Capítulo 12

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Assim que abro a porta da minha casa, Audrey entra analisando cada detalhe. Dou um suspiro sem paciência. Caminho até o cercadinho e pego Tavinho no colo. Audrey não consegue desviar o olhar dela do Tavinho. Percebo que a presença do meu filho a incomoda.

— Bom, como pode ver, o seu marido não está na minha casa. — Já vou direto ao assunto. Audrey assente.

— Mas poderia ter passado a noite aqui e ter ido. 0lha Wanessa só vou dizer uma coisa, O Peter é meu marido. A história de vocês morreram no passado e você tem que aceitar isso. — Ela diz firme e minha vontade é de voar em cima dela, não por ela estar com o Peter, mas sim por eu acreditar um dia que essa maldita pudesse ser minha amiga, mas me contenho.

— Escuta Audrey, você querendo ou não vai ter que aceitar que eu e Peter mantenhamos um contato. Afinal, nós dois temos um filho juntos. — Digo olhando para o meu Tavinho e sorrio para ele que brinca com seu carrinho de borracha, alheio a minha discussão com a Audrey.

— Eu sei que vocês precisam manter contato, só que eu te conheço bem Wanessa. então abra o seu olho, fique longe do Peter em questão de interesse romântico ou sexual. — Dessa vez eu gargalho.


— Eu só acho que você deveria sentir vergonha de ter se casado com um homem que não te ama. Você não percebe? Peter se casou com você por gratidão a sua amizade e por compaixão a sua doença. Que feio, Audrey, usando uma doença para prender um homem que não te ama. —Digo com um sorriso sarcástico no rosto e posso ver seus olhos inflamarem de ódio. O Peter me ama, Wanessa. Eu acredito que ele se casou comigo não por compaixão, mas porque sente algo por mim. Ou então nós não faríamos amor esse tempo todo que estamos juntos e outra, quem é você para dizer que eu estou chantageando o Peter? Acredito que a única desesperada aqui, seja você. Até porque está usando o filho de vocês para se aproximar do Peter, já que sabe que ele te despreza. — Ela sorri se achando vitoriosa e minha raiva também cresce. Só não avanço nela por causa do Tavinho. Minha vontade é contar que eu e o marido dela fodemos a noite inteira de ele me deixar assada, mas me seguro.

Prefiro plantar o caos com a semente da dúvida na mente dela.

— Eu tenho é pena de você Audrey que acredita num amor que só existe na sua cabeça. Peter não te ama como um homem ama uma mulher. Ele pode amar sim, você como uma amiga. E óbvio que ele transaria com você, o corpo implora por sexo quando se está muito tempo sem. Isso é natural. Não se iluda. Agora será que você poderia sair da minha casa? Eu tenho coisas a fazer. — Ela me encara em silencio, posso imaginar que esteja arquitetando um plano diabólico em sua mente.

— Eu saio, mas um último aviso, se põe no seu lugar e fica longe do Peter. — Arqueio minha sobrancelha sorrio.

— Não tenho medo de avisos, Audrey. Agora por favor... se retire. — Ela encara mais uma vez ao meu filho, assente e sai deixando a porta da sala aberta.

Caminho até a varanda me certificando que Audrey possa ter saído mesmo e vejo sumir pelo portão a fora. Solto a minha respiração olhando para o Tavinho.

— Essa mulher acha que pode tirar seu pai de nós, filho. Ela tá muito enganada. Mudarei minha estratégia com Peter, mas não vou desistir dele. Ele é nosso! — Digo dando um beijo no rosto de Tavinho e entro na sala fechando a porta em seguida.

PETER

Chego em casa e antes de entrar, olho para a porta pensativo. Eu acabei de trair a Audrey e não sei como vou encara-la. Era o meu dever não a fazer sofrer ainda mais nesse momento tão delicado que é a saúde dela. Suspiro forte e sinto o perfume de Wanessa em meu corpo novamente me levando as lembranças da nossa última noite insana. Balanço a cabeça e abro aporta. Na sala vejo a minha mãe rezando para virgem Maria e vejo a minha irmã sentada no sofá tomando um café. Achei até estranho essa proximidade das duas ultimamente, já que desde que Claire assumiu sua sexualidade, minha mãe a detestou ainda mais.

— Ufa! Até que enfim apareceu. Eu já estava mega preocupada. Aonde andou? — Claire se levantou vindo em minha direção com o rosto aliviado.

— Eu... dormi fora.

— Com certeza foi na casa daquela meretriz. A sua esposa disse que você foi jantar com essa mundana e desde ontem sem dar notícias. — Bufei irritado e vi Claire franzi o cenho.

— Como é? Você teve coragem de trair a Audrey com a Wanessa? Peter... você viu o que a Wanessa fez na sua vida da outra vez, não deixa ela estragar de novo!

— Não gosto desse projeto de pecado, mas tenho que concordar. Aquela mundana acabou com a sua vida religiosa, destruiu a sua vida e agora volta e você vai que nem um imbecil. Não foi para isso que eu criei você, filho.

— Vocês duas tem que entender que eu já sou maior de idade e vacinado. Mãe, eu saí da vida religiosa porque eu quis. Eu entendi que aquilo não era para mim. Eu prefiro estar aqui, cuidar dos negócios da fazenda, cuidar da senhora, do que lá na paróquia. Wanessa foi só um empurrão para isso. E sim, eu fui jantar com ela para falar sobre o Tavinho, meu filho. Acordar alguns assuntos. — Claire sorriu descrente.

— Acordar que tipo de assunto? Só se for acordo de cama, pelo visto. Não quero me meter na sua vida, Peter. Longe disso. Apenas eu estou preocupada com você e com a Audrey que não merece passar por nenhum sofrimento.

— Então quer dizer que você viu meu neto? Como ele está? Está bem? Quando vou poder vê-lo?- Minha mãe pergunta empolgada com os olhos brilhando.

— Ele está lindo, parece muito comigo e é muito esperto. Eu e Wanessa estamos entrando em acordo ainda para que eu possa pega-lo nos finais de semana para passar o dia.

— Você tinha era que pegar a guarda dele! Aquela mundana não serve para ser mãe. Eu sim posso fazer esse papel de mãe e vó, dando a devida criação que meu neto merece! — Bufo nervoso e Claire olha para minha mãe com repulsa.

— Sobre essa questão a senhora está muito enganada. Não se deve afastar um filho de uma mãe. O pouco que conversei com Wanessa eu percebi o quanto ela ama e é responsável coma criança.


— A senhora só pode estar ficando louca! Não pense que vai fazer meu sobrinho de boneco, achando que pode manipula-lo para se tornar padre também não.

— Olha aqui, sua maldita lésbica, é melhor você calar essa boca e sair da minha casa — Claire sorri presunçosa.

— Pelo que eu saiba essa casa não é só sua, é do Peter e me pertence também e quando a senhora precisa de mim, eu viro a sua filha. — Coço os olhos e olho para cima.

— Cadê a Audrey?-Pergunto cortando a briga entre as duas.

— A maluca da sua mãe deixou ela sair de manhã sozinha para te procurar. —  Franzo o cenho irritado.

— Mamãe, a senhora está louca? A Audrey não pode sair sozinha, ela acabou de se recuperar no hospital! — Minha mãe segurou o pingente de crucifixo em seu peito e deu de ombros.

— Ela é sua esposa e estava preocupada com você, você acha que eu faria o que para impedi-la?

— Merda! Vou procurar ela na cidade.. — Eu disse já voltando porta a fora. Espero que não aconteça nada com ela ou eu vou me culpar o resto da vida...

Meu Irresistível Pecado 2 (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora