Capítulo 23

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Encaro a velha sem entender. Dou um longo suspiro. 

— Escuta, se a senhora veio me ofender eu acho que...

— Não mesmo. Precisamos falar do meu neto e do Peter também. — Franzo o cenho sem entender e acabo abrindo mais a porta cedendo a passagem para a velha.

Ela entra em minha casa observando tudo. Até que seus olhos caem em Tavinho. Ele rapidamente abre o sorriso para a avó me deixando perplexa. Tavinho só sorri quando gosta mesmo da pessoa. A mesma o pega no colo que se joga no colo da vó.

— Como você é lindo e puro, netinho. Diferente dos seus pais. — Eu reviro os olhos cruzando os braços. Tava demorando. 

— Então?  — Ela se senta em meu sofá agarrando o terço em sua mão. Tavinho apanha o terço da mão dela e começa a brincar.

— Eu me enganei sobre aquele satanás. — Seguro a vontade rir e me sento no outro sofá sem entender.

— Quem? O que a senhora está dizendo? — Ela bufa parecendo muito chateada e nervosa. 

— Aquela maldita Audrey. Ela está enganando a todos com a doença... ainda por cima eu a vi maltratando o meu neto. — Me levanto exasperada.

— O que aquela maldita fez pro meu filho? E por que o Peter não me disse nada? Eu vou matar aquela desgraçada! — Digo furiosa assustando Tavinho que abraça a vó.

— Ela disse ofensas ao menino. O chacoalhou. Eu vi tudo. Obvio que se ela estivesse feito algo pior, eu mesma a mataria. Não se preocupe, jamais deixaria ela ir tão longe. Eu... preciso da sua ajuda. — Fico surpresa com o pedido da velha e franzo o cenho.

— Minha ajuda? — Ela suspira parecendo cansada.

— O meu Peter está cego. Não percebe o satanás que perpetua em nossa casa. — Dou de ombros lembrando como Peter é cabeça dura.

— Isso não posso fazer nada..

— Claro que pode. Foi você quem desvirtuou o meu Peter do seu destino. Não pode deixa-lo a própria sorte nas mãos daquela megera. — Reviro os olhos novamente.

— Olha dona Aparecida... o seu filho é bem crescidinho. Ele sabe o que quer. Eu juro que até tô tentando. Mas tô quase desistindo. Acho que ele a ama.

— Ele não a ama, está com ela por pena e não pode ficar com ela. Ela vai fazer alguma coisa para o Peter me tirar de casa eu sei... — Suspiro.

— Não entendo a senhora. A senhora não gosta de mim, no entanto...

— No entanto, meu filho te ama. Você é mãe do meu neto mesmo contra o meu gosto. E além do mais, nunca escondeu que é a própria diaba e nunca me fez mal diretamente, ao não ser desvirtuando o meu filho. Já aquela Audrey... eu consegui ver a ruindade nos olhos dela. 

— E o que a senhora quer que eu faça? — Pergunto curiosa.

— Assim como conseguiu tirar o Peter da sacristia, quero que tire ele daquele satanás vestido de saia.  — Arqueio a sobrancelha aturdida. Quem diria que a mãe do Peter um dia pediria a minha ajuda..

AUDREY

Nervosa, eu caminho de um lado a outro enquanto Peter coloca o carro para fora.

Mando uma mensagem a Suzano avisando que Peter irá comigo na consulta e que é pra ele arrumar uma desculpa para Peter não participar.

Assim que Peter me chama eu vou para o carro.

Passamos o caminho todo em silêncio. Eu não tinha clima para conversa sabendo que Peter poderia descobrir a minha farsa.

(...)

Chegando ao hospital, Peter me encara. 

— Pronta? — Assinto nervosa e o Suzano aparece.

— Olá minha paciente... pronta para o tratamento?

— Sim doutor... o meu marido quer participar...

— Sinto muito, mas o tratamento é pesado. Corre o risco de radiação, não podemos deixar ninguém entrar na sala. — Peter nos encara desconfiado.

— Tudo bem. Vou para o refeitório buscar um café... — Assinto aliviada. Peter se retira, e eu caminho até o consultório de Suzano. Assim que ele tranca porta, ele me abraça por trás e eu reviro os olhos. Sem clima.

— A por favor minha ruivinha, tô morrendo de saudades já... — Respiro fundo.

— Você não percebe? Peter está prestes a descobrir a minha farsa. — Suzano bufa e ajeita o jaleco. 

— Por mim, você acabaria logo com isso. Não entendo como uma mulher bonita e gostosa como você está se sujeitando a isso.. Não percebe que o cara lá não te ama?

— E daí? Eu não vou dar o gostinho pra Wanessa o ter de volta. — Digo irada.

— Já entendi tudo. — Suzano diz.

— Já entendeu tudo o que?

— Você só está com ele por orgulho ferido. Briga de ego. Nem você ama esse homem. Apenas não aceita perde-lo para sua ex melhor amiga. 

— Tá falando besteira. E claro que eu o amo. — Suzano meneia a cabeça e se aproxima deslizando a mão sobre minhas pernas, me deixando arrepiada. Eu arfo. 

— Se o você amasse, com certeza não teria relações comigo.

— Claro! Eu também sou humana e sinto vontades. Peter deixa muito a desejar.. — Suzano sorri.

— Sendo assim, que tal uma sessão de terapia gostosa, hum? — Assinto e logo Suzano me beija tirando a minha roupa rapidamente.

Apesar do desejo aflorado, preciso ser mais convicta com Peter. Não posso perde-lo...

(..)

WANESSA

Encaro em silencio a mãe de Peter que brinca com Tavinho na sala. Fico me perguntando como seria se nos déssemos bem. Apesar de saber, que ela é maluca e ainda não me perdoou por ter tirado o Peter da sacristia.

— Eu ainda não sei que fazer. O mais correto seria desmascarar a Audrey para o Peter largar dela.

— O problema é ter provas..— A velha diz. 

— A senhora pode tentar descobrir, mora na mesma casa. Ela pode esconder exames falsificados... — A mãe de Peter me encara esperançosa.

— Precisamos ser rápidas antes que ela vença essa batalha. — Assinto em silencio.

— Que tal se você fosse para a fazenda comigo? — Arregalo os olhos.

— Como assim?

— Eu estou indo para a fazenda. Você pode ir comigo sobre o pretexto de levar o Tavinho para ver o pai e a vó. — Mordo o lábio pensativa.

— Assim podemos desestruturar a Audrey ao me ver lá.

— Isso!

— Ok. Então, vou arrumar as coisas do Tavinho e me arrumar. Sô um minuto. — Ela assente e eu corro para o quarto. Quem diria que eu e a velha ia acabar nos unindo para acabar com a Audrey?

Meu Irresistível Pecado 2 (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora