Capítulo XXXVI

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OLHA SÓ QUEM APARECEU...

Bem, esse é oficialmente o último capítulo, depois nos restará apenas o epílogo para nos despedirmos do nosso casal doidinho. Então aproveitem ao máximo e não deixem de comentar bastante.

Obrigada a todas pelo apoio e carinho <3

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02 de fevereiro, sábado

07:14AM

Seus olhos piscam para mim com incredulidade, seu cenho se franze a ponto das suas sobrancelhas quase se unirem, o silêncio recai e o que se pode ser ouvido nesse quarto são os soluços e fungadas que solto na tentativa de acalmar meu choro copioso. Estou ansiosa para que comece a falar qualquer coisa antes que eu desista de sair daqui. De repente Thomas se move na cama, usando a força que lhe resta depois da cirurgia para sentar acomodado em meio a uns três travesseiros macios. Samantha se mexe rapidamente, ameaçando ir em sua direção.

— Não — ele alerta, um pedido desespero para a sua mulher, mas o olhar ainda em mim — eu prefiro isso, prefiro morrer a continuar te perdendo, Eleonora.

— Não seja um tolo!

— Eu só preciso de um minuto para que me ouça antes de decidir sair de novo...

— Não, não quero que morra... — sussurro, aproximando-me mais da sua cama, até parar aos pés dela, num lugar que não possa me alcançar, mas eu possa estar próxima — eu vou ficar, vou te ouvir, só não diga que quer morrer, por favor.

— Eu sou um idiota.

— Eu sei, não vou deixar de pensar isso só porque está nessas condições. Você é o homem mais idiota que conheço.

— Sei disso — ele ri, mas não é um riso suave, é o riso de alguém que já vem carregando uma bagagem grande demais para simplesmente emitir um som bom, além disso parece cansado da cirurgia.

Ficamos em silêncio após sua tentativa frustrada de rir e até mesmo meu choro vai silenciando, agora que percebo que não há mais mãos para segurar e, embora possa ver Samantha aqui, sei que preciso enfrentar essa conversa segurando minhas próprias mãos.

Thomas suspira.

Uma, três ou cinco vezes.

Perco a conta após algumas respirações profundas e perco a conta das vezes que ele encara a parede como se ela tivesse uma resposta concreta para isso. Seu corpo balança levemente sentado na cama, seu dedo indicador preso a um aparelho tamborila sobre sua coxa e as vezes ele usa a outra mão para ajeitar o cateter nasal, desconfortável com ele. No fim de alguns minutos desconfortáveis e verdadeiramente tristes, Thomas puxa o ar firmemente e abre a boca em uma coragem desumana.

— Eu quero falar alguma coisa, mas não sei o que você quer ouvir, Eleonora.

Dou de ombros.

— Você sempre disse que queria se explicar, agora tem essa oportunidade. Mas não quero que me fale sobre como foi difícil se aproximar quando minha mãe te queria longe ou por causa do acordo judicial. Só me diga o porquê de tudo, Thomas!

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