Capítulo 11

2.6K 211 39
                                    

HORAS MAIS TARDE

Acordei com a voz de uma criança choramingando. Me dei conta da onde eu estava e o que eu fiz nessa noite. Rapidamente me levantei da cama aonde Wanessa dormia ao meu lado e cacei as minhas roupas espalhadas pelo quarto, me vesti rapidamente deixando a blusa desabotoada. Passei a mão pelo rosto pensando na besteira que eu fiz. Me senti duplamente canalha. Com a Wanessa por não ter resistido e transado a noite inteira com ela e saber que não poderia oferecer mais do que isso e com a Audrey por tê-la traído. Corri até o berço e vi meu filho choramingar. O peguei no colo e ele me encarava um tanto assustado.

Respirei fundo me sentando na cama com Tavinho no colo e encarei Wanessa dormindo. Wanessa respirava profundamente de tão cansada. Eu não queria acorda-la, por mim, eu mesmo cuidava do Tavinho. Mas com certeza ele estava com fome e eu não conhecia nada dessa casa. Teria que acorda-la de qualquer maneira.

— Wanessa, acorde. O nosso filho acabou de acordar. — Eu disse sem jeito chamando Wanessa que despertava aos poucos e ao mesmo tempo espreguiçava.

Sentei Tavinho próximo a Wanessa que sorriu ao ver a mamãe acordada.

Ela abriu um enorme sorriso e me encarou pegando o Tavinho no colo que rapidamente se acalmou no colo da mãe. O sorriso de Wanessa aqueceu meu coração por um momento, como ela é linda...

— Bom dia, Peter. Que felicidade acordar e ver você na minha cama. — Bufei me levantando e calçando meus sapatos em seguida.

— Eu ainda estou aqui porque o Tavinho havia acordado. Eu realmente preciso ir. — Disse sem olhar para ela. Quando me ergui vi que ela me encarava e suspirou.

— Eu já imaginava que isso iria acontecer. Agora vai dizer que se arrependeu e bla, bla, bla. — Wanessa se ergueu da cama rapidamente deixando Tavinho na mesma, enquanto vestia seu robe cobrindo seu corpo seminu.

Novamente ela pegou o Tavinho e caminhou sem dizer nada em direção a porta, então eu corri na mesinha apanhando meu molho de chaves e minha carteira a seguindo.

— Wanessa não me leve a mal, mas você sabe que... — Ela parou virando para mim.

— Sabe o que eu sei? Que a noite foi tão boa que nem você foi embora e só paramos de fazer amor quando estávamos extremamente cansados. Agora você vir dá um de arrependido é demais para mim. Peter ta na cara que você não me esqueceu, assim como eu também não.

— Wanessa as coisas mudaram. Eu estou casado com a Audrey e ela precisa muito de mim.

— E eu e seu filho não? — Bufei irritado e observei Tavinho colocar a cabeça no ombro de Wanessa, ainda sonolento.

— Meu filho eu tenho certeza que sim, já você... se precisasse não teria me abandonado. Eu fui atrás de você na rodoviária e mesmo assim...

— Isso sim foi um grande erro, mas um erro necessário, Peter. Eu estava muito imatura. Você era o único homem que me despertou de uma forma espantosa, eu não sabia lidar com meus sentimentos confundia tudo e acabava te magoando. Eu precisava de um tempo pra mim, pra você. Eu só não esperava que eu ficasse grávida. Eu te falei que tentei te procurar, mas você me evitava...

— Pela forma da qual você se foi. Wanessa, a Audrey está debilitada. Ela foi muito amiga e parceira eu não posso agir como um canalha com ela, nem com você. Não posso te usar se agora eu estou casado com outra. — Vi o olhar dela vacilar e ela suspirou.

— Casado, mas não ama. Casou por compaixão só isso.

— Que seja! Eu não posso desrespeita-la. — Wanessa deu um sorriso amargurado dando de ombros.

