Encaro a velha sem entender. Dou um longo suspiro.
— Escuta, se a senhora veio me ofender eu acho que...
— Não mesmo. Precisamos falar do meu neto e do Peter também. — Franzo o cenho sem entender e acabo abrindo mais a porta cedendo a passagem para a velha.
Ela entra em minha casa observando tudo. Até que seus olhos caem em Tavinho. Ele rapidamente abre o sorriso para a avó me deixando perplexa. Tavinho só sorri quando gosta mesmo da pessoa. A mesma o pega no colo que se joga no colo da vó.
— Como você é lindo e puro, netinho. Diferente dos seus pais. — Eu reviro os olhos cruzando os braços. Tava demorando.
— Então? — Ela se senta em meu sofá agarrando o terço em sua mão. Tavinho apanha o terço da mão dela e começa a brincar.
— Eu me enganei sobre aquele satanás. — Seguro a vontade rir e me sento no outro sofá sem entender.
— Quem? O que a senhora está dizendo? — Ela bufa parecendo muito chateada e nervosa.
— Aquela maldita Audrey. Ela está enganando a todos com a doença... ainda por cima eu a vi maltratando o meu neto. — Me levanto exasperada.
— O que aquela maldita fez pro meu filho? E por que o Peter não me disse nada? Eu vou matar aquela desgraçada! — Digo furiosa assustando Tavinho que abraça a vó.
— Ela disse ofensas ao menino. O chacoalhou. Eu vi tudo. Obvio que se ela estivesse feito algo pior, eu mesma a mataria. Não se preocupe, jamais deixaria ela ir tão longe. Eu... preciso da sua ajuda. — Fico surpresa com o pedido da velha e franzo o cenho.
— Minha ajuda? — Ela suspira parecendo cansada.
— O meu Peter está cego. Não percebe o satanás que perpetua em nossa casa. — Dou de ombros lembrando como Peter é cabeça dura.
— Isso não posso fazer nada..
— Claro que pode. Foi você quem desvirtuou o meu Peter do seu destino. Não pode deixa-lo a própria sorte nas mãos daquela megera. — Reviro os olhos novamente.
— Olha dona Aparecida... o seu filho é bem crescidinho. Ele sabe o que quer. Eu juro que até tô tentando. Mas tô quase desistindo. Acho que ele a ama.
— Ele não a ama, está com ela por pena e não pode ficar com ela. Ela vai fazer alguma coisa para o Peter me tirar de casa eu sei... — Suspiro.
— Não entendo a senhora. A senhora não gosta de mim, no entanto...
— No entanto, meu filho te ama. Você é mãe do meu neto mesmo contra o meu gosto. E além do mais, nunca escondeu que é a própria diaba e nunca me fez mal diretamente, ao não ser desvirtuando o meu filho. Já aquela Audrey... eu consegui ver a ruindade nos olhos dela.
— E o que a senhora quer que eu faça? — Pergunto curiosa.
— Assim como conseguiu tirar o Peter da sacristia, quero que tire ele daquele satanás vestido de saia. — Arqueio a sobrancelha aturdida. Quem diria que a mãe do Peter um dia pediria a minha ajuda..
AUDREY
Nervosa, eu caminho de um lado a outro enquanto Peter coloca o carro para fora.
Mando uma mensagem a Suzano avisando que Peter irá comigo na consulta e que é pra ele arrumar uma desculpa para Peter não participar.
Assim que Peter me chama eu vou para o carro.
Passamos o caminho todo em silêncio. Eu não tinha clima para conversa sabendo que Peter poderia descobrir a minha farsa.
(...)
Chegando ao hospital, Peter me encara.
— Pronta? — Assinto nervosa e o Suzano aparece.
— Olá minha paciente... pronta para o tratamento?
— Sim doutor... o meu marido quer participar...
— Sinto muito, mas o tratamento é pesado. Corre o risco de radiação, não podemos deixar ninguém entrar na sala. — Peter nos encara desconfiado.
— Tudo bem. Vou para o refeitório buscar um café... — Assinto aliviada. Peter se retira, e eu caminho até o consultório de Suzano. Assim que ele tranca porta, ele me abraça por trás e eu reviro os olhos. Sem clima.
— A por favor minha ruivinha, tô morrendo de saudades já... — Respiro fundo.
— Você não percebe? Peter está prestes a descobrir a minha farsa. — Suzano bufa e ajeita o jaleco.
— Por mim, você acabaria logo com isso. Não entendo como uma mulher bonita e gostosa como você está se sujeitando a isso.. Não percebe que o cara lá não te ama?
— E daí? Eu não vou dar o gostinho pra Wanessa o ter de volta. — Digo irada.
— Já entendi tudo. — Suzano diz.
— Já entendeu tudo o que?
— Você só está com ele por orgulho ferido. Briga de ego. Nem você ama esse homem. Apenas não aceita perde-lo para sua ex melhor amiga.
— Tá falando besteira. E claro que eu o amo. — Suzano meneia a cabeça e se aproxima deslizando a mão sobre minhas pernas, me deixando arrepiada. Eu arfo.
— Se o você amasse, com certeza não teria relações comigo.
— Claro! Eu também sou humana e sinto vontades. Peter deixa muito a desejar.. — Suzano sorri.
— Sendo assim, que tal uma sessão de terapia gostosa, hum? — Assinto e logo Suzano me beija tirando a minha roupa rapidamente.
Apesar do desejo aflorado, preciso ser mais convicta com Peter. Não posso perde-lo...
(..)
WANESSA
Encaro em silencio a mãe de Peter que brinca com Tavinho na sala. Fico me perguntando como seria se nos déssemos bem. Apesar de saber, que ela é maluca e ainda não me perdoou por ter tirado o Peter da sacristia.
— Eu ainda não sei que fazer. O mais correto seria desmascarar a Audrey para o Peter largar dela.
— O problema é ter provas..— A velha diz.
— A senhora pode tentar descobrir, mora na mesma casa. Ela pode esconder exames falsificados... — A mãe de Peter me encara esperançosa.
— Precisamos ser rápidas antes que ela vença essa batalha. — Assinto em silencio.
— Que tal se você fosse para a fazenda comigo? — Arregalo os olhos.
— Como assim?
— Eu estou indo para a fazenda. Você pode ir comigo sobre o pretexto de levar o Tavinho para ver o pai e a vó. — Mordo o lábio pensativa.
— Assim podemos desestruturar a Audrey ao me ver lá.
— Isso!
— Ok. Então, vou arrumar as coisas do Tavinho e me arrumar. Sô um minuto. — Ela assente e eu corro para o quarto. Quem diria que eu e a velha ia acabar nos unindo para acabar com a Audrey?
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Meu Irresistível Pecado 2 (Completo)
RomanceApós 1 ano e 10 meses, Wanessa retorna a velha cidade aonde tudo aconteceu. Dessa vez ela está mais madura e pronta para encarar os fatos. Peter por sua vez, seguiu sua vida e nem imagina que a sua "diaba" está de volta e com novidades. Será que o...