Capítulo XXVII

882 119 144
                                    

24 de agosto, sexta-feira

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

24 de agosto, sexta-feira

01:02AM

Tamborilo o dedo no meu, ainda, quinto copo. Pensei que beber me deixaria animada, mas, na verdade, estou deprimida e nada a vontade. Minha bunda está dolorida por ter passado as últimas duas horas sentada nessa maldita área VIP, vendo todas as garotas se divertindo e me perguntando como pude achar que seria divertido sair de casa nesse estado. Sinceramente, queria minha bunda dolorida por outro motivo...

Relaxo mais no banco e coloco o copo de lado ao ver Blake, Caroline e Olívia voltarem mais uma vez para o meu consolo. As três se jogam nos bancos, meio bêbadas, alegres demais e soltinhas. Nem mesmo Xia aguentou essa animação e, temendo o dia de trabalho amanhã, foi embora quando percebeu que passava das onze.

— É a primeira vez que te vejo recusar bebida — Caroline ofega, tomando um gole longe de água.

Dou de ombros, desinteressada.

Pensei que seria uma noite divertida e eu esqueceria da briga que tive com Elijah, mas quando ficamos tanto tempo falando sobre ele, com mulheres assanhadas o endeusando, vi que não seria dessa forma. Agora só consigo pensar na discussão e tudo o que dissemos um para o outro, sem contar o momento na empresa.

Blake coloca sua mão sobre a minha, ganhando minha atenção.

Sorrio e a encaro.

— Você não via o papai há muito tempo?

— Na verdade, não — resmungo encolhendo os ombros. — Ele me procurou alguns meses depois da morte de Eva, porque queria conhecer Victória e me encontrar.

— Você nunca vai perdoá-lo, El?

Caroline e Olívia olham para mim em conjunto a Blake e a essa altura, até mesmo Olívia já sabe de tudo.

Suspiro para elas, jogando a cabeça para trás e soltando um riso rouco.

Essa foi a mesma pergunta que Eva me fez uma semana antes de morrer. Estávamos sentadas no terraço do prédio em que ela morava, bebendo e rindo dos nossos trabalhos idiotas e o futuro. Me lembro o quanto minha irmã ficou triste com a minha resposta, mas é a mesma que tenho para Blake.

— Blake, perdoar Thomas nunca foi uma opção que sequer passou pela minha mente. Não consigo olhar para aquele homem e pensar em perdão. Não vale a pena.

Balanço a cabeça para a minha confissão e para elas, já cansada disso.

Quero que entendam de uma vez por todas como me sinto e que perdão não é o que me fará feliz, porque eu já sou feliz. Eu fui feliz sem ele a vida toda, com tudo o que eu conquistei sozinha. Perdão é para aqueles que precisam seguir em frente e eu já segui, sem precisar perdoar o homem que partiu meu coração.

Aliás, eu reconstruí meu coração e estou trabalhando nele todos os dias.

Não preciso perdoar Thomas.

Por Onde Você ForOnde histórias criam vida. Descubra agora