— Vai continuar casado, vivendo um amor que não existe, não da sua parte. Até quando Peter? Mas quer saber? Não posso fazer nada. Se você não me quer, eu que não vou me rastejar mais. Você fez a sua escolha. Escolheu viver por compaixão do que por amor. Eu só espero que você não se arrependa. — Dessa vez quem vacilou foi eu. Era absolutamente verdade. Eu ainda amava a Wanessa. Mas eu não podia trair e nem decepcionar uma pessoa que me deu a mão quando eu mais precisei, a pessoa que se declarou para mim e quer passar os últimos dias de sua vida comigo. Eu não podia fazer canalhice com Audrey.

Eu não tive culpa se a Wanessa estragou o nosso destino bancando a egoísta fugindo do nosso amor por benéfico próprio. Infelizmente meu destino estava traçado.

— Eu pretendo ter uma boa relação com você que é mãe do meu filho. Quero combinar a pensão, os dias que eu vou poder passar com meu filho... essas coisas. — Ela assentiu friamente.

— Tudo bem. Agora eu posso ir para a cozinha cuidar da mamadeira do meu filho? Se eu não me engano, acho que a sua esposa te espera desde ontem em casa. — Respirei fundo, sem jeito e assenti.

— Ok... eu... então tchau. — Fiquei sem ter o que dizer. Wanessa apenas se despediu friamente de mim. O que eu achava estranho, logo ela sempre foi tão decidida e insistente...

Me aproximei do Tavinho e acariciei seu rostinho angelical.

— Até mais meu filho... o papai não vai demorar vir ver você, tá bom? — Me aproximei dele e dei um beijinho em seu rosto e inalei o perfume delicioso que estava na pele de Wanessa. Me afastei dos dois terminando de abotoar a blusa e saí. Assim que entrei no carro, as lembranças da noite passada me tomaram. O cheiro, o gosto o prazer com a Wanessa.

Merda! Por que tinha que ser assim?

Fechei os olhos dando um soco no volante antes de ligar o carro e partir.

Wanessa mal havia voltado e já estava bagunçando a minha vida, o meu pensamento...

MINUTOS DEPOIS...

WANESSA

Peter havia fugido de mim. Eu já esperava isso, mas não imaginava o quanto isso me doía e me deixava mal, ainda mais com tudo que ele falou. Apesar disso, eu não me deixei abalar. Eu o amo de verdade. É claro que eu não desisti dele. Só ia mudara tática da conquista. Eu vou fazer Peter me querer sem eu precisar me implorar para ele.

Aproveitei que Tavinho estava quieto brincando no cercadinho após o café e fui me trocar. Léo ainda não havia acordado. Sorri olhando para porta do quarto do meu amigo.

Coloquei um macacaquinho leve, o dia estava começando quente. Aproveitar enquanto o sol estava baixo para levar Tavinho para um banho de sol. Me senti um tanto cansada e dolorida e sorri com as lembranças. Peter continuava selvagem, delicioso e perfeito. Foi uma das nossas melhores noites, pudemos matar as saudades, mas eu queria bem mais que isso.

De repente, a campainha tocou. Franzi o cenho confusa. Será que Peter havia esquecido algo? Calcei a sandália e caminhei até o portão.

Assim que abri fiquei surpresa. Audrey me encarava com cara de poucos amigos. Que visita boa... com certeza, o assunto seria bom. O que me estranhava era que alguém tão debilitada como se dizia ser, pudesse passear por aí sozinha. Sorri para ela sarcasticamente.

— Bom dia, o que deseja na minha casa? — Ela ajeitou a bolsa sobre o ombro.

— Você já deve imaginar. Vim para conversarmos como duas mulheres adultas. — Assenti abrindo ainda mais o portão.

— Fique à vontade. — Ela me encarou e pelo seu olhar eu poderia sentir que ela queria me matar. Sorri internamente e ela entrou. Fechei o portão e caminhei na frente dela. Eu estava feliz que ela veria o fruto do meu amor com Peter. O Tavinho. Talvez assim ela se desse conta que estava sobrando na história...

Meu Irresistível Pecado 2 (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora