21 || Confusão Diária

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— Nem pensem em subir para o segundo andar! Quero os dois sentados no sofá agora! — Meu padrasto ordenou antes mesmo de passarmos pela porta de casa.

Revirei os olhos, sem um pingo de animação, acho que todos os envolvidos já estavam cansados da mesma rotina: Confusão.

Payton e eu nos sentamos, lado a lado, no sofá de couro macio.

— É simplesmente inaceitável o tipo de coisa que vem acontecendo nessa família. Quando penso que um problema está resolvido, vocês dois me aparecem com mais cem!

— Que exagero! — Payton resmungou, se espreguiçando no sofá sem nenhum pingo de remorso. — Eu só estava tentando ser um irmão mais velho legal, para variar. Vocês por acaso sabiam do encontro as cegas da Isabela?

Encarei-o boquiaberta. Fofoqueiro não fazia bem o estilo do idiota.

— O QUÊ? — O grito que minha mãe deixou escapar não me restou dúvidas; eu estava bem encrencada.

— Calma, mãe, eu posso explicar... — Eu não fazia a menor ideia do que falar, nem sei por que eu disse isso.

— Desde quando você sai com desconhecidos, Isabela?!

Para ser honesta, a voz dela me revelava muito mais desespero e preocupação do que ódio.

— Não eram bem como se fosse desconhecidos, né? — Lancei um olhar mortal para a praga do meu irmão postiço, que em provocação, colocou seus pés apoiados no meu colo. — Eu criei uma conta no Tinder porque mereço ter um namorado também.

— E desde quando você quer um namorado, Isabela?! Não era você que iria esperar o Justin Bieber ficar disponível?

Payton soltou uma risada e revirei os olhos.

— Por que eu ainda fico surpreso com isso? — Payton falou ainda rindo.

Empurrei suas pernas do meu colo, vendo-o resmungar alto.

— Os meus crushes de infância não estão em questão e nem discussão! Eu já tenho 17 anos, só estava querendo me divertir. Fui a um restaurante movimentado e conhecido, haviam várias pessoas jantando ali e eu não corria perigo. Quer dizer... — Olhei para Payton. — O maior perigo foi o animal que chegou arremessando mesa e cadeira!

Ele deu um pulo, pronto para se defender.

— Não arremessei mesa e cadeira à toa! Você por acaso sabe com quem você estava jantando, Isabela?

— Sei sim, muito obrigada! E ele inclusive é seu primo!

Ele revirou os olhos.

— Sim, é meu primo e é bem por isso mesmo que posso dizer o quanto ele é sangue ruim!

— Até que enfim você reconhece que sua linhagem não presta!

— Calem a boca! — Mamãe interferiu, os olhos arregalados expressando choque. — Não quero ouvir meus filhos se ofendendo na minha frente desse jeito!

— Não precisa se preocupar, amor. — Robert disse. — Vou levar Payton até o quarto dele, quem sabe no caminho ele pode explicar o que estava fazendo no mesmo restaurante de Isabela aquela hora.

Por que eu não pensei em perguntar isso antes?

— Por que ele não me conta agora? Será que é por que sabe que isso se chama perseguição e é crime?

Payton, mais uma vez, revirou os olhos

— Garota, nem tudo na minha vida gira em torno de você. E eu não tenho problema nenhum em dizer o que fui fazer lá! Fui jantar, como uma pessoa normal.

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