— QUE CENA MAIS LINDA! — Uma voz alta e estridente exclamou, e eu me remexi nos lençóis, sonolenta, me aconchegando ainda mais na pessoa grande e confortável ao meu lado.
— Eles morreram. Vamos aceitar. — Uma outra voz proclamou, e eu comecei a ficar irritada.
— Eu trouxe a solução para os nossos problemas. — A primeira voz respondeu, e logo em seguida tudo ficou na mais completa e serena paz.
Graças a Deus. Eu estava com tanto sono que sentia que podia dormir por anos como um urso no inverno. Ai, por que eu não podia ter nascido um animal? Sério, minha vida seria tão mais fácil.
— BOM DIA, PRINCESAS! — A tal voz berrou segundos antes de eu sentir meu corpo todo encharcado.
Abri os olhos, assustada, percebendo bem onde eu estava. Na minha cama, com Vinnie, Chase e Charli tão assustados quanto eu, e juntos estávamos cercados por, no mínimo, umas dez pessoas que morriam de rir enquanto gravavam tudo com os celulares.
E o cabeça por trás disso tudo? Dou uma bala pra quem adivinhar, mas acho que seria óbvio demais.
— PAYTON, SEU FILHO DA PUTA! — Briguei, arrancando o balde agora vazio de suas mãos apenas para acertá-lo com ele uma dúzia de vezes.
O canalha não conseguia parar de rir, mas seus braços musculosos haviam adquirido uma coloração avermelhada. Plástico também podia machucar, meu bem.
— Ai, ai, ai! Não precisa me bater tanto assim! — Ele arrancou o balde das minhas mãos, arremessando-o do outro lado da cama.
— Cara, por que você é tão sem noção, hein? — Vinnie perguntou, a voz rouca de manhã ainda mais acentuada. Ele continuava com sono, e parecia bem mais tranquilo em relação a humilhação que meu irmãozinho havia arquitetado.
— Ah, vai defender essas eles agora? É só brincadeira, brother. — Ele sorriu, cínico.
— Brother? — Charli desdenhou, irônica. — Sempre soube que você era hétero top, Payton. Nada novo. Sempre decepcionando...
— Calem a boca. — Chase resmungou abraçando Charli.
Me levantei na hora, a blusa completamente grudada no meu corpo graças a água que Payton havia atirado em mim.
— Pode ir vazando todo mundo! Anda, podem ir embora! AGORA! SAÍAM DO MEU QUARTO! Ou eu chamo a polícia!
— Polícia? — Uma garota ruiva riu ainda mais alto, desdenhando. — A casa é da sua família. Você que vai presa.
Ignorei solenemente a parte da "sua família", mas confesso que um arrepio me percorreu a espinha.
— Eu posso muito bem afirmar invasão de propriedade privada! E pros demais espertinhos que duvidarem de mim, saibam que eu sou maluca! Insana! Completamente louca! Vocês não conhecem a minha capacidade!
— Pior que eu vou ter que concordar. — Payton acrescentou, e fechei minhas mãos em punho tentando descarregar toda a minha raiva.
Não posso bater no Payton, não posso bater no Payton, não posso matar o Payton, não posso ASSASSINAR o Payton, não posso ESTRIPAR o Payton, eu POSSO ATIRAR O PAYTON DE CIMA DE UM PRÉDIO...
— Melhor a gente ir, galera. Essa festa já acabou mesmo. — Um dos garotos com o celular apontado na nossa direção, reclamou.
Avancei em sua direção, mas antes que pudesse fazer algum estrago, Vinnie me puxou de volta para trás.
— É melhor vocês correrem mesmo! Se eu pegar esse celular eu vou enfiar bem no meio do cu cada um de vocês.
Revirei os olhos, observando com satisfação todos aqueles mimadinhos correrem para longe do meu quarto.
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Os Gêmeos
FanfictionAssim que a mãe de Isabela se casou novamente ela nunca mais teve descanso. Viver com gêmeos é um saco, principalmente quando os três se odeiam. Início: 25/10/2020 Término: 25/04/2021 • Não aceito adaptações da minha obra.