamos nos atrasar pelo menos uma hora com o transito e o Sr. Walker não está em um bom dia hoje.
Arregalo os olhos quando ele diz isso, pensando em outro Walker, é quando percebo que está se referindo a Elijah. Meu coração se aperta e volta a acelerar com a informação, o que me resta é deixar que John entre e pegue minhas malas enquanto examino tudo. Eu consigo. Tenho tudo o que preciso para sobreviver ao longo da semana e não estou de bom-humor; por incrível que pareça, lido melhor com idiotas quando estou de mau-humor.
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Por Onde Você For
RomanceEleonora já tinha problemas demais para enfrentar o "Pior Dia da Sua Vida"! Sua recente demissão que a levou corajosamente a xingar seu chefe, a descoberta de estar sendo disputada por quase toda a elite de New York, mas acima de tudo, a ideia de te...