Capítulo 6

2.6K 239 11
                                    


Inalei fortemente o perfume de Peter. Sorri ao sentir sua presença.

— Wanessa... — Peter mais sussurrou que falou meu nome. Me virei de frente pra ele e sorri. Seu rosto parecia contraído.

— Peter eu...

— Se eu soubesse que era você eu não teria vindo. — Suspirei com sua aspereza. Olhei em direção ao carrinho onde meu Tavinho dormia. E foi nessa hora que Peter olhou para o carrinho franzindo o cenho.

— Então quer dizer que você virou... Mãe. — Seu tom era baixo e eu assenti. Peter se virou de costas.

— Agora eu entendi. Foi por isso que você foi embora. Preferiu reconstruir sua vida longe de mim... Formou outra família e agora veio esfregar isso na minha cara. — Não me contive e me aproximei o abraçando por trás. Percebi que Peter tensionou o corpo.

— Não foi isso! Eu sempre te amei, Peter... E essa criança, é o meu filho... E seu também. — Peter se solta do meu abraço e me encara estupefato.

— Como é que é? — Eu assenti.

— Exatamente. Ele é nosso, Peter... Eu descobri a gravidez um mês depois que

eu fui embora. — Peter passou a mão sobre o cabelo e meneou a cabeça.

— Você só pode estar brincando. Você não muda nunca, não é Wanessa? — Franzi o cenho irritada.

—Acha mesmo que eu brincaria com algo assim?

— Então por que raios você não me falou antes? — Dessa vez foi minha vez de sorri perplexa.

— Eu tentei Peter. Juro que tentei. Mas aí você nunca atendia minha ligação e quando descobria que era eu, desligava o telefone. O que mais eu poderia fazer?

— Poderia ter vindo me procurar.

— Eu havia arrumado um emprego. Eu estava com a minha vida estabilizando

ainda. Você estava espumando de raiva de mim.. Eu fiquei com medo de largar tudo e vir e você não me receber.

— Mas é claro que você eu não iria voltar, mas o meu filho, meu filho iria assumir ou você acha que eu sou esses moleques que você está acostumada a sair? — Bufei chateada. Peter estava irredutível.

— Não se trata disso... Peter... Eu...

— Mamã! — Ouvi o choramingar do Tavinho me chamando, ele havia acordado. Com certeza pelo falatório entre mim e Peter. Corri para o carrinho apanhando meu filho no colo. Peter parecia petrificado nos observando.

— Oh meu amor... Você acordou. Nós já vamos. Você deve estar louco por um banho. — Tavinho coçou os olhos enquanto eu o balançava no colo.

PETER

Isso só poderia ser coisa uma mente perturbada. Não! Eu estava sonhando... Como assim de uma hora para outra eu ser pai?

Agora eu entendia o porquê de Claire praticamente me obrigar a vir à igreja. Na hora quando a vi aqui, fiquei com raiva da minha irmã, mas agora eu entendi a importância.

Fiquei observando a Wanessa conversar carinhosamente com o menino e realmente. A criança tem a minha feição.

— Qual é o nome dele? — Perguntei realmente interessado.

— Gustavo. Mas pode chamar de Tavinho que ele atende, não é filho? — Eu não pude deixar de observar o cuidado que Wanessa tinha com o meu filho, o nosso filho... Fruto de um amor que não deu certo.

— Eu posso pegá-lo? — Wanessa sorriu largamente e assentiu.

— Claro, ele é seu também! — Assenti ainda me sentindo perdido.

— Filho agora você vai conhecer o seu papai. — Wanessa disse dando um beijo no rostinho do menino em seguida.

— Papaai — Ele bateu as mãozinhas e nessa hora meu coração derreteu. Era novo para mim que eu era pai. Não fui preparado psicologicamente para isso como os pais normais são. Mas assim que eu coloquei o garoto no colo, senti que ele fazia parte de mim.

—Oi garoto. Eu sou o seu papai. — O menino me encarou como olhar profundo. Seus olhos são iguais os meus. De repente um sorriso se abriu e eu não me contive de alegria. Era o meu filho que eu estava segurando. Meu pequeno Gustavo.

— Eu sempre mostrei sua foto para ele... Sempre disse que um dia ele conheceria o papai e apontava para você. — Encarei Wanessa que parecia comovida com a cena.

Respirei fundo. Era difícil para mim ficar tão perto dela. Era uma mistura de mágoa, ressentimento, raiva e ainda amor... Um amor que eu precisava arrancar do meu peito.

— Pelo menos isso, mas obrigado. Obrigado por trazer o meu filho.

— Não precisa agradecer... É um direito seu. — O garoto começou a resmungar e então eu o acalentei o ninando. Ele ainda estava com sono. Seus olhinhos inchados e vermelhos denunciavam o cansaço.

Comecei a cantar uma canção de ninar e ele aos poucos foi acalmando.

— Acho que o Tavinho está cansado de ficar na rua... Estamos desde cedo andando e além do mais já está quase na hora do almoço dele. — Assenti e fiquei triste por um momento. Eu queria mais tempo com meu filho.

— Eu entendo... Se quiser ir tudo bem. Nós podemos entrar em contato para que eu possa ver o Tavinho sempre e precisamos combinar sobre o reconhecimento de paternidade e minhas obrigações financeiras com ele.

— Se quiser podemos conversar na minha casa. Eu aluguei aqui perto. Fica uns cinco minutos da praça. — Respirei fundo. O convite de Wanessa era tentador. Mas eu ainda não me sentia confortável em ficar assim com ela...

— Wanessa...

— Por favor Peter... Pelo nosso filho. Precisamos conversar e você mal ficou com ele. Hum? — Wanessa sorriu. Aquele maldito sorriso instigante que sempre mexia comigo. Que inferno de mulher!

— Podemos marcar outro dia... A Audrey está no hospital, entende? — Vi que o semblante de Wanessa mudou para decepção, mas logo ela sorriu novamente. Sempre a pose confiante...

— Mas eu tenho certeza que ela não ficaria chateada ao saber que você está conhecendo o filho. Além do mais ela está sendo cuidada pelos médicos e enfermeiros. Não se preocupe. — Bufei relutante e acabei aceitando. Pelo meu filho, óbvio.

— Tudo bem, mas adianto que não posso demorar. — Ela assentiu animada e ajeitou o carrinho.

— Então vamos? — Assenti ainda duvidoso.

— Tudo bem, mas adianto que não posso demorar. -Ela assentiu animada e

ajeitou o carrinho.

— Então vamos? — Assenti ainda duvidoso.

— Eu levo o Tavinho no colo, não se preocupe. — Ela assentiu e ajeitou o cabelo. Sim, eu não cansava de achar essa diaba linda. Parece que seu corpo ficou ainda mais lindo após a gestação.

Por Deus Peter! Sua esposa está acamada com uma maldita doença grave incurável e você aqui, analisando as curvas da sua ex.

Balancei a cabeça dispersando o pensamento enquanto eu caminhava com Wanessa pelas ruas. Confesso que conhecer a casa em que ela e meu filho vivem, está me deixando ansioso...

Meu Irresistível Pecado 2 (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora