Capítulo 28

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WANESSA

Ainda bem que consegui falar com Ethan e ele já está a caminho.

Termino de arrumar o Tavinho e acabo chorando. É por isso que eu não queria amar ninguém, essas coisas de amor doem e eu não sei lidar com isso.

— Tem certeza que vai embora? — A mãe de Peter pergunta e eu a encaro.

— Sim, obrigada por confiar em mim em tentar conquistar o Peter, mas infelizmente...

— Eu sei. Eu te chamei porque eu conheço meu filho. Eu sei que o verdadeiro amor dele é você. A única que conseguiu faze-lo largar a batina, e olha que outras faces do diabo já haviam tentado. — Não posso deixar de rir da forma como ela fala.

— É, dessa vez nem o diabo ajudou, dona Aparecida. — Ela faz o sinal da cruz e me encara feio.

— Valha-me Deus! Que o senhor todo poderoso te acompanhe na vida e te tira dessa vida do demônio. — Meneio a cabeça. Antes de eu dizer algo, ouço o meu celular apitar e vejo que Ethan já me aguarda.

— Bom, a minha carona chegou, eu tenho que ir. — A velha me olha pela primeira vez com um semblante carinhoso, mas logo muda a sua postura.

— Já que quer tanto ir, pode ir. O engraçado é que Deus já me mostrou que você, Peter e meu neto vão viver juntos. Inclusive, acho que vem mais um neto.  — Franzo o cenho e sorrio.

— A senhora tem hora que fala cada coisa, é claro que não estou grávida, eu tomo remédio e além do mais Peter já fez a escolha dele. — Ela assente descrente.

— Deus não falha, se ele me mostrou é porque vai acontecer. —  Assinto, desistindo de negar.

A mãe de Peter, se despede de Tavinho e eu finalmente saio de casa. Ethan já me aguarda, eu desço a escada de encontro a ele que sai do carro e me ajuda com as duas mochilas.

— Assim que me mandou mensagem eu deixei minha irmã em casa e vim. Como você está? — Ele pergunta realmente preocupado.

— Eu estou bem, não se preocupe. — Ethan guarda as mochilas na mala e abre a porta do carona para eu entrar com Tavinho. Infelizmente não tem uma cadeira de bebê no carro. Ethan entra em seguida e dá partida no carro

— Quer conversar?  — Assinto e começo a falar o que de fato aconteceu.

PETER

Fico abismado olhando para Audrey que não para de chorar um minuto.

— Doutor, eu tive um problema no sangue. Isso não é mentira.

— Então seu médico a enganou, você não teve nada, no máximo pode ter desenvolvido uma anemia profunda, mas que já fui curada. — Audrey morde o lábio. 

— Bom, aqui está o encaminhamento, terá que começar o processo o mais rápido possível para contermos isso.

— Obrigada, doutor. — Eu agradeço e aperto a mão dele. Caminho com Audrey até fora do hospital em silêncio. 

Quando chegamos no estacionamento eu a puxo pelo braço

— Então você mentiu para mim esse tempo todo, como pode ser tão dissimulada? — Pergunto com a voz esganada de ira. Vejo as lágrimas brotarem dos olhos dela.

— Eu fiz isso por amor, Peter! Eu fiquei com medo de perder você! — Ela grita, soluçando bastante. Minha raiva aumenta e eu caminho em pequenos círculos.

— Amor? Você jogou sujo! Usou uma doença que nunca existiu para eu me sentir culpado e piedoso! Tem noção do que você fez? — Ela tenta se aproximar, mas eu a afasto.

— Porque eu sabia que você amava aquela piranha! Você precisava esquecê-la Peter! Eu achei que com o tempo eu conseguisse substituí-la em sua vida!

— Isso nunca, Audrey! Wanessa foi e é a mulher da minha vida, mesmo que fossemos para caminhos opostos! — Aviso apontando para ela.

— Você nunca pensou em mim! — Ela grita e eu reviro os olhos.

— Como pode dizer isso? Eu praticamente deixei de viver o meu amor, para cuidar de você. Eu criei uma admiração por você, você me levantou a mão quando eu estava lá embaixo, mas tudo isso caiu hoje. Estou decepcionado! Como eu fui um imbecil, covarde! A Wanessa me alertou tanto e eu acreditando em suas mentiras! — Vocifero e ela se encolhe.

— Mas agora eu estou doente! — Ela responde com a voz branda e eu bufo de raiva.

— Isso é castigo! Para aprender que com doença não se brinca!

— O que vai ser de mim? — Ela coloca a mão no ventre, como se isso me fizesse sentir pena, o que eu consigo sentir é só desprezo e nojo.

— Não me interessa mais Audrey, enquanto fui feito de palhaço eu te ajudei, agora você se vira!

— Peter...

— Entra no carro. Vamos para a fazenda. — Aviso e rapidamente entro no carro.

Eu estou louco para voltar a fazenda e pedir perdão para Wanessa, eu a quero de volta. Quero consertar tudo e vou conseguir!

Após chegar à fazenda, eu puxo Audrey de dentro do carro. Ela sai cambaleando e a levo até a sala.

Minha mãe está com terço na mão rezando na frente da estátua de Jesus em cima da mesinha da sala. Ela interrompe seu momento e observa a cena em silêncio.

Audrey não para de chorar.

— O que aconteceu? — Ela finalmente pergunta.

— A senhora tinha razão, essa mulher é uma fingida. Ela não tinha leucemia coisa nenhuma! —Vocifero e a empurro. Audrey cambaleia e se segura na parede.

— Eu sabia, essa face do demônio seria descoberta. Deus não dorme! Eu rezei o tempo todo para isso. — Mamãe sorri aliviada. Audrey encara a minha mãe com raiva.

— O destino a castigou, colocou nela um câncer maligno em seu ventre. — Aviso e minha mãe assente.

— A mãe do seu filho me contou. — Ao ouvir falar de Wanessa, meu coração se aperta. Eu preciso vê-la nesse momento.

— Cadê ela? — Minha mãe faz careta.

— Após a sua ligação, ela pegou o meu neto e foi pra casa. Um rapaz de boa aparência veio buscá-la. — Sinto o ciúme me invadir. Com certeza é o Ethan se aproveitando da fragilidade dela. Sem dizer mais nada, eu decido sair, quando chego a porta, Audrey me chama e eu paro de costas para ela.

— Aonde vai, Peter? — Franzo o cenho irritado e mal consigo olhá-la.

— Vou procurar o verdadeiro amor da minha vida, a mulher que eu nunca devia ter dispensado.— Saio batendo a porta com força. Audrey me grita, mas eu não quero saber. Só preciso de Wanessa de volta...

Meu Irresistível Pecado 2 (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora