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Confesso que fiquei meio estranha em relação a maneira como Effie Trinket reagiu a minha saída, acho que ela não tem muitas pessoas para conviver e conversar do distrito. Me apoio no trem e tento me deslocar entre suas paredes, os pacificadores não parecem me notar, estão bem preocupados com as cargas que chegam. Vejo um grupo de pedreiros saindo do trabalho e atravesso a rua com eles, para não chamar atenção.
O distrito 2 não é como eu imaginava, aqui é bem parecido com as imagens que eu vejo da Capital na Tv, há enormes construções, estradas de pedra e casas bem pintadas. Claro que existe a proporção pobre do distrito, se não houvesse não seria Panem.

- Veja por onde anda garota! - Um homem me chama a atenção.

Só depois de sua fala que percebo o esbarro que lhe dei, estou distraída. Se não fosse pelas roupas que encontrei no armário de Effie, me daria bem mal aqui, pois eles usam trajes bem arrumados ou o uniforme de trabalho. Bem, a questão de agora é por onde eu começo? Não faço ideia do nome do garoto, em qual casa mora ou o trabalho que exerce. Agora percebo o grande erro que cometi vindo até aqui, não sei nada sobre o distrito e além disso, não sei onde irei passar a noite, que já se aproxima.

Paro para suspirar e observar os lugares que me rodeiam. Há uma hospedaria aqui, mas tenho tão pouco dinheiro que prefiro dormir na rua mesmo. Minha barriga começa a roncar mas a ignoro, comi ha poucas horas no trem e vou aguentar mais.

- De acordo com as novas medidas da presidente Coin, todos devem obedecer o toque de recolher que inicia as 22 horas.

Essa voz robótica repete esse comunicado umas cinco vezes seguidas, me fazendo ficar ainda mais irritada, parece que essa presidente sabe que estou aqui e quer me ferrar por não ter onde dormir. Ando pelas ruas estreitas e movimentadas, o comércio aqui é forte e as pessoas arranjam vários tipos diferentes de trabalhos para se ocuparem e ganharem a vida. Mesmo com a morte de Snow, os distritos ainda parecem obscuros e revestido de mão de obra. Entro e saio de muitas lojas à procura de um garoto loiro com olhos azuis e lábios ralos, falho de várias maneiras possíveis, não encontro ninguém que o conheça precisamente, ao que parece há vários loiros de olhos azuis por aqui.

- O toque de recolher iniciará em 5 minutos.

Tenho vontade de derrubar o poste que porta esse auto-falante, por um instante a ideia me parece interessante, então me lembro que se me pegarem nunca mais poderei falar, porque irão cortar a minha língua. Um pavor percorre meu corpo e coloco minha mente para funcionar, com certeza meus pais e Prim gostariam que eu vivesse a minha vida e não acabasse como serviçal do presidente. Um bar sorrateiro me chama a atenção, ele é pequeno e possui apenas uma porta com uma placa anunciando que estão abertos. Corro até o estabelecimento e abro a porta, ao entrar vejo mesas mutuadas, no máximo cinco clientes e duas moças atrás do balcão. Atravesso o corredor e me sento na mesa do canto, as  garçonetes parecem estar tão distraídas com os clientes bêbados em seu volto que nem me notam. Observo a alegria que se encontram e ouço as conversas contadas em vós alta, eles nem se preocuparam quando a sirene do toque de recolher tocou. Se despediram em total êxtase e alegria das garçonetes e saíram saltitando do bar, acho que as pessoas não tem medo de serem pegas por aqui.

- De onde você é? - uma delas dirige essas palavras a mim.

- Ham...como?

- Você não é daqui, da para perceber. E então? Distrito 10, 11?

- Por favor Bonnie, ela tem o rostinho do distrito 12 - a outra mulher sorri enquanto seca os copos que acabou de lavar - Menos essas roupas, são roubadas?

- Não! - minha voz sai forte.

- É honesta, que bom.

- Você fugiu? Bem corajosa.

Soulmates- Katniss e Peeta.Onde histórias criam vida. Descubra agora