24 || Lembranças do Passado

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Payton Moormeier

Eu estava deitado na minha cama com os olhos fechados, tentando mentalizar algo positivo.

Daqui alguns minutos minha meia irmã vai vir até meu quarto  para saber sobre a treta minha e do meu querido primo.

É difícil pra mim falar isso em voz alta, eu nunca fui fraco, mas se tocar nesse assunto eu... Eu não sei o que acontece comigo, fico tão frágil e indefeso.

Ouvi duas batidinhas na porta e dei um jeito de engolir toda aquela angústia. Respirei fundo e forcei um sorriso.

— Pode entrar. — Falei, engoli seco após minha voz sair meia falhada.

— Tá tudo bem? — Isa entrou devagar pelo cômodo, vindo até meu lado. — Podemos conversar agora?

Era agora. Não tinha como eu fugir. Eu preciso jogar isso para fora. Desabafar com alguém.

Eu abri a boca fazendo menção de me pronunciar, mas fechei-a logo em seguida. Isa apertou minha mão entrelaçado nossas mãos, incentivando-me. Eu fechei os olhos, soltando um longo suspiro na sequência.

— O que quer saber? — Finalmente falei, liberando um pouca da angústia, mantendo-me de olhos fechados.

— A verdade. — Sussurrou.

A simples melodia de sua voz fez algo em meu interior se revirar.

Respirei fundo antes de começar.

— Eu tinha 15 anos, uma namorada, éramos felizes. — Soltei um pedaço da história. — Eu amava ela. Acho que eu nunca amei alguém como eu amei aquela garota, eu daria a minha vida pela a dela. Nós iríamos fazer seis meses de namoro no dia 07 de fevereiro. — Sorri me lembrando do dia. — Uma semana antes ela me ligou desesperada, chorando, meu coração doía ouvindo ela daquele jeito.

— O que aconteceu?

— Ela estava grávida. — Soltei e vi minha meia irmã arregalar os olhos. — Meu mundo caiu naquele momento, nós não sabíamos o que fazer, ela tinha apenas 15 anos, éramos praticamente crianças, não tínhamos terminado nem o ensino médio. E-eu não sei o que aconteceu, nós sempre usamos proteção e, não tinha como isso acontecer.

— Às vezes pode acontecer.

— É, bem que eu queria ser o pai da criança. — Eu disse seco, me lembrando da cara do meu primo.

Um ódio enorme pareava o meu ser, toda vez que eu vejo ou falo o nome daquele infeliz eu fico com assim. Vontade de socar a cara dele até a morte. Ela era a minha namorada, eu a amava incondicionalmente, faria qualquer coisa por ela. Mas aí veio o Richard e estragou tudo.

Nunca vou perdoar aqueles dois.

— Continue. — Isa chamou minha atenção, todo aquele ódio sumiu quando meus olhos foram de encontro ao seu.

— Ainda me lembro, era sábado de manhã... — Continuei.

FLASHBACK ON

— Não se preocupe, meu amor, vai dar tudo certo. — Abracei minha namorada. — Eu te amo muito nunca vou te deixar.

— Não é isso, Payton. — Suspirou. — Eu tenho 15 anos, meus pais nunca aceitariam isso.

— Mas é o nosso filho.

— É uma célula não formada. — Ela respondeu e soltei um riso.

— Que seja, mas temos que contar para alguém. Um adulto. Quer abortar? — Perguntei.

— Não sei. — Colocou a mão na barriga. — É o melhor a se fazer. Eu acho.

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