26 || Papai Corno

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Eu olhava assustado para os três. Não é possível, cara.

— Payton? — Cierra se aproximou de mim.

Ela estava diferente, cresceu um pouco, ganhou corpo e estava mais bonita. Seu estilo de roupa também mudou. Me lembrei de como ela era antes e da nossa história.

— Cierra? Nossa, como você mudou.

— É, a maternidade faz isso. Quanto tempo, né?!

— É. — Sorri, fomos andando até um canto da casa. — E o que faz aqui?

— Então, aquele é o Dylan. — Apontou para o menino que brincava com um carrinho. — O seu filho.

— O quê? — Arregalei os olhos. — Meu filho? — Sussurrei assustado. — Eu pensei que a criança era do Richard.

— Não era. Se lembra que eu tentei te explicar a três anos atrás? Você não queria ouvir.

— O Mason me falou que você disse que o bebê que carregava era do Richard, tinha certeza absoluta.

— Eu estava nervosa naquele dia, por favor, tenta entender o meu lado.

— E por que não veio atrás de mim antes? Por que não me ligou? — Perguntei nervoso.

Não entrava na minha cabeça que agora eu tinha um filho.

— Quando Dylan nascesse ele iria ser criado pelos meus pais, sendo meu irmão, pelo fato de eu ser muito nova. Mas não tive coragem quando vi aqueles olhinhos. Querendo ou não ele é meu filho.

— Por que veio só agora?

— Ele queria conhecer o pai.

— E o Richard? Tá com ele?

— Não, ele só veio me trazer aqui. Quando descobriu que o filho não era dele se afastou de mim, eu fiquei sozinha e sem apoio nenhum, nem dos meus pais.

Senti uma pontada no peito ao ouvir aquilo.

— Ci, eu sinto muito. — Falei sincero. — Eu nunca imaginei isso, por que não me ligou?

— Pensei que me odiava, não tive coragem de dar as caras. Me senti muito envergonhada pelo o que eu fiz.

— Mesmo assim, Cierra, ele é meu filho eu tinha direito de saber da existência dele.

— Me desculpa, Payton.

— Tudo bem. — Eu disse. Olhei para meu filho... É estranho dizer isso, ele é meu. Eu tenho um filho. UM FILHO!

— Ele queria te conhecer. — Ci sorriu. — Pode ir lá com ele se quiser.

— Ele é muito bonito. — Observei-o.

— Puxou por você.

Sorri para ela e fui até Dylan, ele me olhou envergonhado, seu rosto é idêntico ao meu quando era menor. Seus olhos castanhos claros eram enormes e seu cabelo tinha cachinhos bagunçados.

Fiquei com vontade de abraçar ele mas não sabia se ele queria.

— Você é o papai? — Perguntou, a voz dele era tão fofinha, não era aquela voz irritante de criança.

— É, sou eu. — Me abaixei na altura ele. Dylan começou a mexer no meu cabelo e ri. Ele é tão adorável. Aos poucos envolvi meus braços nele em um abraço que logo foi retribuído.

— Papai. — Ele disse rindo. — Eu sempre quis ter um.

Me partiu o coração ouvindo aquilo. Eu deveria ter ido atrás antes.

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