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Durante o almoço do dia seguinte, coloquei um bilhete que escrevi em um guardanapo de papel dentro do bolso de Peeta, ele leu e sinalizou um positivo para mim. Há meia noite. Mais uma vez sairei de fininho, Johanna e Cressida se encarregarão de cuidar a minha fuga baseada na ponta dos dedos até o bunker "árvore".

- Antes da Katniss ir eu vou falar o que sei para vocês - nos sentamos no envolto de Cressida - pelo que sei, Coin irá começar a estabelecer regras por todos os distritos, serão regras oficializadas as quais todos devem seguir, caso contrário, haverá pena de morte. Eu li que a partir dos 12 anos o trabalho será exigido e que se tornará oficial a obrigatoriedade de enviar ao menos um familiar para servir como pacificador, tanto garoto quanto garota, de todos os distritos.

- Não - levo minha mão ao meu peito e aperto com força o tecido do macacão.

- Tem coisas muito piores as quais eu descobri. Só ainda não consegui assimila-las muito bem - Cressida balança a cabeça.

- Sai uma uma víbora e entra outra - Johanna soca os travesseiros - ela nunca foi melhor que Coriolanus Snow, desde o início eu sabia.

O barulho do toque de recolher ecoa pelo prédio, imediatamente corremos para nossas camas e nos deitamos para fingir sono. Após um tempo, pratico minha fuga e as garotas ficam no quarto. Vou até o corredor que leva ao bunker na ponta dos pés, me aproximando da porta, a abro devagar e com cuidado, o que me leva a enxergar os fios loiros e os olhos azuis, ansiosos, me aguardando. Peeta me recebe em um abraço caloroso entre beijos e carícias, nossos encontros escondidos são a única maneira de tocarmos um o outro.

- O que achou do treino de hoje?

- Cansativo, você não achou pesado?

- Achei, Finnick até passou mal após aquelas dezenas de voltas que nos fizeram dar pela quadra. Na hora do almoço ele comeu bastante comida salgada, pois sua pressão baixou e ele desmaiou quando saímos do treino.

- E ele está bem?

- Ah sim, agora está muito bem, já fazendo palhaçadas, claro. Quando chegamos no quarto ele ficou fingindo desmaios e colocando a língua para fora.

Damos risada.

- É ele está bem então.

- Esta sim - sorri e acaricia o meu rosto com o seu polegar - o que você acha dele?

- Do Finnick?

- É.

- Gosto dele, é um garoto legal.

- Que bom.

- Por que a pergunta?

- Porque...

Ele respira fundo.

- Se eu for dividir a minha vida com você, quero que você goste das coisas que tenha nela.

- Peeta - balanço a cabeça - não precisa se preocupar com isso - seguro o rosto dele - gosto de como estamos - Ele sorri e concorda.

Peeta desencadeou coisas dentro de mim que eu jamais imaginei que seriam possíveis, como me expressar melhor através de palavras e gestos. Sempre fui quieta, introvertida e de poucas palavras, nunca pensei que um dia fosse ficar trocando carícias como essas com um garoto. Não sei como ele me faz sentir assim, chega a ser inexplicável. Lembro-me de uma vez que Rue disse que Peeta é a minha alma gêmea. Bobagem, não acredito nessas coisas. Ela falava que era por isso que sonhávamos um com o outro, que sentíamos ambas emoções e que era difícil ficarmos longe. Não deve ser isso, deve haver outra explicação. Uma explicação a qual eu não desejo saber no momento.

Soulmates- Katniss e Peeta.Onde histórias criam vida. Descubra agora