Soulmates- Katniss e Peeta.

12

Peeta comeu tudo e se levantou para retirar os pratos.

- Pode deixar a louça comigo.

Finalmente irei retribuir esse garoto pela estadia e comida que estou usufruindo nesses últimos dias.

- Você tem que descansar agora - arrumo a cama dele e afofo os travesseiros.

- Não, eu fico ali no sofá - trata como se isso fosse besteira.

- Peeta - paro séria - você vai dormir nessa cama hoje e não há mais discussões sobre isso.

- Tudo bem - suspira - mas quero que pegue vários cobertores e um travesseiro muito bom.

Dou uma risadinha junto com ele.

- Certo.

Arrumo o sofá e tento deixá-lo da melhor forma, para que Peeta veja que estarei bem essa noite.

- Se precisar de qualquer coisa, sabe que pode me chamar.

- Tudo bem - ele esboça um sorrisinho e ajeita a cabeça no travesseiro.

Fico sentada na mesa da cozinha esperando que ele durma de vez e quando vejo seu peito subindo e descendo calmamente me sinto mais tranquila para ir ao meu sono. Solto meus cabelos da trança em que eles estavam e escovo os dentes, desligo as luzes do chalé e deixo apenas um abajur fraco a beira da lareira aceso, me ajeito entre os lençóis e acabo dormindo rápido.

***

Estamos passeando juntos pelo centro do distrito, aproveitando o belo dia, Peeta está sem o avental e usa vestes cor de creme. Seus olhos brilhavam até o momento onde escutamos vários tiros vindos do lugar mais próximo onde nos encontramos e vejo pacificadores se aproximando, agarrando seus braços e o arrastando para longe de mim.

- Peeta! - grito a seu socorro.

Sua feição dolorida acompanha a minha.

- Fuja! Fuja logo! - tento correr atrás dele mas sou impedida, meus pés estão cravados no chão como se estivesse usando botas de chumbo.

- Não... - minha mão tenta pega-lo mas ele some de minha vista.

Mais tiros e o barulho me faz abrir os olhos.

O meu grito é alto e me remexo inteira na cama, me acercando de onde estou de verdade.

- Katniss - Peeta senta na cama e tem dificuldade de levantar.

- Está tudo bem, foi só um pesadelo.

- Com sua família? - seu rosto é preocupado.

- Não - ele me olha confuso - com você.

Ele parece processar o que eu disse.

- Venha até aqui - ele não precisa pedir duas vezes que rapidamente já me levanto e vou até ele - Quer...ficar comigo até ter sono novamente?

Sua expressão suave me passa uma sensação de conforto. O pesadelo foi tão terrível, amedrontador e bruto que qualquer coisa que me faça pensar em outra coisa a não ser isso, vai me fazer bem.

- Quero.

Me deito ao seu lado e viramos nossos rostos um de frente para o outro.